Sou poeta

Ceiça Rocha Cruz: ‘Sou poeta’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
“Meu deserto, meu oásis. E neste deserto o olhar de todas as saudades”. Imagem gerada por IA do Bing – 23 de outubro de 2024,
às 4:41 PM

Bela a tarde
de um sol
que finge não querer se pôr.
Canto o tempo que existe,
a vida que se vai,
a arte de amar
e de poeta ser.
DE UM SER POETA.

Canto e penso em ti,
nas rabiscadas laudas
do amor sentido.
A livre ideia livre
na doçura dos versos
dos mistérios do instinto.

Meu deserto,
meu oásis.
E neste deserto
o olhar de todas
as saudades.

Sonhos longínquos…
Solidão.
E num profundo universo,
sem forma,
nem nome,
a realidade,
no silêncio obscuro
disperso.

Desconheço o que não vejo,
se o coração não sente,
e neste abismo, qual Descartes.
“Penso, logo existo”, insisto,
sou poeta.

Ceiça Rocha Cruz

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O barquinho

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘O barquinho’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem gerada por IA do Bing - 9 de outubro de 2024 às 1:34 PM
Imagem gerada por IA do Bing – 9 de outubro de 2024 às 1:34 PM

Na tarde que fenece,
no macio azul do rio,
navega feliz
desliza ligeiro
vai além de águas afora,
um barquinho.

Abre as pálpebras do entardecer,
desperta no silêncio ensurdecedor
a solidão.

No limiar da tarde,
debruça-se solitário às margens,
amamentado de saudades.

Na varanda do tempo,
na placidez do vento,
um lamento.
Um rumorejo dos lábios ecoa
à beira do rio silencioso.

Enfim, sob a névoa dos olhos da tarde,
o barquinho vai,
navegando vai…
Fustigado pela solidão
do eterno tempo,
vai…
Assiste o Sol que morre
no fim do dia
e vai.

Ceiça Rocha Cruz

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Garças brancas

Ceiça Rocha Cruz: ‘Garças brancas’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

Cai a tarde,
abrem-se as veredas do entardecer,
névoa nos ombros da montanha,
a solidão perpetua,
brancas nuvens contemplam
as encostas.

Sob o vento,
garças encantam no seus revoos,
aplainam no tempo,
e ao murmúrio das ondas do mar,
alçam o voo inefável da poesia,
da canção,
e do amor.

No fim do dia,
pelos corredores cor de laranja
do crepúsculo,
no deserto da solidão,
adejam estrada afora
em nevoeiro.

E numa tarde solitária
sob a luz da janela aberta
do suave arrebol,
a noite sobre a terra,
desenrola seu negro véu.

Misteriosas, em sinal de paz,
voejam sorridentes,
entremeiam caminhos,
buscam um luar na noite escura.
As garças brancas

Ceiça Rocha Cruz

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Saudades da minha terra

Ceiça Rocha Cruz: ‘Saudades da minha terra’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
“Das serenas tardes de estio, aves planavam ao sabor do vento”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O Sol despontou…
cobriu o dia de brilho, encanto e magia,
despertando no silêncio a saudade.

Das serenas tardes de estio
aves planavam ao sabor do vento
e gorjeavam sorridentes,
sob um céu azul de setembro.

Saudades das majestosas palmeiras,
da voz desatada do sabiá, cristalina flauta,
debruçada na janela, modulava o doce canto
e num descortinar reverberava.

Da Lua venusta… um vestido de sonhos,
num céu de estrelas, rasgando a madrugada.

Saudades dos viçosos campos, serras e bosques,
que se despojavam na paisagem dourada,
das paredes alaranjadas de ocaso,
de um pôr do Sol deslumbrante,
que sorria.

Da minha terra quando a tarde caía,
mas o azul do céu coloria o rio/mar
e espumas desertas, solitárias,
resvalavam na areia nua.

Saudades do silêncio da tarde,
na alta palmeira onde cantava o sabiá
e da quietude sorrateira do suave arrebol.
(En)cantos d’amor.

Na solidão do tempo, o sonho da volta
para vê-la outra vez, pisar seu chão
num matar saudades.
Saudades da minha terra!

Ceiça Rocha Cruz

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Natureza que acalma

Jairo Valio: Poema ‘Natureza que acalma’

Jairo Valio
Jairo Valio
A serenidade do rio descendo, calmo no leito que escolheu,
“A serenidade do rio descendo, Calmo no leito que escolheu,”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Observo o seu descansar
A serenidade do rio descendo,
Calmo no leito que escolheu,
E as matas sentindo brisas,
Da tarde que vem chegando,
E eu, contemplativo, olho
Como a natureza tem nuances,
Do alvorecer com o Sol despertando,
Emitindo raios no horizonte distante,
E vidas sonolentas adquirem sonoridades,
Como os alaridos dos pássaros,
Que em revoadas emitem lindos gorjeios,
Buscando alimentos para filhotes famintos,
E cachoeiras borbulhantes buscam remansos,
Mostrando entre folhagens lindos arco-íris,
Como se fossem pintados por hábeis artesãos,
E das matas um brotar de vidas,
Despertam todas formas de seres viventes,
Como céleres animais descendo dos troncos,
E numa magia que até me encantou,
Flores silvestres mostram cores extasiantes,
Num amarelo claro da cor do girassol,
E cores brancas que se misturam ao azul,
E nessas tonalidades o verde das folhas tem predominância,
Por serem volumosas e brotarem dos galhos,
E entre essas magias que a natureza prepara,
Perfumes tão suaves a brisa vai espalhando,
Em dimensões infinitas até se diluir nos espaços,
E quem os aspiram entram em encantamentos,
Com amores sublimes que surgem num repente,
Causados pelas magias que a natureza é protagonista.

Jairo Valio

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Penhasco

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Penhasco’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
Na placidez da tarde, canta no crepúsculo a paisagem pelas janelas do tempo...
“Na placidez da tarde, canta no crepúsculo a paisagem
pelas janelas do tempo…”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Na sombra da névoa tênue

e esvaecida da colina,

geme em segredo o vento.

Franzi as águas

que deslizam sorridentes

sobre a areia,

aos olhos da natureza.

Na placidez da tarde,

canta no crepúsculo

a paisagem

pelas janelas do tempo.

Mistérios,

segredos…

Nas paredes aquareladas

do entardecer

cortinas mescladas de saudades

nos adereços da tarde,

debruçam-se.

Aos olhos do rio sobre as ondas,

a solidão perpetua.

O crepúsculo adormece,

a tarde agoniza,

nuvens misteriosas

derramam-se no ocaso.

Na sombra da névoa tênue

e esvaecida da colina rochosa,

geme em segredo o vento,

enquanto o penhasco sorri.

Ceiça Rocha Cruz

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Nos teus olhos

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Nos teus olhos’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
"olhares cruzam-se, lacrimejam de emoção, na varanda do tempo."
“olhares cruzam-se, lacrimejam de emoção,
na varanda do tempo.”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Na quietude

o Sol desmaia a tarde,

cortinas cor-de-laranja cerram-se,

olhares cruzam-se,

lacrimejam de emoção,

na varanda do tempo.

No silêncio sombrio

e na solidão da minha espera

tu chegaste..

Debruça-se aos olhos do ocaso

o amor,

sorrisos derramam-se

no despencar da tarde

que se desenrola

à flor do crepúsculo.

Na plenitude

brilhos no olhar falam de amor

e da janela deste olhar

vertem-se das pálpebras sorridentes,

lindos versejos,

que sussurram aos olhos da alma.

Em plena doce tarde de maio,

perco-me

e assim encontro o amor

nos seus olhos, pois

para sempre quero te amar.

Ceiça Rocha Cruz

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