Entre sombras e suspiros de saudade, Ecoa a voz taciturna do amor, Como um sussurro que invade O coração sedento por calor.
Um beijo que deseja ser abraço, Sob o poente solene e sereno, Um doce tão intenso quanto um laço, Que une almas num eterno ser pleno.
Corpos unidos, em colinas se encontram, Em um dia que jamais se apaga, Juntos, pelas altas ravinas caminham, Em uma paixão que nada apaga.
Que o desejo perdure com a noite, E que o escuro seja testemunha, Do odor que o coração açoite, Em toda magia que nos acompanha.
Que se faça noite e a escuridão transpareça, Que o esplendor do amor, em mistério, apareça, Na voz taciturna que no silêncio se desvela, Em cada momento, a paixão revela.
Meu país, tão lindo, dourado pelo Sol, banhado pelos mares, rios, cachoeiras a rolar, povo hospitaleiro, alegre, diversas raças ao redor, de Norte a Sul, uma gigante nação a brilhar.
Mas há sombras em meio à luz deste lugar, algo que eu não conhecia, que veio a me chocar. Preconceito, discriminação, dor a nos cercar. Sou branca, meu marido preto, destino a nos testar.
Em passeios ou a trabalho, pelas estradas a rodar, onde estados se separam, precisamos viajar, muitas e muitas vezes, pela polícia a nos parar… Coincidência? Não sei, mas dói, difícil de aceitar.
Nas batidas feitas por policiais, a rotina a se formar, somos sempre parados, o coração a apertar. Coincidência? Não creio, a dor a nos devastar, o preconceito a nos seguir, a nos maltratar.
Mas o pior, aí a tristeza chorou: Viajamos por vários países, e a aleatória dos aeroportos, o que seria normal, nunca nos alcançou, mas no meu país, minha mãe gentil, mais de cinco vezes nos machucou.
Coincidência? Tristeza a nos corroer, a injustiça a nos atingir, difícil de esquecer, meu país, tão lindo, dourado pelo Sol! Mas há sombras que precisam dissipar, para o amor prevalecer.
Nas tramas do tempo, o mundo chora, Evolução tecendo sua lança. Entre avanços e sombras a pairar no ar, Guerras, cicatrizes, a humanidade a sangrar.
Na era da luz, o conhecimento floresce, cresce, Mas sombras persistem, onde a paz adormece. Sonhos inquietos, em busca do saber, Enfrentam batalhas por um amanhã a renascer.
Tecnologia avança, fronteiras e faz, Enquanto o eco das guerras ecoa, tenaz. O progresso e o caos, entrelaçados estão, Num poema que o presente e o futuro entoam.
Que na melodia da evolução e das dores, Haja espaço para semearem o amor. Pois no cadinho do tempo, onde tudo se entrelaça, A humanidade busca, na esperança, só o amor.