O pilar da saúde emocional

SAÚDE INTEGRAL

Joelson Mora: ‘O pilar da saúde emocional’

Joelson Mora
Joelson Mora
Depressão
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Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Quero ressaltar que a saúde integral é um conceito que envolve o bem-estar físico, mental/emocional e social do ser humano. Dentro desse contexto, a saúde emocional é um pilar fundamental, pois influencia diretamente a qualidade de vida e a capacidade de enfrentar desafios cotidianos. 

A depressão é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Essa condição afeta todas as idades, mas é mais comum entre os adultos jovens e as mulheres.

No Brasil, a situação não é diferente. O país tem uma das maiores taxas de depressão da América Latina. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 indicam que aproximadamente 11,5 milhões de brasileiros foram diagnosticados com depressão. As mulheres são as mais afetadas, representando cerca de 10,9% dos casos, em comparação com 3,9% dos homens.

A síndrome do pânico, caracterizada por ataques de pânico recorrentes e inesperados, também é uma preocupação significativa. Nos Estados Unidos, cerca de 2-3% da população sofre de transtorno de pânico em algum momento da vida. Essa prevalece também em outras partes do mundo, mas é considerada uma condição comum.

No Brasil, estima-se que 1,5% da população sofra de síndrome do pânico, segundo dados da Sociedade Brasileira de Psiquiatria. Isso equivale a aproximadamente 3 milhões de pessoas. A condição é mais prevalente em mulheres e frequentemente está associada a outros transtornos de ansiedade e depressão.

O suicídio é uma das principais causas de morte em todo o mundo. De acordo com a OMS, mais de 700.000 pessoas morrem por suicídio a cada ano, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. A faixa etária mais vulnerável é a de 15 a 29 anos, sendo o suicídio a quarta principal causa de morte nesse grupo.

No Brasil, o suicídio também é uma questão alarmante. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, foram registrados mais de 14.000 casos de suicídio, com uma taxa de 6,5 por 100.000 habitantes. A região Sul do país apresenta as maiores taxas. Homens jovens são os mais afetados, destacando-se a necessidade urgente e alarmante da promoção e prevenção da Saúde Integral de cada ser humano.

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é outro problema significativo. A OMS estima que mais de 264 milhões de pessoas sofrem de ansiedade em todo o mundo. No Brasil, o TAG afeta aproximadamente 9,3% da população, de acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é prevalente entre pessoas expostas a eventos traumáticos. Nos Estados Unidos, cerca de 7-8% da população sofrerá de TEPT em algum momento da vida. No Brasil, a prevalência é de aproximadamente 5%, especialmente entre populações vulneráveis, como vítimas de violência e desastres naturais.

A saúde emocional é crucial para o bem-estar geral e para a prevenção de várias doenças físicas. Indivíduos emocionalmente saudáveis têm melhor capacidade de lidar com o estresse, construir relacionamentos saudáveis e enfrentar adversidades. A falta de atenção à saúde emocional pode levar a consequências graves, como aumento do risco de doenças cardiovasculares, distúrbios do sono e redução da qualidade de vida.

A saúde emocional é um componente essencial da saúde integral. As altas taxas de depressão, síndrome do pânico, suicídios e outras síndromes emocionais tanto no Brasil quanto no mundo destacam a necessidade urgente de um olhar específico para o ser humano na saúde integral, de políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e serviços de saúde mental acessíveis. Investir na saúde emocional é investir no bem-estar e na prosperidade em todas as áreas do ser humano e de toda a sociedade.

Joelson Mora

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Patrícia Alvarenga: 'Vamos falar sobre suicídio?'

Patrícia Alvarenga

Vamos falar sobre suicídio?

 

                 Sim, este tema tem que deixar de ser tabu! Porque se trata de saúde mental, em regra. Estamos no mês de setembro. Aqui, no Brasil, a campanha de prevenção e conscientização contra o suicídio iniciou-se no ano de 2015, porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”.

Mas por que o amarelo? A origem do “Setembro Amarelo” começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. Era um jovem carinhoso e com habilidades mecânicas, que restaurou seu automóvel modelo Mustang e o pintou de amarelo. Todavia, em 1994, com apenas 17 anos, tirou a própria vida. Familiares e amigos ficaram perplexos, pois, infelizmente, não perceberam nenhum sinal de seu sofrimento. Em seu funeral, uma cesta repleta de cartões e fitas amarelas foi depositada, com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. Daí a fita e a cor adotadas. (Fonte: sítio eletrônico da “gntech-medicina”).

A cada ano, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e o Conselho Federal de Medicina – CFM, mais de 13 mil suicídios acontecem no Brasil (cerca de 32 por dia) e, no mundo, cerca de um milhão (dado este da Organização Mundial da Saúde – OMS). É uma das vinte principais causas de morte no planeta, em todas as faixas e idade, conforme dados do Ministério da Saúde/Governo Federal.

Devemos ter a consciência de que, geralmente, quem pensa em se matar não quer, de fato, acabar com a vida, mas com a dor, a angústia e o sofrimentos insuportáveis que sente. Cerca de 97% dos casos estão relacionados a transtornos mentais: em primeiro lugar, a depressão. Em segundo, a bipolaridade e, em terceiro lugar, o abuso de substâncias químicas (dados da Organização Setembro Amarelo).

Identificar alguém que precisa de ajuda e corre o risco de suicídio não é tarefa fácil, por isso, devemos estar sempre atentos para as pessoas que sofrem de transtornos psiquiátricos, para aqueles que sofrem de pessimismo, culpa extrema, solidão, impotência, desesperança, desvalor, vergonha extremada, humor instável, doenças físicas crônicas muito dolorosas e/ou limitantes, apatia, irritabilidade, comportamento retraído ou que estão planejando sua despedida. (Fonte: cartilha do CVV-Centro de Valorização da Vida).

Oferecer ajuda é fundamental! Ouça, mas não julgue! Vamos acabar com o mito de que conversar sobre suicídio vai incentivar a pessoa a se matar! Não espere que aquele que tem pensamentos suicidas peça auxílio direto, pois, infelizmente, muitas vezes, ele não o fará. De toda sorte, jamais subestime os gritos e sinais por atenção! Sempre leve muito a sério qualquer indicação!

Todo e qualquer sofrimento tem tratamento! Converse, aconselhe, dê suporte emocional e incentive a pessoa a buscar tratamento com psicólogos e psiquiatras, que são os profissionais habilitados para esse tipo de intervenção.

E lembre-se: o suicídio não tem rosto, idade, sexo, etnia ou classe social!

 

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com