Início da primavera
Em toda estação há solidão
Primavera
Estação das flores
José Antonio Torres: Poema ‘Estação das flores’
Chegou a primavera!
Com ela vêm as flores trazendo beleza à vida,
Germinando promessas, expectativas e sonhos.
O ar se torna mais puro, impregnado dos mais variados aromas e alegria incontida.
Os jardins ganham vida e beleza, exaltando as dádivas da Natureza.
Os corações em festa se procuram na expectativa do amor;
Os pássaros emitem seus cantos com alegria e em louvor.
A estação das flores, da sutileza das cores, traz à vida o encanto e a concretização dos amores.
Nessa atmosfera mágica, tu és o meu encanto.
Exalas o perfume da mais delicada flor.
Com a alma extasiada, não reprimo o pranto.
Envolto por essa aura idílica, não contenho o ardor.
Te sinto ainda mais minha e me entrego a ti por inteiro.
A ternura afaga os corações, e o amor, em uma simbiose perfeita, nos unifica sorrateiro.
A paz habita em nós, trazendo ânimo e esperança de reencontrar, no coração e na vida, a felicidade e a pureza da criança.
Que a raça humana possa plantar em seu espírito, as flores dos sentimentos mais nobres;
Que o inverno da maldade, da ingratidão e do ódio, seja banido dos corações, afastando os sentimentos pobres;
Que o sorriso exale bondade e do abraço emane a energia do mais doce amor;
Que este planeta se transforme em uma eterna Primavera de harmonia e paz, nos trazendo luz e extinguindo a dor.
José Antonio Torres
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Viver um sonho
Garça solitária
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Garça solitária’
Em pleno Sol de primavera,
em abstrata candura,
o tempo passa imóvel e terno.
Na obscura solidão,
a garça,
linda plumagem,
desfila nas pedras da praia
a correr das altas ondas
que resvalam em leques
e debruçam-se em véus
de cascatas.
Pensativa que de longe veio
a pávida garça que o Sol fustiga,
solitária,
misteriosa,
espreita as ondas,
e alça o voo inefável
ao látego do vento.
Trajeto rasteiro
entremeia caminhos
na surdina da tarde,
ao Sol que morre lento.
Sob o olhar do crepúsculo,
o véu da sombra.
Viestes dos cerros pousar,
sobre o tapete de pedras da praia,
ou no verde-esmeralda
das águas da paisagem,
garça solitária?
Ceiça Rocha Cruz