Sentimentos à deriva
Verônica Moreira: ‘Sentimentos à deriva’
Surpreendente o que vou expressar, mesmo que desconheça: ainda posso te acolher.
Sempre és um visitante constante, sem explicação ou motivo aparente, mas sempre presente.
Tua presença não se limita à sombra, vejo tua face real, teu olhar que lembra a serenidade da noite de Lua cheia.
Não compreendo a razão da tua chegada; nunca espero por ti, no entanto, de alguma forma, sempre vens.
Às vezes, vagando pela memória, outras vezes ancorando no porto do meu coração para descansar. Por que continuo sendo teu porto?
Não me questione sobre o destino: por que ainda navegas em mim, se eu sou o mar solitário?
Tento escapar, libertar-me de mim mesma, um navio repleto de paixões e desprovido de mim, porém, ocupando todo o teu oceano.
Não há chance de seres meu navio ou minha única tábua de salvação, pois pareces viver para me sabotar.
Meus sonhos e convicções nesse amor são simplesmente ilusões, imagens de um sentimento à deriva.
Verônica Moreira
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