Irene da RochaImagem criada por IA do Bing – 05 de junho de 2025, às 00:42 AM
Sonhar contigo, mesmo além do oceano, Imaginar tua pele, quente e morena, Te ouvir como eco de uma voz serena, Desejar teus beijos em meu rosto insano.
Respirar ofegante, o coração em declínio, Seus braços entrelaçados, dúvida e desejo, Apenas tua presença faz o tempo enlevo, E transforma o silêncio em ritmo divino.
Aguardo esse instante, sonho e esperança, Tão vívido, quase utopia que encanta, Vida segue seu rumo, com esperança,
Mas minha razão insiste em que vale a pena, Crer nesse amor que o coração revela, Um sonho verdadeiro, pura e serena.
Ella DominiciImagem criada por IA no Bing – 20 de março de 2025, às 07;30 PM
O vazio chegou primeiro. Antes do nome, antes da pele, antes do rosto que me ensinaram a chamar de meu. Fui menos que um nada, um quase-ser esperando a sorte do verbo.
Apaguei-me para caber no mundo. Deixei pegadas que não segui, vendi silêncios para comprar presença. E ainda assim, o resto de mim ficou insistindo em existir no que me faltava.
Houve um tempo em que fui todos, um eco na multidão dos que não sabem que são. E então, o traço. O risco. A marca. Era eu. Não um nome, não um número, mas um corte no papel do tempo.
Deixei o coro dos rostos repetidos. O coletivo me olhou como se eu traísse o pacto dos que preferem ser sombra. Mas a sombra não tem peso, não tem voz, não tem gravidade para sustentar-se.
E eu queria ser corpo, queria ser coisa que não se apaga. Queria ser o avesso da ausência, o nome que me veste sem caber em mais ninguém.
Paulo SiuvesImagem gerada com IA do Bing ∙ 28 de setembro de 2024 às 6:18 AM
“Por que ela teve que ir? Eu não sei/ Ela não me diria Eu disse algo de errado, agora anseio Pelo dia de ontem” (‘Yesterday’ – The Beatles)
Em meu coração, há uma canção que parece nunca terminar. É como se eu estivesse sempre no meio de uma composição musical interminável, tocada em acordes de esperança e tristeza. O meu mundo interior é o palco onde a luz nunca se apaga e as cortinas estão sempre abertas para uma peça que nunca chega ao fim.
Você, com sua beleza única e enigmática, é a nota que nunca se completa. Sempre que tento alcançá-la, você me desafina no ar, tornando-se um tom que escapa aos meus maiores esforços. Sua presença é um acorde suspenso, uma tonalidade que nunca se concretiza. Cada vez que penso que estou perto de tocar você, o destino nos separa e eu fico com o eco do seu não ser.
A música que toca em mim é uma sequência interminável de esperanças e sonhos. Cada verso parece repetir o mesmo desejo não realizado, cada refrão é um ritornelo do que poderia ter sido. Eu continuo a dançar, a cantar, a viver conforme a melodia que nunca se resolve, como se o tempo não fosse importante e a espera fosse uma parte natural do meu ser.
No meio dessa canção sem fim, encontro algo de beleza. Talvez a verdadeira essência esteja na jornada interminável, na aceitação de que a canção nunca terá um final. Nessa melodia que não se completa, descubro uma forma de paz. É uma aceitação do que é, uma promessa de algo que nunca será, mas que continua a tocar o meu coração, sempre me lembrando do que poderia ter sido.