Religião: fortifica e solidifica a pessoa humana

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: Artigo ‘Religião: fortifica e solidifica a pessoa humana’

Foto do autor do texto, o colunista Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo

O ser humano que alcança os sentimentos e os valores: do amor, da felicidade e da paz, eventualmente entre outros, também eles fundamentais, certamente fica dotado de um poder que nenhuma outra via lhe proporciona. O poder religioso fortifica e solidifica, quem o possui, nos sentimentos da confiança e da esperança, sem os quais será difícil evoluir para uma sociedade verdadeiramente humana, fundamentalmente, quando se perde o amor pelo Deus que tudo cria, controla e extingue.

Será pela confiança em si, e no seu Deus, e pela esperança que ELE incute, através do amor, que o homem alcançará a felicidade e a paz, porque: «O verdadeiro e perfeito amor se mostra nisto: que se tenha grande esperança e confiança em Deus; pois só na confiança se sabe que há um amor verdadeiro e total, pois se alguém ama outrem de todo o coração e com toda a perfeição, surge a confiança; pois tudo quanto se ousa esperar de Deus, nele verdadeiramente se encontra e ainda mil vezes mais.» (ECKHART, 1991:119).

O poder que resulta da atitude religiosa, suportado: na confiança, na esperança e no amor, permite: ao indivíduo humano, em particular; e à sociedade, e geral, a partir de uma vida dedicada, também aos valores religiosos, alcançar situações de: verdadeira paz, felicidade inebriante e realização plena, porque: «A religião está assim implicada no mais íntimo da vida do espírito; mais ainda, é a plenitude da vida da pessoa, colocada como está no termo mesmo de suas dimensões contemplativa e prática – donde elas se conjugarem na atitude de reconhecimento, adoração e submissão à Pessoa Divina, Causa primeira e Fim último do ser da pessoa e de todo o ser criado.» (DERISI, 1977:53).

 Podem a ciência, a técnica e todo o materialismo humano produzir os mais sofisticados bens: dos supérfluos aos indispensáveis; da ostentação à miséria; do domínio à subjugação, sem que isso signifique a resolução de todos os problemas, ou o agravamento dos mesmos, respetivamente.

A pessoa, a família, a sociedade, que transportam consigo confiança, esperança e amor, possuem um poder que nenhuma outra arma, ou sistema bélico, conseguem destruir, porque aqueles sentimentos, já são próprios de um ser superiormente dotado, preparado para, mesmo no sofrimento e na derrota material da vida físico-social, continuar a lutar pelo objetivo último que se há de concretizar numa vida espiritual, repleta de certezas divinas, da união a Deus, onde todos os sofrimentos, injustiças e humilhações cedem o lugar a uma vida eterna, tranquila, justa e digna.

É este poder que alimenta e dá coragem para enfrentar, num mundo materializado, as dificuldades, os obstáculos, os ódios, as vinganças e traições, que uma pequena minoria tenta impor, à maioria generosa e de boas pessoas.

 É este poder que resulta de uma confiança sem limites, de uma esperança sempre renovada, e de um amor cada vez mais consolidado, que permite que multidões anónimas, periódica e ciclicamente, se dirijam aos lugares sagrados, justamente para agradecer, e pedir a Deus, a satisfação de necessidades básicas: Graça Divina, saúde, trabalho, amor, paz e felicidade.

Nenhum outro poder entusiasma e mobiliza tantas pessoas como o poder de Deus, configurado na Religião que cada um abraça e comunga, sempre com uma confiança e esperança renovadas, precisamente, no amor ao seu Deus.

Em bom rigor, tudo indica que: «A chave da existência humana é o impulso religioso inato que brota da vida essencial universal e a ela aspira retornar. Isso é verdade hoje e o tem sido através da história humana. Os humanoides não se teriam tornado humanos sem a inteligência, mas somente o sentimento religioso poderia tê-los capacitado a desenvolver a inteligência e outras capacidades mentais ou espirituais associadas à nossa espécie. » (IKEDA, 1982:222).

Bibliografia

DERISI, Octávio Nicolás, (1977). Valores Básicos para a Construção de uma Sociedade Realmente Humana, Tradução, Alfredo Augusto Rabello Leite, São Paulo: Mundo Cultural.

ECKHART, Mestre, (1991). O Livro da Divina Consolação e outros textos seletos. Tradução, Raimundo Vier, O.F.M. et al, 2ª Ed. Petrópolis: Vozes.

IKEDA, Daisaku, (1982). Vida: Um Enigma, Uma Jóia Preciosa. Tradução, Limeira Tejo, Rio de Janeiro: Editora Record.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

Contatos com o autor

Voltar: http://www.jornalrol.com.br




Quando nada me vê

Resenha do livro “Quando nada me vê”, de Thais Carolina da Silva, pela Editora Hope

Capa do livro "Quando nada me vê", de Thais Carolina Silva, pela Editora Hope

RESENHA

Este livro conta a história de Júlia, uma bailarina e artista plástica negra, competente, linda e amada por todos.

Julia mudou-se recentemente, após a morte do pai , para um apartamento num prédio cheio de senhoras simpáticas.

Trabalha em dois lugares, e ainda tem sua religião de matriz africana, o Candomblé, ao que se dedica tempo e felicidade por saber que sua vida é um milagre dos Orixás.

Tudo na vida de Julia caminhava em total tranquilidade até que ela, por descuido, ao pintar o muro em frente ao prédio onde mora, deixa cair a lata de tinta em cima de um homem que passava.

Sua vida daí em diante nunca mais será a mesma…

‘Quando nada me vê’ é um livro que aborda muitos assuntos importantes como o preconceito racial, religioso e de gênero.

Com muita sagacidade, Thais nos fala da dor que cada um destes preconceitos causam nas pessoas, o quanto isso ainda está enraizado em nossa sociedade.

Como as pessoas negras são julgadas pela sua cor, não levando em conta sua competência.

Nos fala também da dor do preconceito de gênero, do processo de libertação do medo e da felicidade em assumir sua posição neste contexto de ser o que você quiser, e ser feliz assim.

E também aborda a intolerância e o preconceito relativo às religiões de matriz africana.

Não é macumba!

Nunca foi!

Macumba é um instrumento musical.

Candomblé e Umbanda são religiões de matriz africana, que cultuam os Orixás e seus guias.

Um terreiro é onde se pratica caridade, amor e solidariedade.

E onde há paz!

Um livro de muita clareza e empoderamento.

Lindo, absurdamente emocionante.

Eu, particularmente, posso dizer que nunca chorei tanto lendo um livro.

Recomendadíssimo.

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SOBRE A OBRA

Por ser muito musical, a ideia desta obra surgiu com Thais escutando Alejandro Sanz, “Cuando nadie me vê”.
Ela decidiu falar um pouco sobre coisas que a incomodam e sobre o sagrado africano.
O intuito deste livro foi passar um pouco da vivência da autora, do que é cultuar uma religião de matriz africana, além de abordar o preconceito em várias outras formas.
“Quando nada me vê” passa mensagens poderosas e de muita importância para todas as pessoas.

SINOPSE DO LIVRO

Viver em sociedade é muito mais do que ser visto e julgado; é uma experiência de constante condenação.

As pessoas se vestem com máscaras para disfarçar quem realmente são, escondendo-se atrás de portas abertas para evitar o sentenciamento implacável dos outros.

Alberto, um homem comum, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando é atingido por um banho de tinta.

É nesse momento inesperado que ele encontra Júlia, uma professora de balé negra, de sorriso cativante e mãos habilidosas com a pintura.

Enquanto ele a julgava inicialmente como irresponsável, Júlia abre as portas do seu apartamento e revela a verdadeira essência de sua alma.

Lá, Alberto se depara com um espelho, com a frase inspiradora escrita: “A pessoa que estás vendo, vai te levar aonde quiseres!”.

Essas palavras provocam uma profunda reflexão em Alberto, abrindo sua mente para uma nova perspectiva sobre como a sociedade enxerga as pessoas.

Júlia, por sua vez, não apenas abre a porta do seu apartamento para ajudar Alberto, mas também abre sua vida e compartilha seu mundo com ele.

Ela revela a ele a beleza e a liberdade que existem nos bastidores, longe dos olhares críticos.

Júlia dança como se ninguém estivesse assistindo, expressando sua verdadeira essência, e quando pincéis tocam sua pele, ela se torna tão transparente quanto as águas de Oxum, revelando sua autenticidade.

Com o rio Guaíba como testemunha silenciosa e a sociedade como juíza implacável, a vida de Júlia e Alberto nunca mais será a mesma.

Eles desafiarão as convenções, romperão as barreiras do preconceito e descobrirão a força transformadora da verdadeira conexão humana.

Em meio a um mundo onde todos estão mascarados e julgados, Júlia e Alberto encontrarão coragem para se libertar e revelar sua verdadeira essência, desafiando os limites impostos pela sociedade.

Esta é uma história de amor, autenticidade e redescoberta que irá cativar e inspirar os leitores, mostrando que a verdadeira felicidade reside na quebra dos padrões e na busca pela nossa própria voz.

SOBRE A AUTORA

Foto da autora Thaís Carolina Silva, autora de "Quando nada me vê", pela Editora Hope

Thais Carolina Silva, tem 39 anos, nascida em Campinas mas se considera Indaiatubana de coração.

Divorciada, mãe de três meninas.

Formada em Rádio e Televisão e pós-graduada em marketing, tudo pela Seusp de Salto, onde mora.

Trabalha como radialista na FM 90, rádio cidade de Itu, Grupo Periscópio de Comunicação e no Jornal Periscópio.

Escreve desde os 10 anos de idade.

As primeiras cenas que escreveu foram de Imprecisos estilhaços, mas não tinha este nome na época.

Tem Tdha e Dislexia, porém isso não a impediu de ascender na carreira de radialista e de escritora, sua profissão e ofício que desenvolve com maestria.

Como mãe, profissional e escritora se sente feliz, privilegiada e um pouco sobrecarregada.

Uma pessoa que ama ler, estudar e se aprimorar em tudo que lhe causa curiosidade e inconformismo.

Seu maior orgulho é ser do interior, onde se sente em paz e pode transformar toda sua paz em escrita e boas mensagens.

OBRAS DA AUTORA

Capa do livro "Quando nada me vê" de Thais Carolina Silva pela Editora Hope

Capa do livro "Imprecisos estilhaços" de Thaís Carolina Silva, pela Editora Hope

ONDE ENCONTRAR O LIVRO