Por que choras minha alma?

Ivete Rosa de Souza: ‘Por que choras minha alma?’

Ivete Rosa de Souza
Ivete Rosa de Souza
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Por que choras minha alma?

Acaso não te acompanho em tuas andanças, em teus anseios e arroubos?

Não estou presente quando choras ou quando ris?

Não sou eu que te sinto com o peito apertado?

Que dou vazão ao rio de lágrimas que me rasgam os olhos? 

Por que então esse pranto esparramado, doído, doido, que me alimenta de tristeza?

Sei que te enganas às vezes, mas não estas só, tens um coração traiçoeiro, que bate neste corpo que habitas, e um cérebro que se espanta, se quebranta e se rebela, com todas as emoções humanas contraditórias .

Às vezes a fúria se apresenta, outras vezes o medo se esconde, ou responde com lamentos, e há tantos planos que são roubados pelos ventos.

Tantos sonhos costurados, desfeitos ponto a ponto, depois remendados.

Não chores mais minha alma, o pranto espanta a felicidade. Esqueces que a saudade também pode trazer promessas? E há tantas delas escondidas em ti, não deixes tua aura de verdade, tua vontade, teus desejos adormecerem.

Dai-me asas para a liberdade, deixa-me alcançar a plenitude, com atitude e coragem que só os fortes conhecem.

Meus olhos verão a luz dos teus, na espetacular existência terrena. Depois seremos eternas enquanto a luz atravessa o tempo, esse tempo de existir e transcender do físico ao etéreo. Então estarás liberta minha alma, não mais encontrarás motivos para chorar, pois, enfim, encontrarás a perfeição!

Ivete Rosa de Sousa

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Raízes das linhas e sementes do riso

Ella Dominici: Prosa poética:
‘Raízes das linhas e sementes do riso’

Ella Dominici
‘As sementes livres voejam sós, nas asas do amor, nos bicos de beijos, copas e ninhos ardentes, até o templo dos sentidos’
Criador de imagens do Bing

Aqui, pegamos raízes que plantamos num alegre dia…

Da sacada o mar que se viu pela primeira vez e tristes areias.

Dentro da casa a velha contava ao ocaso, e ele a ouvia como por acaso. A avançada insegurança era como lepra, a vida, duas auroras, uma rosa e outra roxa.

No bolso um pente e na boca um dente. No lenço os dois pensamentos de sua mente, amarrados para não se perderem.

Às costas a crista do rochedo, altas escarpas da ilha antes tórrida.

Amigos conspiraram com as pedras, enquanto as portas cheirando a alho e tomilho acenavam pela maçaneta, ferrugem do interior da cozinha. A louça fugira do lugar.

As palavras balbuciavam na aurora dos sentidos enquanto iam as raízes viajando sobre pedras.

Desde então sabemos que as sementes são mais alegres do que as raízes que permanecem nos séculos dos tempos. Podem até subir escadas de mármore, mas não avançam às nuvens por furos dos tetos.

As sementes livres voejam sós, nas asas do amor, nos bicos de beijos, copas e ninhos ardentes, até o templo dos sentidos.

Passionais cavalgam em corbelhas de rosas, no dorso desvairadas, na vida são alegres e perdem as sandálias, não param para calçá-las, até mancando correm no movimento que ultrapassou, imutável, a profundeza do tempo das sementes … na alegria do riso.

Ella Dominici

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