Quintanessência

Pietro Costa: Poema ‘Quintanessência’

Pietro Costa
Pietro Costa
“Na rua dos cataventos, brincou de ser pipa”

Para não atravancar as linhas dos sorrisos
Nos desvãos do caminho, semeando rima
Na rua dos cataventos, brincou de ser pipa
Andanças distraídas, de sapatos floridos

As torres de babel não alcançam o paraíso
Monstros de marfim paralisando as retinas
Os céus se reabrindo na poesia desmedida
Poemas abrem janelas para pulmões aflitos

O tic-tac que domestica os nossos esforços
Costura mortalhas fantasiadas de deidades
E na montanha de Sísifo rolamos os corpos

Quintanessência de uma vivaz simplicidade
Matinal luz de esperança descerrando olhos
No espanto do saber, nossa genuína liberdade

Pietro Costa

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O poeta e a poesia

Ivete Rosa de Souza: Poema ‘O poeta e a poesia’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
"poeta se lança ao fundo de um poço, mas alcança estrelas e magia"
“poeta se lança ao fundo de um poço, mas alcança estrelas e magia”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Para fazer poesia, é só pensar com o coração, 

 ele dita as palavras, esquece a pontuação

às vezes esquece e rima, outras faz reboliço

Como um trem descarrilhado

Sai do trilho, se joga na emoção

Às vezes planta flores onde existem pedras

E ainda assim ela nasce, florindo dando cor 

Poeta não pesquisa dicionário, tem coração preguiçoso

Não dá tempo pesquisar, sem data, nem horário

É tão maluco esse moço, seja por tristeza ou alegria

Se lança ao fundo de um poço, mas alcança estrelas e magia

Nas palavras escritas sem nexo, nem precisa muito esforço

Mas gosta de plantar amores, que por si só é poesia

Vai surgindo devagar, outras vezes escandaloso

Como um rio a transbordar, rebenta de dentro as palavras

Igual a semente que germina, às vezes só com um olhar

No tempo não determina, se vai ter onde parar

Poetas são todos loucos, com os parafusos soltos

Têm muita coisa para falar, muitas vezes se cansa, reclama 

Até de não poder versejar, e num estalo acontece

Parece estampido de dor, e a mão padece no embalo

Sem confiança, com temor, parece não conseguir 

Colocar no papel o que o coração exigente

Falando tão de repente, teimando em não repetir

A mão é que sofre a pena, da pena não traduzir

Tudo que o coração louco teima em sentir

Palavras que rasgam a alma, por teimosia escaparam.

Ivete Rosa de Sousa

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