Renascimento verde
Sergio Diniz da Costa: ‘Renascimento verde’
“Sempre haverá o botão
De uma rosa se abrindo”
Assim ouvi, adentrando
No jardim em ruína.
De quem era aquela voz?
Por que a mim se dirigia?
E onde estavam os botões?
Pois, olhando, eu nada via.
“Sempre haverá o botão
De uma rosa se abrindo”
Assim repetiu aquela voz
Que, das ruínas, soou atroz.
“Não sucumbe a semente profunda”
Soou, novamente, a mesma voz
Mas, nada entendendo, ela pareceu
Ter vinda de algum algoz.
“Não sucumbe a semente profunda”
Insistiu a misteriosa voz
Porém, não mais feroz
Mas, de uma calma oriunda.
E, assim, num instante
Dali não muito distante
Um inebriante perfume
Do cinza brotou o verdume.
E na manhã daquele dia
Quando sonhar não se podia
Um botão de rosa se abriu
Pois uma semente profunda
Da verde esperança surgiu!
Sergio Diniz da Costa