A Flor despetalada

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A flor despetalada’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"Longas noites, com olhar vago, em busca do amor no coração do tempo, lágrimas no rosto da noite..."
“Longas noites, com olhar vago, em busca do amor no coração do tempo, lágrimas no rosto da noite…”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Manhã solitária e taciturna,
suspiros ao vento
e, no silêncio, a solidão
em denúncia ao viver.

Florbela!
Bela flor no jardim do existir
versava com sapiência e destreza,
aos encantos do amor
e paixões abrasadoras.

Na quietude sombria,
tênue e esvaecida,
vagava o sofrimento, e desditosa,
a irreprimida saudade
dos encontros e desencontros
do tempo que passou.

Longas noites, com olhar vago,
em busca do amor no coração do tempo,
lágrimas no rosto da noite, e no seu,
incontida tristeza.

Em seu pranto,
no desespero e na desilusão,
a flor bela, bela flor
despetalada pela vida,
sucumbiu, dormiu eternamente
ao abrir das pálpebras douradas do sol,
entre cortinas transparentes da aurora.

Por fim, ventos sussurrantes
sopraram desesperados,
e a flor bela,
a bela flor, ao despetalar-se
o dia chorou!

Ceiça Rocha Cruz
(Relembrando Florbela Espanca)

Contatos com a autora

Voltar: https://jornalrol.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/JCulturalRol/