Lidando com as decepções

SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘Lidando com as decepções’

Joelson Mora
Joelson Mora
Saúde integral: lidando com as decepções
Imagem criada pela IA do Bing

A saúde integral não se refere apenas ao bem-estar físico, mas engloba também a saúde mental, emocional e espiritual. Entre os desafios mais comuns enfrentados no dia a dia, estão as decepções, os sentimentos de raiva, ódio, injustiça e vingança. Aprender a lidar com essas emoções é fundamental para manter o equilíbrio e a saúde integral. 

Decepção

A decepção é uma emoção que surge quando as expectativas não são atendidas. Pode ser causada por pessoas, situações ou até por nós mesmos. É natural sentir-se decepcionado, mas o mais importante é como lidamos com esse sentimento.

Raiva e Ódio

Raiva é uma reação emocional intensa que pode surgir como resposta a situações de frustração, ameaça ou injustiça. Quando não gerenciada, pode evoluir para ódio, um sentimento mais profundo e duradouro.

Injustiça

Sentir-se injustiçado pode gerar uma gama de emoções negativas, desde tristeza até raiva intensa. É a percepção de que algo foi feito contra nós de maneira desleal ou desonesta.

Vingança

O desejo de vingança é uma reação natural ao sentimento de injustiça ou traição. No entanto, é uma resposta que tende a prolongar o sofrimento, ao invés de resolver o problema.

O primeiro passo para lidar com essas emoções é o autoconhecimento. Entender de onde vêm esses sentimentos e reconhecer suas causas pode ajudar a tratá-los de maneira eficaz.

É importante encontrar maneiras saudáveis de expressar emoções. Falar com amigos, familiares ou um terapeuta pode ser uma forma eficaz de liberar tensões e buscar aconselhamento.

Práticas de mindfulness e meditação podem ajudar a acalmar a mente, reduzir a raiva e promover uma visão mais clara e equilibrada das situações. Essas práticas ensinam a viver no presente e a observar os pensamentos sem julgamento.

A atividade física é uma excelente maneira de liberar tensões e melhorar o humor. Exercícios como corrida, yoga ou artes marciais podem ser particularmente eficazes na gestão da raiva.

O perdão é uma ferramenta poderosa para a cura emocional. Perdoar não significa esquecer ou justificar o que aconteceu, mas sim libertar-se do peso do ressentimento e seguir em frente.

Em alguns casos, pode ser necessário buscar ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas estão capacitados para ajudar a identificar e tratar questões emocionais profundas, proporcionando estratégias e técnicas de enfrentamento.

A saúde integral exige um equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Lidar com decepções, raiva, ódio, injustiça e vingança é um processo que demanda tempo e dedicação, mas é essencial para o bem-estar geral. Através do autoconhecimento, da expressão saudável das emoções, da prática de mindfulness, do exercício físico, do perdão e, quando necessário, da ajuda profissional, é possível superar esses desafios e alcançar uma vida mais equilibrada e saudável, para isso exige esforço então vamos nos esforçar todos os dias para sermos seres humanos melhores! 

Joelson Mora

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O vestido preferido de Teresa

Virgínia Assunção: Crônica ‘O vestido preferido de Teresa’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
Microsoft Bing – Criador de imagens do designer, da plataforma DALL-E3

 Dona Tereza é uma mulher virtuosa, mãe dedicada, dona de casa prendada, cozinheira de mão cheia, daquelas comidinhas caseiras, que são as melhores que têm. Ela morava em uma bela casa, muito grande com um quintal gostoso, com muitas plantas, um pé de mangueira, a casinha dos dois cachorros; um perdigueiro e um dobermann.

     No final dos anos 1970, que foi quando se passou essa história, ela ainda não tinha máquina de lavar, tinha uma pessoa que ia duas vezes por semana para ajudá-la nas tarefas domésticas. Porém, o fato de não ter máquina de lavar, não a incomodava, pois uma das coisas que ela mais gostava de fazer era lavar roupa na bela lavanderia que o marido construiu para ela. 

     No fundo da casa tinha também um pequeno apartamento, bem bonitinho, feito para a sua mãe, dona Dalva, para que ela tivesse a privacidade necessária. Todas as vezes que dona Tereza ia lavar as roupas, a sua mãe sentava-se ao seu lado para ficarem ouvindo rádio, cantando, conversando e sorrindo, sorriam sem parar, o tempo todo. 

     Dona Tereza sempre foi vaidosa, sempre! Já está idosa, mas até hoje não deixa de andar arrumadinha e sempre cheirosa, mesmo dentro de casa. 

     Nesse dia em especial, ela estava com um vestido, já surradinho, mas que ela amava muito e ficava se sentindo, segundo ela, toda vez que o usava. Principalmente, porque ela pedia a opinião da mãe sempre que vestia qualquer roupa e a resposta nunca deixava de ser positiva. 

     Naquela manhã ensolarada e feliz de um dia qualquer nos anos 70, dona Tereza estava lá fazendo o que mais gostava: lavar roupa. Toda bonitinha, com o vestido com o qual ela achava que a deixava mais bonita ainda. A sua mãe, silenciosa, ouvindo a filha cantar e observando tudo, num momento de profunda sinceridade, que acredito que só as mães têm; disse:

     – Minha filha, você é toda bonitinha, fica bonitinha com qualquer roupa, mas esse vestido não deixa você muito bem, não. Se eu fosse você, não usava mais ele.

     Dona Tereza não acreditava no que ouvia:

      – O quê? O quê mamãe? Eu ouvi direito? Eu não fico bem nesse vestido? Não! Não, meu Deus! Não posso acreditar! Não! Eu não estou ouvindo isso. Não pode ser.

     Dona Tereza tem o perfil muito brincalhão, apesar da idade, sempre faz graça de tudo e quando isso aconteceu ela fez o maior drama; pegou toda a roupa que estava ensaboada e jogou no chão, revoltada com a revelação tardia da mãe. Enquanto isso, a sua mãe estava quase tendo uma síncope de tanta rir. E dona Tereza continuou com o drama:

     – Meu Deus, depois de tanto tempo achando que eu estava abafando, o vestido já está velho e a senhora agora vem me dizer que eu não fico bem, não posso acreditar que a minha própria mãe fez isso comigo…Não, não, não!

     Dona Dalva estava engasgada de tanto rir… 

     Dona Tereza se retirou e para completar o drama, voltou com o vestido cortado pela cintura, vestida só com a parte de cima e de calcinha; fez uma blusa e jogou a outra metade do vestido no meio do quintal.

     – Mamãe, não quero mais sua opinião! Ainda tem alguma roupa que a senhora disse que fico linda e não é verdade? Fale agora para que eu corte tudo! Mulher, eu confiei tanto na senhora, perguntei mil vezes se estava bem com esse vestido; a senhora deixou ele ficar velho para me dizer que fico feia nele… Agora eu vou terminar de lavar a roupa assim, de calcinha e com o resto do vestido. Inacreditável o que a senhora fez comigo e ainda fica rindo de mim.

     – Vá vestir uma roupa, Tereza! Seu marido chega já com os meninos da escola.

      Dona Dalva conseguiu balbuciar, pois não tinha forças de tanto rir. 

     – Não vou! Quando perguntarem o que aconteceu, vou dizer o que a senhora fez comigo.

     Dona Dalva, não conseguia falar mais nada, afogada no próprio riso.

Virgínia Assunção

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