A Flor despetalada
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A flor despetalada’
Manhã solitária e taciturna,
suspiros ao vento
e, no silêncio, a solidão
em denúncia ao viver.
Florbela!
Bela flor no jardim do existir
versava com sapiência e destreza,
aos encantos do amor
e paixões abrasadoras.
Na quietude sombria,
tênue e esvaecida,
vagava o sofrimento, e desditosa,
a irreprimida saudade
dos encontros e desencontros
do tempo que passou.
Longas noites, com olhar vago,
em busca do amor no coração do tempo,
lágrimas no rosto da noite, e no seu,
incontida tristeza.
Em seu pranto,
no desespero e na desilusão,
a flor bela, bela flor
despetalada pela vida,
sucumbiu, dormiu eternamente
ao abrir das pálpebras douradas do sol,
entre cortinas transparentes da aurora.
Por fim, ventos sussurrantes
sopraram desesperados,
e a flor bela,
a bela flor, ao despetalar-se
o dia chorou!
Ceiça Rocha Cruz
(Relembrando Florbela Espanca)
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