Os óculos dos poetas

Sergio Diniz da Costa: Crônica ‘Os óculos dos poetas’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Imagem criada pela IA do Bing – 9 de setembro de 2024 às 1:51 PM

Num primeiro momento, passou-me pela cabeça que eu estava tendo um surto de paixão pela tela do meu computador. Afinal de contas, parece que a cada dia que passa aproximo-me mais dela.

Antes fosse, pois paixão é coisa passageira. A origem dessa aproximação, no entanto, e infelizmente, é duradoura: os olhos que, a cada ano, enxergam menos!

Uma ida recente ao oftalmologista, para minha tristeza, apontou um acréscimo de grau às minhas lentes já tão cansadas. Por sorte, entretanto, uso os óculos apenas para leitura.

E, depois dessa constatação oficial, fico a meditar sobre a inexorabilidade do tempo em relação a tudo e, em particular, ao corpo físico.

Ainda me lembro da primeira vez em que fiz um exame de vista ─ ainda na minha juventude ─, provavelmente para efeito de obter a Carteira de Motorista. E o resultado do especialista: eu enxergava tão bem que até poderia ser um astronauta!

Com o tempo, contudo, não me tornei um astronauta, porém, meus olhos, eles sim, gradativamente, têm ido para o espaço.

Todavia, não podemos nos deixar abater com esse tipo de coisa, natural, aliás. Devemos, ao contrário, nos apegar a um sapientíssimo provérbio português: ‘Vai-se o anel, ficam os dedos’.

E, ficando os dedos, e já com os óculos com lentes mais possantes, estou cá, mais uma vez, e a uma distância recomendada da tela do computador, digitando uma nova crônica: ‘Os óculos dos poetas’!

Os poetas têm óculos! A propósito, nascem com eles! E suas lentes são inquebrantáveis, pois que diáfanas. Porém, não podem ser medidas em graus, entendidos estes como ‘cada uma das principais divisões da escala de certos instrumentos de medida’.

As lentes dos óculos dos poetas não podem ser medidas, mas apenas sentidas. E não há uma Tabela de Graus de Sensibilidade para aferir a quantidade e a qualidade de sentimentos que circulam pela alma dos poetas.

Os poetas enxergam e, mais do que enxergar, sentem o mundo que os envolvem por meio de óculos sutis, óculos esses que o Tempo, o implacável Tempo em relação ao corpo físico, faz-se deles um espectador atento e maravilhado.

Os poetas, por meio de lentes especiais, veem e sentem a transcendência das formas; das formas impermanentes, caleidoscópicas. E, nesse sentir último das coisas e dos próprios seres são, eles mesmos, da mesma essência; da essência da qual são feitas as estrelas… e os sonhos!

Sergio Diniz da Costa

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O time de colunistas do ROL tem mais um membro de escol: o escritor e poeta Andrade Jorge

Andrade Jorge é um dos escritores e poetas mais expressivos da literatura brasileira da atualidade

É com grande orgulho que apresento aos leitores um novo craque no time de colunistas do ROL: o renomado escritor e poeta Andrade Jorge. Paulista de Jundiaí, Andrade Jorge é escritor e poeta.  Cursou Ciências Físicas e Biológicas na Faculdade de Ciências e Letras N.S. Patrocínio (atual Ceunsp) e atua profissionalmente na área de Recursos Humanos. Para conhecer mais sobre esse novo colaborador do ROL, abaixo seguem alguns dados extraídos pelo editor Sergio Diniz do formidável currículo do nosso novo colega. Tem como lema a frase de sua autoria: “Você pode me amar ou odiar porque não passarei indiferente nesta vida”. Ao final da matéria, a sua poesia de estreia. (Helio Rubens)

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Andrade Jorge é:

Membro das Academias:

Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro – cadeira 59

Academia Internacional de Letras, Artes e Ciências – ALPAS-21. – cadeira 56

Academia Boituvense de Letras e Artes

Academia Saltense de Letras – cadeira 34

Participa das Entidades

Membro Honorário da Associazone Culturale Falanthra – Taranto/Itália

APPERJ – Associação Profissional dos Poetas e Escritores do Rio de Janeiro

CAPPAZ – Confraria Artistas e Poetas pela Paz

PPB – Portal do Poeta Brasileiro

UBE – União dos Escritores do Brasil

Títulos que já recebeu:

Diploma de Honra ao Mérito “Rubem Braga” da Academia Marataizense de Letras/ES

Comenda “Rubem Braga” da Academia Marataizense de Letras/ES

Embasciatore Di Pace – Entidade: Salotto Culturale “Pelazzo Recupero” – Martina Franca/Itália

Acadêmico Destaque do 2º Semestre/2014 – Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro

Indicação Melhor Poesia – Prêmio Wilson Caritta Lopes – 2013 – ANLPPB

1º Colocado Concurso de poesias da Associação dos Aposentados de Jundiaí;

2º Colocado em concurso de Poesia da Secretaria de Cultura de Jundiaí

Projetos voluntários que participou

Projeto “Encontro com autor” em escolas da rede pública da cidade de Diadema/SP.

Projeto Incentivo à leitura (Mutirão do Livro) – promovido pelo Portal do Poeta Brasileiro, mensalmente deixar um livro em local público.

Membro do Conselho Municipal de Cultura de Salto/SP – Titular  da Cadeira de Livros, Leitura e Literatura,  e 1º Secretario eleito em fev/16.

Atual Diretor de Relações Acadêmicas da Academia Saltense de Letras.

Livros que publicou

Encanto e Desencanto – Editora Insano/Campinas

Quem é esse ser? Editora A Casa do Novo Autor/SP

Contos, En…cantos&Peripécias – Editora Oficina Editores/RJ

Sua participação em Antologias

Antologias da Academia Nacional de Letras do Portal Poetas Brasileiro, volumes I, II, III, IV, V, VI

Joaquim Moncks e amigos – UBE

Versi Senza Tempo (Ítalo/Brasileira)

Crônicas da UBE

Natal do Bem – ANLPPB – 2015

Mães da Praça da Sé – ANLPPB  – 2015 e 2016

Coletânea Sensual – ANLPPB e

Manifesto pela Paz – ANLPPB

Antologia Poesia e Prosa

Antologia Poética – Academia Virtual Brasileira de Letras

Cronista, Contista e Poetas Contemporâneos – Delicatta

Introspecção – In House

Meu Pai Ferroviário

Palavras sem fronteira

Palavras da alma para o coração – Ed. Litteris

IV Antologia Poética – AVBL

Poesia em Movimento – Delicatta

Coletânea Horizontes – Alpas 21

Antologia CAPPAZ volumes I, II, III

Quinta Barnasiana – Bar do Escritor

Revista Poesia Legal

Planeta Bola – Oficina Editores

Congressos

– Participação nos Congressos dos Poetas Brasileiros promovido pela Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro em Salto/SP, em Londrina/PR, Maceió/AL, Campinas/SP, Rio de Janeiro/RJ, Jales/SP e Ribeirão Preto/SP.

Links

Blog: http://andradejorge.zip.net

Recanto das Letras: http://recantodasletras.uol.com.br/autores/ANDRADEJORGE

Facebook: https://www.facebook.com/andrade.jorge.948

Encantos da Poesia: https://www.facebook.com/groups/660627650636999/

Contos, En…cantos&Peripécias: https://www.facebook.com/groups/622765777835493/

Contatos
E-meio: andradejorge2@bol.com.br

 

Andrade estreia no ROL com o poema: ‘Quem é esse ser?’

 

Quem é esse ser?

Quem é esse ser

que vira, revira, remexe

mexe com o viver

de tanta gente?

Quem  é esse doce atrevido

que ousa entrar

em mentes e corações

desvenda, revela paixões,

invade a alma, investiga, procura,

o recôndito sentido humano

que toca, sufoca, reduz, produz,

um sonho, um plano;

Quem é esse cara,

que faz, desfaz fantasia,

carrasco sedutor que tortura,

com finesse e cortesia;

Quem é esse ser?

quem tem o poder

de trazer vida à morte,

sentencia, abrevia os males e as dores,

ironiza o azar, brinca com a sorte,

pincela a mazela e dá novas cores;

Quem é esse ser?

que faz a lágrima virar chuva fina,

a chuva virar sol, o sol virar lua,

e a lua menina na musa nua;

Quem é esse lorde?

que ávido abocanha, morde,

o complexo, o todo,

tira do nado o tudo,

faz de si um espelho

convexo, sem nexo

fala da amizade  e do sexo;

Quem é esse ser?

que certeiro na certeza,

ata, desata, mata, sem piedade e dó,

a tristeza e a incerteza;

Quem é esse ser mitológico?

que nas asas da imaginação,

nada, nada é racional, nem lógico,

e feito nuvem de pó

destoa do convencional,

e pela incompreensível razão, vive  de emoção,

quem é esse maluco excêntrico afinal?

fale criatura diferente:

“Possuo a essência da inspiração

que descreve a sensação humana,

e a beleza da natureza,

incorrigível sonhador,

que chora e se angustia,

sou a letra que escreve

a utopia do amor,

vivo freneticamente,

mas não desisto jamais,

enfim o  que sou?

um poeta, nada mais…

 

Direitos autorais registrados

Fundação Biblioteca Nacional

Rio de Janeiro/Brasil

 

 




Editor do ROL tem poema selecionado no projeto 'Doce Poesia Doce', de Salvador/BA

Sergio Diniz da Costa, editor do ROL, tem poema selecionado no projeto “Doce Poesia Doce’, de Salvador (BA)

 

O Editor do ROL, Sergio Diniz da Costa, teve seu poema ‘Manoel de Barros’, selecionado no projeto ‘Doce Poesia Doce’, de Salvador (BA).

O projeto visa a impressão e distribuição de poemas em praças, hospitais, escolas e postos de atendimento público  da capital baiana, bem como a veiculação dos poemas na internet e outros meios de comunicação.

De 17 de setembro a 8 de outubro o projeto DOCE POESIA DOCE estará distribuindo gratuitamente nada menos que 10 mil ‘poesias doces’ (poesias impressas embalando balas doces) em praças, escolas, hospitais e postos de atendimento em Salvador.

DOCE POESIA DOCE é um fruto simbólico e também literal do projeto PÉ DE POESIA, que em 2016 decorou as árvores de Salvador com 500 poesias de mais de 200 poetas de todo o Brasil. Os idealizadores de ambos os projetos, o escritor e músico Fabio Shiva e a fotógrafa Fabíola Campos, buscam sensibilizar as pessoas para o poder da Poesia de trazer doçura e beleza, para a vida, gerando transformações positivas.

Metade das 10.000 ‘poesias doces’ celebrará a obra de poetas consagrados da língua portuguesa, como Castro Alves, Fernando Pessoa, Gregório de Matos, Álvares de Azevedo, Florbela Espanca, Gonçalves Dias e muitos outros. A outra metade das poesias será selecionada a partir da Convocatória Doce Poesia Doce, que possibilita que poetas de todo o Brasil participem do projeto.

Os interessados devem enviar um poema de sua autoria (com no máximo 14 versos) e uma foto com boa resolução para o e-mail poesianasarvores@gmail.com até o dia 31/08/17. Os melhores poemas serão impressos e distribuídos junto com balas doces em diversos pontos de Salvador, com direito também a publicação no blog (poesianasarvores.blogspot.com.br) e na página do projeto no Facebook (facebook.com/poesianasarvores). Todos os poetas participantes receberão por e-mail a arte digital de seus poemas incluídos no projeto.

Na inauguração e no encerramento do evento  serão realizados dois saraus poéticos com recital em praça pública: na Praça da Sé (17/09) e no Campo Grande (08/10). Já está confirmada a participação dos poetas Adão Cunha, Edgar Velame, Ivan de Almeida, Lucas Ferreira, Marly Ramos e Vanessa Cardoso no recital de poesias.

Os organizadores esperam fazer com que a poesia saia de seu espaço estático de contemplação nas árvores e ganhem mobilidade, indo até onde as pessoas estão nas ruas e em espaços coletivos como escolas, UPAs e outras instituições.

A poesia, que no ano passado foi apresentada como fruta colorida dependurada nas árvores, agora se associa ao doce sabor da infância, através das balas que acompanham os poemas, em um lúdico e amoroso convite para que as pessoas vejam o mundo com o olhar poético, que requer olhos de criança, capazes de se surpreender e de se encantar e, assim, vislumbrar a essência das coisas.

Segundo Fabio Shiva, no prefácio para o livro “Os Céus de Van Gogh”, de Thiago Prada (Caligo Editora, 2014), “a poesia é necessária e vital como o ar que respiramos. Para muitos, que não percebem isso, tal afirmação pode parecer um completo desvario, no mínimo um grande exagero. Quem dera fosse assim. Mas a poesia é tão fundamental para a sobrevivência humana no planeta como são as abelhas. Se a poesia sumisse do mundo hoje, a humanidade não tardaria a se transformar em um imenso deserto de árvores ressequidas. Pois é a poesia que mantém vivo o espírito humano. (…) Não deveria ser preciso afirmar aqui coisas tão óbvias. Mas não se iludam: é certo que a poesia corre perigo. Submetidos ao constante dilúvio da superficialidade, trazemos o espírito cada vez mais embotado para o mergulho profundo exigido pelo olhar poético. No mundo inteiro, trezentos e cinquenta milhões de pessoas atualmente diagnosticadas como depressivas confirmam essa triste perspectiva: a Poesia está minguando, e com ela o sentido da vida.”

Sergio repete o sucesso anterior

No ano passado o editor do ROL  Sergio Diniz já teve um poema selecionado no projeto ‘Poesia nas Árvores’: ‘Ser Criança’ e assim já ajudou a decorar algumas praças públicas de Salvador com seu poema.

Abaixo, o poema do poeta Sergio Diniz que foi selecionado:

 

MANOEL DE BARROS 

Manoel não se foi

Foi é construir casas de barro

como se fora um João

Um João Alguém

que ninguém vai esquecer

Pois, do barro, fez Deus o homem

E do homem, a poesia!

 

Sobre a poesia, o autor, que também é membro das academias de Sorocaba e Votorantim, escritor com vários livros publicados e também editor do jornal eletrônico ROL – REGIÃO ON LINE,  assim se referiu: “é uma singela homenagem ao poeta mato-grossense Manoel de Barros, nascido em Cuiabá e falecido em 2014, que nos fez relembrar o cheiro do mato, da terra e da chuva!

 

 

 




A acadêmica Erica Matias dos Santos é a mais nova colunista-colaboradora do ROL

ERICA MATIAS DOS SANTOS :
Alagoas, terra cultural!

 Mais uma vez venho a público para dar uma importante notícia: passou a integrar a equipe do ROL uma nova colunista-colaboradora: a alagoana Erica Matias dos Santos

 

Érica é uma poetisa de 23 anos, nascida no dia 05 de novembro de 1993, em São Miguel dos Campos, estado de Alagoas. Ela se formou em Guia de Turismo Regional pelo Instituto Federal de Alagoas, onde despertou o gosto pela poesia. Desde então, dedica-se à literatura como forma de expressão, revelando em suas poesias a profundidade de um olhar encantador como forma de descrever as coisas simples da vida. Érica é autora de artigos e poemas e atualmente cursa ensino superior em Letras-Espanhol na Universidade Estadual de Alagoas. Em 2015, tomou posse como Sócia Honorária na Academia Miguelense de Letras e Artes – AMILA. Participa ativamente de eventos acadêmicos, feiras literárias, recitais de poemas, lançamentos de livros, entre outros eventos culturais. Em julho de 2016 participou da 5.ª edição do Encontro dos Escritores Alagoanos realizado na cidade Pilar/AL, representando sua cidade natal e foi classificada em 2.º lugar no concurso cultural dos escritores alagoanos com o poema: ‘ALAGOAS, TERRA CULTURAL’ (que segue abaixo). Em 25 de julho de 2017, no Dia Nacional do Escritor, tomou posse como Sócia Correspondente da Academia Pilarense de Letras. Em agosto de 2017, foi classificada em 1.º lugar no Concurso Literário Nacional ‘Prof. Armando Oliveira Lima’, de Sorocaba/SP. Tem poemas publicados no site Recanto das Letras e faz parte da Confraria: Nós Poetas, de Maceió. Em parceria com o fotógrafo argentino Pablo de Luca, Erica estará participando, até o dia 23 de agosto de 2017, da exposição ‘Arretada Labuta’, com 28 poemas de sua autoria, no Arquivo Público de Alagoas, em Maceió. Saiba mais sobre Érica Matias dos Santos, acessando a página dela no saite ‘Recanto das Letras’ e em sua página do Facebook. Parabéns, editor Sergio Diniz da Costa por mais esta nova e admirável descoberta literária! Seja bem vinda, Érica! (Helio Rubens,editor)

 

Fazer poesia é deixar fluir a sensibilidade como um rio flui ao encontro do mar. Ler poesia é mergulhar entre as palavras e afogar-se na emoção.

Erica Matias

 

Poema: ‘LINGUAGEM DO SILÊNCIO’

 

Deixa-me olhar em teus olhos

Neles estão as marcas do teu ser,

Dizem quem tu és,

Mostram –me teus medos,

Anseios e desejos.

Neles desvendarei os teus mistérios.

Deixa-me

Mergulhar no teu olhar ciano

Sereno…

Simples como uma noite sem luar.

Gosto de admirar…

Os olhos não mentem.

Mergulhe na profundeza do meu olhar.

Os olhos não mentem jamais.

São espelhos da alma.

Deixes transparecer o que não me queres dizer

Pela linguagem do silêncio.

(Erica Matias)

 

Poema: ALAGOAS, TERRA CULTURAL

 

A terra das Alagoas

É vasta, colorida e bela.

Tem gente bonita, comida boa e história pra contar.

Alagoas é o paraíso onde muitos querem morar,

Porção de terra, carregada de coqueirais,

Imensidão de mar com piscinas naturais.

Pena que o Gogó da Ema fisicamente não existe mais,

Mas Alagoas é conhecida como a terra dos Marechais.

Estado rico em diversidade cultural,

Inúmeros folguedos e danças que se eternizam

Do carnaval ao natal.

Admiro Alagoas por sua grandiosidade

Belíssimas praias,

Verdadeiros espelhos do céu,

Onde as andorinhas voam sobre o mar

Ao encontro das jangadas lentamente a navegar.

Alagoas é sem dúvida um celeiro cultural

Possui grandes poetas e artistas em geral.

Berço de Jorge de Lima, autor que muito fascina,

E bem se inspirou em sua terra natal.

Alagoas, esplêndido Estado,

Onde vivem os renomados autodidatas

Nelson da Rabeca e Jorge Calheiros

Que em busca de seus sonhos,

Venceram seus medos e conquistaram o Brasil inteiro.

Alagoas é o lugar de um povo forte e guerreiro.

Alagoas tem também inúmeras Marias e Josés

Astros e estrelas que expressam seu clamor.

São numerosos talentos que desabrocham como flor.

Alagoas tem riquezas do sertão ao litoral,

Estrela radiosa!

Todas as artes destacam-se nessa pátria gloriosa.

Terra de encantos mil,

Esse pedaço de chão é o mais lindo do Brasil.

(Erica Matias)

 




Poetas da região participam do Projeto Pão e Poesia 2017

Participam poetas de várias cidades da região

Os poetas Carlos Carvalho Cavalheiro e Adriana Eli Negrini, ambos de Sorocaba; André Telucazu Kondo, de Jundiaí; Fior Constante Ferrari, de Itapetininga; Geraldo Trombim, de Americana; estão entre os 73 poetas selecionados para o projeto “Pão e Poesia” 2017, da cidade de Blumenau / SC.
O resultado do concurso foi divulgado na madrugada do dia 15 de outubro. A Fundação Cultural de Blumenau (FCBlu) e a Editora Cultura em Movimento divulgaram a lista dos poemas classificados na edição do concurso Pão e Poesia 2017 em sites da internet. Devido a grande quantidade de poemas recebidos, o conselho da editora decidiu aumentar o número de selecionados de 30 para 73. Os trabalhos serão publicados entre novembro de 2016 e 2017, em pacotes de pão que serão distribuídos nas padarias catarinenses. Os autores receberão exemplares de seus poemas logo que os cartuchos forem impressos.

A edição deste ano foi considerada um sucesso e ficou acima da expectativa. “Os textos provam que a produção literária está mais viva do que nunca, e mostra a importância do Projeto Pão e Poesia no país”, comenta o presidente da Fundação Cultural, Rodrigo Ramos. “O conselho da editora e a FCB pretendem digitalizar os poemas classificados nesta e nas edições anteriores, que já estão publicados em livros.”

Além disso, os poemas serão veiculados em bolsões poéticos no Horto Botânico Edith Gaertner, um espaço arborizado que fica atrás da Fundação Cultural, no Centro Histórico. Esta iniciativa será aberta aos turistas, escolares e demais visitantes. “Parabenizamos os selecionados e agradecemos a participação dos mais de 400 poetas”, comemora a gerente da Editora Cultura em Movimento, Marlene Anuseck. “Todos os participantes receberão via e-mail o resultado da seleção”, conclui.

Confira quem foi selecionado, suas cidades e os títulos das poesias:

– Adriana Cristina Razia – Quatro Barras (PR) – Desjejum com poesia

– Adriana Eli Negrini – Sorocaba (SP) – Vitória, O perdão e a punição

– Adriana Gusmão Antunes – São Mateus (ES) – Pãoesia

– Alana Regina Sousa de Menezes – Três Lagoas (MS) – Sintonia

– Alberto Arecchi – Pavia (Itália) – Noite de primavera

– Alcione Alvim da Silva – Blumenau (SC) – A vida boa

– André Luiz Soares – Vila Velha (ES) – Ávido, primavera

– André Telucazu Kondo – Jundiaí (SP) – Quando as manhãs trasnbordam

– Andressa Barrichello – Curitiba (PR) – Vida e morte no Castro

– Andressa Wille – Curitiba (PR) – Nevoeiro

– Ângelo N. G. de Campos – Blumenau (SC) – A margarina do pão, de má sorte

– Anna Luisa de Mello Sampaio Braga – Teresópolis (RJ) – De um cara sincero

– Aparecida Gianello dos Santos – Martinopolis (SP) – (Des)considerações sobre o tempo, caso complicado

– Augusto Barros Mendes – Niterói (RJ) – Amorragia

– Camila Benedita de Matos Ferreira – Arandu (SP) – Culpa ou gratidão

– Carlos Carvalho Cavalheiro – Sorocaba (SP) – Tempo, olhos

– Cássio Jose Rodrigues Pereira – Campo Grande (MS) – Antologia, a régua

– Cristiane Dias – Criciúma (SC) – Engraçadinho, o Rio

– Daniela Augusta Silva – Limeira (SP) – Afetos

– Dora Oliveira – Ipatinga (MG) – Alicia

– Edison Amaro de Souza – São Gonçalo (RJ) – Irmã Dulce, a Cristiano Dez da Dinamarca

– Erica Azevedo Santos – Santo Estevão (BA) – Enigma

– Felipe Thiago Cordeiro da Rocha – Boa Vista (RO) – Fazer poético

– Fior constante Ferrari – Itapetininga (SP) – Mão

– Francisco Genilson dos Santos Silva – Juazeiro do Norte (CE) – Ser… Humano

– Gabriela Vasco da Silva – Florianópolis (SC) – Solitude

– Geraldo Trombim – Americana (SP) – Pedra sobre pedra

– Iogo Silva Chirola – Brasília (DF) – Respostas

– Irede Inês Masieiro Farenzena – Veranopolis (RS ) – Em pedaços

– Isabel Florinda Furini – Curitiba (PR) – Um desjejum diferente

– Ismar Babosa – Rio de Janeiro (RJ) – A velha

– Itamar Rabelo de Souza – Ourinhos (SP) – Entre silêncios

– Jefersom Luiz Cadamuro Nunes – Maringá (PR) – Comi tudo…

– João Carlos Rey – Curitiba (PR) – Romeu e Julieta

– João Renato Marino – São Paulo (SP) – Viagens

– Joaquim Alfreto Guimarães Garcia (Alfredo Garcia-Bragança) – Ananindeua (PA) – Ruínas

– Jorge Alberto Silva Miranda Junior (Alberto da Costa) – Salvador (BA) – O inteligente vagabundo

– Josué Cruz – Blumenau (SC) – Escrita

– Juliana Galvão Borel – Rio de Janeiro (RJ) – Desnudos

– Nadia Virginia Barbosa Carneiro – Salvador (BA) – Poema para comer

– Neida da Costa Rocha – Pomerode (SC) – Biblioteca

– Newton de Souza Nazareth – Rio de Janeiro (RJ) – Página virada

– Nilton Silveira – Porto Alegre (RS) – Travessia

– Paulo Cezar Tórtora – Rio de Janeiro (RJ) – Viagem

– Paulo Roberto Wovst Leite – Blumenau (SC) – Paladar

– Ricardo Mainieri – Porto Alegre (RS) – Labirinto-me

– Ricardo Monocovo Tonet – Amparo (SP) – Enquanto você quiser

– Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz – Salvador (BA) – Alimento da vida

– Rodolfo Elias Minari – Rio Branco (AC) – Sonho

– Sara Regina Albuquerque França – Maceió (AL) – Ponto de vista

– Sarah Matos Magalhães – Brasília (DF) – Sorriso bom

– Siberita Pinheiro – Maringá (PR) – Poesia pro seu dia de lida

– Simone Estael Francesconi Martinelli – São Paulo (SP) – Encante os pássaros, de essência perolada

– Tainá Canônico Atibaia – Londrina (PR) – Hoje acordei mudado

– Tarsila de Carvalho Fonseca – Rio de Janeiro (RJ) – Alimento antigo

– Tatiana Alvez – Rio de Janeiro (RJ) – Temperança

– Thiago Franklin de Souza Costa – Jacarepaguá (RJ) – A formiga

– Tiago D. Oliveira – Salvador (BA) – Segundo passeio de bicicleta

– Valeria Sales Miguel da Silva – Garanhuns (PE) – Soneto do existir

– Victor Hugo V. Alcântara (Flay Wolf) – Guarulhos (SP) – Por todos

– Vinicius Paulo Valência – Getulio Vargas (RS) – Só… O pão, a faca…

– Wagner – Água Doce (SC) – Enquanto existirem versos

– Wesley Moreira de Almeida – Feira de Santana (BA) – Das bem-aventuranças

– Yana Priscila Pimentel de Lima – Maceió (AL) – O meu amor

Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello




Sergio Diniz da Costa: 'Os óculos dos poetas'

Sergio Diniz

“Os poetas, por meio de lentes especiais, veem e sentem a transcendência das formas; das formas impermanentes, caleidoscópicas.”

 Num primeiro momento, passou-me pela cabeça que eu estava tendo um surto de paixão pela tela do meu computador. Afinal de contas, parece que, a cada dia que passa, aproximo-me mais dela.

Antes fosse, pois paixão é coisa passageira. A origem dessa aproximação, no entanto, e infelizmente, é duradoura: os olhos que, a cada ano, enxergam menos!

Uma ida recente ao oftalmologista, pra minha tristeza, apontou um acréscimo de grau às minhas lentes já tão cansadas. Por sorte, entretanto, uso os óculos apenas para leitura.

E, depois dessa constatação oficial, fico a meditar sobre a inexorabilidade do tempo em relação a tudo e, em particular, ao corpo físico.

Ainda me lembro da primeira vez em que fiz um exame de vista ─ ainda na minha juventude ─, provavelmente para efeito de obter a Carteira de Motorista. E o resultado do especialista: eu enxergava tão bem que até poderia ser um astronauta!

Com o tempo, contudo, não me tornei um astronauta, porém, meus olhos, eles sim, gradativamente, têm ido ‘pro espaço’.

Todavia, não podemos nos deixar abater com esse tipo de coisa, natural, aliás. Devemos, ao contrário, nos apegar a um sapientíssimo provérbio português: ‘Vai-se o anel, ficam os dedos’.

E, ficando os dedos, e já com os óculos com lentes mais possantes, estou cá, mais uma vez, e a uma distância recomendada da tela do computador, digitando uma nova crônica: ‘Os óculos dos poetas’!

Os poetas têm óculos! A propósito, nascem com eles! E suas lentes são inquebrantáveis, pois que diáfanas. Porém, não podem ser medidas em graus, entendidos estes como ‘cada uma das principais divisões da escala de certos instrumentos de medida’.

As lentes dos óculos dos poetas não podem ser medidas, mas, apenas sentidas. E não há uma Tabela de Graus de Sensibilidade para aferir a quantidade e a qualidade de sentimentos que circulam pela alma dos poetas.

Os poetas enxergam e, mais do que enxergar, sentem o mundo que os envolvem por meio de óculos sutis, óculos esses que o Tempo, o implacável Tempo em relação ao corpo físico, faz-se deles um espectador atento e maravilhado.

Os poetas, por meio de lentes especiais, veem e sentem a transcendência das formas; das formas impermanentes, caleidoscópicas. E, nesse sentir último das coisas e dos próprios seres, são, eles mesmos, da mesma essência; da essência da qual são feitas as estrelas… e os sonhos!

 

Sergio Diniz da Costa

jornalculturalrol2@gmail.com