Sentimentos à deriva

Verônica Moreira: ‘Sentimentos à deriva’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Sentimentos  à deriva
Sentimentos à deriva
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Surpreendente o que vou expressar, mesmo que desconheça: ainda posso te acolher.

Sempre és um visitante constante, sem explicação ou motivo aparente, mas sempre presente.

Tua presença não se limita à sombra, vejo tua face real, teu olhar que lembra a serenidade da noite de Lua cheia.

Não compreendo a razão da tua chegada; nunca espero por ti, no entanto, de alguma forma, sempre vens.

Às vezes, vagando pela memória, outras vezes ancorando no porto do meu coração para descansar. Por que continuo sendo teu porto?

Não me questione sobre o destino: por que ainda navegas em mim, se eu sou o mar solitário?

Tento escapar, libertar-me de mim mesma, um navio repleto de paixões e desprovido de mim, porém, ocupando todo o teu oceano.

Não há chance de seres meu navio ou minha única tábua de salvação, pois pareces viver para me sabotar.

Meus sonhos e convicções nesse amor são simplesmente ilusões, imagens de um sentimento à deriva.

Verônica Moreira

Contatos com a autora

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Virgínia Assunção: 'Soneto da contemplação'

Virgínia Assunção

Soneto da contemplação

OLympus Digital Camera. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Raia_da_Atalaia_Fernando_de_Noronha_05.jpg. Criador: Picasa 2.0

Caminho serena nas areias de Atalaia

Uma garça inquieta cruza o meu caminho

Bicando os pequenos mariscos na praia

Penso, alegre: onde será o seu ninho?

 

Uma paz insondável toma minha alma

Olhando o movimento das águas tão bonito,

Descortino o cenário que me traz calma

Vislumbrando o horizonte infinito.

 

No vai e vem do mar se perde,

Toda a métrica da minha poesia

O vento dá voltas e voltas com leveza.

 

Mas, a contemplação me concede

A liberdade de escrever com frenesia,

No ir e vir incessante da correnteza.

 

Virgínia Assunção

mavifeitosa@gmail.com