‘Brincar é mais que brincadeira. A importância do brincar no equilíbrio emocional das crianças’
A infância em nossa sociedade é considerada o período do desenvolvimento do ser humano que vai do nascimento até aproximadamente o décimo segundo ano de vida de uma pessoa. Esse período é caracterizado por uma linguagem própria, que tem um significado extremamente importante no desenvolvimento infantil, que é o brincar. Através dele a criança constrói a base principal e o suporte para toda a sua vida.
O brincar é uma ação que vai além da busca de prazer, é uma forma de lidar com os desejos, irritações e frustrações entre outros sentimentos que possam inconscientemente existir dentro da criança, possibilitando conhecer um pouco de si mesma e do outro, quando busca parcerias e explora os objetos.
O ato de brincar conduz a criança a experimentar, descobrir, inventar, aprender e conferir habilidades além de estimular a curiosidade, a autoconfiança, a autonomia e ainda proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da coordenação motora.
A criança quando brinca tem uma interação constante, tornando-se cada vez mais criativa ao comunicar-se com seus pares, expressar-se através de múltiplas linguagens, podendo descobrir regras e tomar decisões.
A ludicidade nessa concepção se torna necessária e indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança conduzindo-a para um desenvolvimento progressivo de uma personalidade sadia.
Brincando, a criança cria, recria e representa os acontecimentos que lhe deram origem. Toda brincadeira é uma imitação transformada no plano das emoções e das ideias de uma realidade anterior. Quando brinca a criança se transporta para um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonho onde a realidade e faz de conta se confundem.
O brincar não é um simples passatempo e nem uma ação sem função importante sendo apenas para o entretenimento da criança, ele tem um significado muito maior relacionado à construção da identidade da criança.
A ação lúdica na infância é compreendida como um processo que auxilia a criança a confiar em si mesma e em suas capacidades, fazendo com que ela desenvolva uma personalidade adulta capaz de saber lidar com as adversidades e manter-se forte após enfrentá-las. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas e ansiedades.
O que está acontecendo com a mente da criança determina sua atividade lúdica, brincar é sua linguagem secreta e deve ser respeitada mesmo quando for difícil de compreender o seu sentido. A privação do lúdico, consequentemente da ação de brincar na infância, faz com que a criança, quando adulta, apresente grande dificuldade de trabalhar em equipe e lidar com as adversidades.
A ludicidade, ou seja, o brincar deve ser motivo de reflexão constante na ação docente, principalmente na Educação Infantil, devido a sua importância para um desenvolvimento infantil equilibrado do ponto de vista físico, cognitivo, emocional e social.