A reinvenção dos contos de fada para a sustentabilidade

‘A reinvenção dos contos de fada para a sustentabilidade’ é atração no Centro Cultural Sesi Sorocaba

Contação de história. A reinvenção dos contos de fada para a sustentabilidade
Contação de história. A reinvenção dos contos de fada para a sustentabilidade

A atração é gratuita e acontece na quarta-feira, 26 de junho, às 20h

O objetivo desse bate-papo é apresentar novas versões dos contos de fadas tradicionais para vivermos a sustentabilidade prática em sala de aula.

É possível falarmos em uma literatura sustentável?

Até que ponto uma obra literária dialoga com a sustentabilidade sem se tornar didática demais e ainda ser interessante para os leitores de hoje?

Podemos ferir uma tradição ao alterar o enredo de um conto de fadas, que já é conhecido pelas crianças?

Além de tentar responder a todas essas perguntas, o escritor César Obeid trará reflexões para que a sustentabilidade no universo escolar seja uma realidade consciente, efetiva e, claro, muito divertida.

Com muitas histórias, poesias e interação com o público, o escritor César Obeid apresenta o seu livro Almanaque dos contos de fadas, um almanaque criativo e divertido para um leitor curioso, moderno e engajado!

SERVIÇO

Local: Teatro do Centro Cultural Sesi Sorocaba – Rua Gustavo Teixeira, 369 – Vila Independência

Data e horário: 26 de junho, quarta-feira, às 20h

Classificação: Livre

Categoria: Infantil

Duração: 60 min.

Informações: Ligue (15) 3388-0419 / 3388-0420 / 3388-0428 / 3388-0450

Entrada gratuita – Reservas do ingresso liberadas no MEU SESI. O ingresso tem validade até 10 minutos antes da apresentação. Os ingressos remanescentes serão distribuídos 10 minutos antes do início do espetáculo.

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Green60 – Mobile Film Festival

‘Green60 Mobile Film Festival’ recebe filmes de até 60 segundos sobre meio ambiente, diversidade e sustentabilidade

'Green60 Mobile Film Festival
‘Green60 Mobile Film Festival

Em sua quarta edição, evento conta com obras produzidas por realizadores utilizando aparelhos móveis

São Paulo sediará mais uma edição do ’Green60 – Mobile Film Festival’, festival de cinema que promove a exibição de obras audiovisuais sobre temáticas sociais, culturais e ambientais inspiradas na Agenda 2030 da ONU. O evento será realizado nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2024 no Parque Ceret, no bairro do Anália Franco, em São Paulo.

Em sua 4ª edição, o ’Green60 – Mobile Film Festival’ visa estimular o acesso à produção audiovisual, permitindo que pessoas de diversas origens e habilidades compartilhem suas histórias, ideias e talentos com um público global a fim de gerar impacto na forma como a mídia é consumida e como as histórias são contadas na sociedade contemporânea.

Os filmes selecionados para o festival serão exibidos ao ar livre em parque público da cidade de São Paulo
Os filmes selecionados para o festival serão exibidos ao ar livre em parque público da cidade de São Paulo

Os filmes selecionados para o festival serão exibidos ao ar livre em parque público da cidade de São Paulo com previsão para o mês de junho. Além da exibição dos filmes em competição, haverá uma mostra de filmes não competitivos definidos pela curadoria.

A iniciativa é uma realização do Instituto São Paulo de Arte e Cultura e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo do Estado de São Paulo.

O festival irá premiar as melhores obras com duração de até 60 segundos produzidos por aparelhos móveis, como celulares e tablets, em duas categorias:

  • Mostra Competitiva I:

Filmes de até 60 segundos realizados com aparelhos móveis (celular ou tablet); (realizadores com 21 anos ou mais).

  • Mostra Competitiva II: Filmes de até 60 segundos realizados com aparelhos móveis (celular ou tablet); (realizadores com até 20 anos).

Os filmes vencedores serão definidos por meio de votação popular no dia de sua exibição e, além de receber um certificado, as melhores obras serão premiadas em dinheiro, por categoria, no valor total de R$ 10 mil ao final do evento com o objetivo de estimular a produção audiovisual de novos realizadores. 

Para se inscrever e conhecer o regulamento, o interessado deve acessar o site www.green60.com.br.  As inscrições são gratuitas e foram prorrogadas até o dia 28 de maio.

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Marcelo Augusto Paiva Pereira: 'Sustentabilidade: um passo da urbanidade'

Marcelo A. Paiva Pereira

Sustentabilidade: um passo da urbanidade

Fonte da imagem: http://gsambientais.blogspot.com/2019/06/meio-ambiente-e-sustentabilidade.html

O conceito de sustentabilidade envolve as áreas social, econômica, cultural, geográfica e ecológica. É tema sempre em voga nos segmentos da sociedade, dos quais o poder público e a iniciativa privada fazem parte.

A sustentabilidade social e econômica visam à diminuição das diferenças entre as classes sociais e mensurar a rentabilidade econômica por toda a sociedade, e não apenas a empresarial.

A sustentabilidade cultural, geográfica e ecológica visam à redução dos danos ao meio ambiente, com a redução das áreas de construção, fazer uso de materiais próximos ou próprios do local e condicionar o uso do espaço.

Informadas por vários princípios, dos quais se destacam o da adequação da edificação ao lugar e o da construção em harmonia com a natureza, a finalidade última é assegurar a preservação do meio ambiente natural e artificial para as presentes e futuras gerações.

Paralelamente, a lei nº 12.305/10, regulamentada pelo decreto nº 7.404/10, criou um sistema integrado de responsabilidades orientado pelo princípio da ecoeficiência (art. 6, V), com vistas à redução do impacto ambiental e assegurar a preservação do meio ambiente natural às futuras gerações.

Mencionado diploma legal criou a responsabilidade compartilhada (art. 30) para realizar a gestão integrada dos resíduos sólidos através da coleta, destinação (reciclagem e reutilização) dos resíduos e disposição final dos rejeitos. Também atribuiu ao produtor a obrigação de redesenhar os produtos com projetos destinados à preservação ambiental.

Na área da arquitetura e urbanismo é fundamental redesenhar os projetos urbanísticos e arquitetônicos, em razão da construção civil causar muitos resíduos sem destinação apropriada.

O adensamento populacional com o crescimento vertical, a construção de edifícios populares de uso misto (habitação e comércio) em terrenos, imóveis e áreas urbanas subutilizadas, a gentrificação de áreas urbanas degradadas, a redução das distâncias entre os locais de habitação e de trabalho, a diversidade e integração dos meios de transporte (ônibus, trem, metrô, ciclovias e automóveis de aluguel), a construção de edifícios-garagem e a criação de espaços urbanos para o passeio público em áreas de comércio e serviços são propostas a serem consideradas para a preservação do meio ambiente natural e artificial (as cidades), em razão da diminuição dos índices de poluição, de congestionamentos e da contenção do crescimento urbano horizontal.

Recortes urbanos também são propostas bem vindas. Nestes o projeto redesenha um trecho urbano, predefinido pelo poder público, e o adapta ou o transforma à luz das exigências legais em favor da sustentabilidade.

Deverá, ainda, ser dada destinação aos resíduos produzidos pelas obras, para que não contaminem o solo nem ocupem espaços do meio ambiente natural. A lei dos crimes ambientais (9.605/98) acolheu a responsabilidade penal das pessoas jurídicas (art. 3) que o poluírem ou o degradarem.

A sustentabilidade é um passo da urbanidade, porque esta depende daquela para haver pleno equilíbrio com o meio ambiente natural, conduzida pelo princípio da ecoeficiência e pela eventual responsabilidade penal. Nada a mais.

 

Marcelo Augusto Paiva Pereira

(arquiteto e urbanista)

secondo.appendino@gmail.com

 

 

 

 

 

 




O leitor participa: Denise de Mattos Gaudard: 'A gestão pública e a revolução da sustentabilidade regional'

Como as pequenas e médias prefeituras podem crescer de forma Sustentável aplicando microprojetos socioambientais e promovendo o desenvolvimento de Micro Arranjos Produtivos Locais (MAPLs)

 

Analisando a pesquisa publicada pelo IBGE em 2005[1], ratificando que ainda persistem as desigualdades entre as condições de vida nas diferentes regiões do País, podemos avaliar uma das questões mais polêmicas e de urgente demanda no atual processo de desenvolvimento do Brasil.

Embora todos tenham o desejo, sobretudo, o direito – a um padrão de vida básico e que seja comum a todos os brasileiros, constata-se que algumas regiões no Brasil estão colhendo frutos com maior intensidade e crescendo mais rapidamente do que outras. Quais seriam as razões?

É estratégico que os gestores públicos, vide prefeitos, secretários e respectivas câmaras de vereadores adquirem uma compreensão cada vez mais adequada e abrangente de quais deverão ser as formas mais sustentáveis, dentro das respectivas tendências regionais, de se produzir crescimento econômico que venha a gerar, de forma equitativa, a distribuição de emprego e renda, com praticas ambientalmente corretas, solidificando assim, um novo ciclo de expansão para a economia brasileira regional. Este novo ciclo poderá ser preponderante para contribuir na consolidação do processo de reversão do atual modelo econômico que vem reforçando a concentração dos núcleos de riqueza e de produtividade, no Brasil.

Atingindo esta mudança de paradigma haverá muitos, e includentes impactos sobre a redistribuição da renda e da riqueza. É evidente que todos desejem o crescimento econômico do Brasil, porque este traz mais empregos, mais renda, mais bens e serviços. Então, quanto mais rápido o ritmo de crescimento, maiores as chances das Prefeituras arrecadarem mais, para poderem investir mais e assim, crescer mais rápido e de forma sustentável, sem a eterna dependência de seus respectivos estados e do governo federal.

Governança publica também passa pela competência de gestão pública. Mas, como se pode contribuir para o desenvolvimento sustentável regional e para as políticas públicas demandadas pelos gestores locais usando oportunidades e instrumentos criados por projetos ambientais?

Há tempos, o poder público vem abrindo um “braço social e ambiental” no qual a sociedade civil vem se inserindo lentamente, mas também, participando cada vez mais ativamente de processos de gestão partilhada ou semi-partilhada, através de conselhos ambientais e sociais. Este parece ser um dos caminhos mais sustentáveis, além de democráticos, já implementados com sucesso em varias cidades brasileiras, citando-se Porto Alegre, como um dos exemplos mais contundentes.

Segundo o IBGE (2005), por todo o país vem surgindo exemplos de sucesso, dos quais predominam a criação de pequenos núcleos desenvolvimentistas regionais geradores de emprego e renda, onde governos locais estão fazendo parcerias com universidades, empresas (através das parcerias público-privadas) entidades, associações e grupos produtivos. Todos

unidos por atividades cooperativistas e ou solidárias. Nos locais onde estas experiências foram implementadas, nota-se mudanças positivas e um expressivo aumento de qualidade de vida da população-alvo, em menos de 5 anos.(IBGE, 2005).

Podemos citar vários exemplos nos quais a administração pública se aliou à sociedade civil, alcançando vitoriosas parcerias com Projetos Ambientais, com forte viés social. Citamos casos tais como o Projeto Nova Gerar, aterro sanitário instalado no município de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, ainda hoje usado pelo Banco Mundial, seu financiador direto, como propaganda do melhor exemplo de um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), com base em critérios do Protocolo de Quioto, guindando assim, a prefeitura de Nova

Iguaçu para uma inédita visibilidade nacional e mundial. Temos também o Projeto de Sequestro de Carbono da Ilha do Bananal, implementado bem dentro do Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins. Ambos são projetos ambientais que foram geradores de muitos créditos de carbono, e se tornaram referências mundiais de projetos de MDL exequíveis viáveis e que também tiveram relevante contribuição para o desenvolvimento local de seus municípios, pois agregaram vários projetos paralelos de emprego e renda para as populações de mais pobres e pouco assistidas, que estão em seus entornos.

A sociedade civil brasileira já demonstrou bastante amadurecimento para usar os seus conhecimentos de aplicabilidade prática, utilizando metodologias que visem captar aptidões, talentos e lideranças regionais, além de incentivar iniciativas de projetos geridos em núcleos comunitários associativos. Não importa onde nem o gênero associativo. Eles precisariam apenas estar interligados numa rede consorciada – participativa e colaborativa – junto com os gestores públicos.

Estas lideranças assumiriam um papel protagonista na solução dos problemas que ocorrem em suas cidades, sem esperar mais pelas respostas das esferas governamentais superiores. Temos vários exemplos de soluções regionais.

Os gestores públicos não deveriam recear tanto a gestão participativa. Se procurassem mais parcerias com a sociedade auto-organizada, todos poderiam contribuir para um processo decisório gerido dentro da própria rede comunitária. Assim, melhorariam a qualidade de vida da população local, propiciariam mais justiça social, mais desenvolvimento socioeconômico e, consequentemente, harmonia com o meio ambiente. Se estas iniciativas e práticas se desenvolvessem em todo o interior do Brasil, certamente poderíamos assistir à construção de uma sólida revolução estrutural da qual toda a nação se beneficiaria.

As prefeituras precisam investir cada vez mais no potencial do capital social e ambiental regional e também no indivíduo/cidadão que será naturalmente integrado por meio de iniciativas do poder público em projetos populares e complementares, desta forma alcançarão mais independência estrutural e financeira, sem depender tanto dos repasses de seus estados e do governo federal.

É importante ressaltar que, ao implantar projetos estruturais ambientais, a prefeitura passa a dispor de mais um poderoso instrumento de desenvolvimento regional que poderá ser usado não somente para reduzir os resíduos do município e consequentemente, a pobreza que deste se retroalimenta, mas também, para complementar projetos e iniciativas geradoras de estruturas autossustentáveis de desenvolvimento regional que poderão levar a prefeitura a uma confortável geração de receitas adicionais. Estas iniciativas estão, inclusive, devidamente pontuadas pelos princípios do Anexo III do Protocolo de Quioto2, pela Declaração de Objetivos do Milênio3 e pela Agenda 214, cujo conjunto de preceitos podem ser definidos como instrumentos de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

Boa parte dos projetos que serão propostos à Prefeitura de Monte Mor, também poderão ser potenciais geradores de Créditos de Carbono, em mercados Reduções Voluntárias (VERs)

 

1 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/calendario_estudos2009.shtm

2 www.ecologica.org.br/downloads/textos/mecanismo_desenvolvimento.doc

3http://www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id=odmi

4 http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrurura=188&idConteudo=597

 

(*) Denise de Mattos Gaudard é Administradora, Especialista em Comércio Exterior e Mestre em Desenvolvimento Local. Professora, Consultora de Projetos de Sustentabilidade, Coordenadora da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FUNPERJ.

 Leia também:

A origem do mercado de créditos de carbono

Gerenciamento do lixo em pauta e muitos outros

 




Reinaldo Canto: 'Um ano realmente novo ou seguiremos na mesma batida da irracionalidade?'

“Perguntas para se fazer no ano novo: estou consumindo o que realmente preciso? Tenho exagerado nas minhas compras e desperdiçado demais?”

 

 

Começo de ano é propício para a realização de reflexões, avaliações e promessas de todos os gêneros. As chamadas resoluções de ano novo servem para o estabelecimento de compromissos diversos que vão de mudanças de atitudes em relação aos outros e a si mesmo. Se depender da nossa vontade, seremos mais tolerantes, generosos, cultos, saudáveis e responsáveis, neste ano que se inicia, do que fomos em todos os anos anteriores de nossas vidas.

Certamente muitos dos nossos sinceros desejos não serão capazes de resistir ao primeiro mês, tragados pela dinâmica de nosso cotidiano. De qualquer modo, a passagem de ano possui esse efeito positivo. Não custa nada parar um momento para, quem sabe, redirecionar diversos aspectos de nossa vida.

Bom seria que fizéssemos também uma boa análise, mais abrangente mesmo, em dimensões globais sobre a irracional e destrutiva maneira pela qual estamos consumindo o planeta.  E, isso não é maneira de dizer, literalmente estamos sugando os recursos planetários e o pior, não necessariamente para dar melhores condições de vida para todos os seres humanos. Até podemos afirmar: muito pelo contrário! O que temos feito é consumir mais rápido e descartar  também em ritmo cada vez mais veloz.

Um bom exemplo são os celulares. Em 2007 os brasileiros trocavam seus aparelhos, em média, a cada dois anos. Atualmente essa troca já está sendo feita em 1 ano e 4 meses. Esse é apenas um caso entre muitos de produtos antes chamados de duráveis que tem se transformado ao longo dos anos em verdadeiras commodities.

O relatório O Estado do Mundo publicado ainda no ano passado pelo World Watch Institute e com versão em português divulgado pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente já havia constatado essa preocupante situação. Só para se ter ideia das conclusões alcançadas pelo estudo, hoje são extraídos 50% mais recursos naturais do que há 30 anos. São cerca de 60 bilhões de toneladas anuais retiradas do planeta sem a devida reposição.

Entre 1950 e 2005, aponta o relatório, a produção de petróleo cresceu 8 vezes, a de metais 6, o consumo de gás natural 14, a de carvão 6 vezes e a de cobre, 25 vezes. Números assustadores, certo? Pois, vejam que podem ser ainda mais alarmantes, só a produção de plástico cresceu nesse período de pouco mais de 50 anos, 41 vezes!

Como disse antes, se ao menos toda essa voracidade tivesse o nobre objetivo de melhorar a vida de todos os habitantes do planeta… vá lá! Mas não é isso que o Estado do Mundo constatou. Segundo o documento, a fatia dos 16% mais ricos do mundo são diretamente responsáveis pelo consumo de 78% dos recursos disponíveis.  Enquanto os outros 84% consomem 22%!

 Entre as diversas e difíceis promessas de ano novo poderia constar uma que, no meu entender, teria boas chances de sucesso, bastando apenas uma pequena reflexão do consumidor: estou consumindo o que realmente preciso? Tenho exagerado nas minhas compras e desperdiçado demais?

Quem sabe se ao pensar nisso, a gente não conclua que alguns exageros poderão ser evitados daqui para frente. Uma sociedade mais consciente poderá contribuir em muito para frear o consumo irracional e desenfreado.

Para finalizar, mais alguns números insanos que irão ajudar na sua reflexão: Em 2008, nós habitantes do planeta adquirimos 68 milhões de veículos, 85 milhões de geladeiras, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares.  Você imagina que esses números sofreram alguma redução nos anos seguintes?

Um feliz 2018 mais sustentável!

 

Reinaldo Canto – Jornalista – site: ecocanto21.com.br

Coluna: Cidadania & Sustentabilidade (www.cartacapital.com.br)

Blog: cantodasustentabilidade.blogspot.com

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Reinaldo Canto: 'Do menino Jesus ao consumismo desenfreado'

‘Do ponto de vista da sustentabilidade, esse é um momento bastante preocupante’

 

Será mesmo que o consumo na Nova Classe Média é luxo? Foto:José Cruz/ABr

 

Qual será o real símbolo do Natal? O presépio em celebração ao nascimento de Jesus Cristo ou a profusão de sacolas de compras que algumas pessoas mal conseguem carregar?

Seriam as canções tradicionais, a trilha essencial do Natal ou os jingles comerciais e as vozes dos locutores nos centros de compras anunciando mais uma oferta “imperdível”?

São questões de fácil resposta. Basta observar as lojas entupidas de pessoas entregues a busca desenfreada por produtos e quinquilharias de todos os gêneros e preços.

Graças a esse estado de coisas, as nossas cidades são testemunhas do arrefecimento nas condições do tráfego, as metrópoles sentem uma piora considerável no trânsito já caótico e os cristãos, ou melhor dizendo, consumidores, de tão ávidos, ansiosos e impacientes para se livrar da tarefa de aquisição de produtos, se tornam agressivos e muitas vezes irracionais.

Do ponto de vista da sustentabilidade, esse é um momento bastante preocupante. Difícil estabelecer qualquer critério de consumo consciente quando o que importa é preencher a lista de compras. Nesse caso os produtos são escolhidos sem muita reflexão e o fato de consumir de empresas social e ambientalmente responsáveis e até mesmo algo que seja prejudicial à própria saúde humana fica relegado a um triste segundo ou terceiro plano. Nessa hora, o que importa é, simplesmente, comprar!

Essa época do ano deveria ser propícia ao congraçamento, à paz e a harmonia entre os homens, afinal representam algumas das bases defendidas pelo Cristianismo.  Ao invés disso, somos inundados por um clima estressante e até mesmo beligerante. E, ao mesmo tempo em que se escolhem os melhores presentes para entes queridos, também é preciso achar algo para aqueles “não tão queridos” para dizer o mínimo. Do cunhado insuportável à sogra ranzinza, ao colega de trabalho pouco colaborativo, todos devem ser contemplados. Afinal, as convenções têm de ser respeitadas independentemente da vontade e do comprometimento financeiro advindos dessas despesas.

Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito.

Até mesmo aqueles que durante todo o ano buscam manter o controle de suas contas e, dessa maneira, deixar a vida financeira gozando de boa saúde, ao chegar dezembro abandonam todo esse esforço e bom senso. Pois entram em cena as “inadiáveis e urgentes” compras de Natal!

Muita gente se torna refém de uma engrenagem de consumo insana e me parece distante do próprio espírito do Natal. Alguns poderão alegar, em defesa dessa tradição, a cena dos três Reis Magos adentrando a manjedoura para deixar suas oferendas em homenagem ao nascimento do menino Jesus. Mas pelo que se conhece dessa história bíblica, isso foi só quando Ele nasceu, e não temos registro de novos regalos oferecidos pelos Reis Magos ao longo dos 33 anos de existência terrena de Jesus Cristo.

Difícil ir contra a corrente quando a própria presidenta Dilma Rousseff apelou aos brasileiros para irem às compras e dessa maneira manter o mercado aquecido.

Mas será mesmo não ser possível outro comportamento? Faltam poucos dias para o Natal, a maior parte das compras já foi realizada, mas é sempre bom lembrar que consumir conscientemente é, entre outras coisas, evitar os exageros, as compras por impulso, optar pelos produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis e sempre que possível evitar o uso das desnecessárias embalagens.

É importante lembrar também que muitas vezes o simples encontro entre pessoas que se gostam e sinceras demonstrações de amor, carinho e amizade são suficientes para preencher o espaço de um presente.

Tenha certeza que, no longo prazo, a sustentabilidade humana no planeta depende mais do afeto entre as pessoas do que de um mercado aquecido! Que tal propor um amigo secreto?

Pelo sim ou pelo não, com ou sem presentes desejo a todos um Feliz Natal e um ótimo 2018!

 

CartaCapital. Sociedade. O Natal e suas contradições

Por Reinaldo Canto — publicado 22/12/2011 08h47, última modificação 06/06/2015 18h20