As regras da natureza

Evani Rocha: Poema ‘As regras da natureza’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada pela IA do Gencraft
Imagem criada pela IA do Gencraft

Pise devagarinho

Fique de olhar atento

Tem passarinhos nos ninhos

E borboletas dentro da gente

Tem folhas vermelhas brotando

E terra úmida gestando as sementes

Fale sempre bem baixinho

Não incomode nossos vizinhos

Respeite o borbulhar da nascente

Contando segredos

Aos anfíbios e peixes:

Seus inquilinos

Respire o ar puro

Liberte-se das correntes

Aqui você é livre

Inserido nessa teia

Mas existe a lei da natureza

As regras dos bichos

Cada um no seu nicho

Ei! Não saia do seu!

Seja responsável

E receba em dobro

Do néctar da vida!

Evani Rocha

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Raízes das linhas e sementes do riso

Ella Dominici: Prosa poética:
‘Raízes das linhas e sementes do riso’

Ella Dominici
‘As sementes livres voejam sós, nas asas do amor, nos bicos de beijos, copas e ninhos ardentes, até o templo dos sentidos’
Criador de imagens do Bing

Aqui, pegamos raízes que plantamos num alegre dia…

Da sacada o mar que se viu pela primeira vez e tristes areias.

Dentro da casa a velha contava ao ocaso, e ele a ouvia como por acaso. A avançada insegurança era como lepra, a vida, duas auroras, uma rosa e outra roxa.

No bolso um pente e na boca um dente. No lenço os dois pensamentos de sua mente, amarrados para não se perderem.

Às costas a crista do rochedo, altas escarpas da ilha antes tórrida.

Amigos conspiraram com as pedras, enquanto as portas cheirando a alho e tomilho acenavam pela maçaneta, ferrugem do interior da cozinha. A louça fugira do lugar.

As palavras balbuciavam na aurora dos sentidos enquanto iam as raízes viajando sobre pedras.

Desde então sabemos que as sementes são mais alegres do que as raízes que permanecem nos séculos dos tempos. Podem até subir escadas de mármore, mas não avançam às nuvens por furos dos tetos.

As sementes livres voejam sós, nas asas do amor, nos bicos de beijos, copas e ninhos ardentes, até o templo dos sentidos.

Passionais cavalgam em corbelhas de rosas, no dorso desvairadas, na vida são alegres e perdem as sandálias, não param para calçá-las, até mancando correm no movimento que ultrapassou, imutável, a profundeza do tempo das sementes … na alegria do riso.

Ella Dominici

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