Pietro CostaImagem ciada por IA da Meta. 18 de julho de 2025, às 14:34 PM
A vida é um teatro, onde protagonistas e nulidades contracenam. Uns deixam marcas perenes, já para outros, nem as sombras lhes acenam. Há quem escreva o script com sangue, suor e poema, e há quem apenas desfile, sem alma, de cena a cena.
Paulínia Winner Mall Shopping recebe 2ª edição do Conexão Literária
2ª edição do Conexão Literária. Divulgação
Evento é realizado pela Prefeitura com apoio do empreendimento; a programação conta com músicos da cidade, a escritora Sílvia Delazári, o influencer de livros Deivid Olivato e mais
Para promover a literatura e incentivar o hábito da leitura, o Paulínia Winner Mall Shopping recebe a segunda edição do Conexão Literária. Com uma programação gratuita repleta de atividades, o evento acontecerá no dia 19, das 19 às 21 horas, e nos dias 20 e 21, das 13 às 21 horas.
Durante todo o fim de semana, os visitantes poderão desfrutar de uma variedade de atividades, incluindo apresentações de artistas da escola de música de Paulínia, contação de histórias, palestras, teatro, espaço kids de leitura e rodas de conversa com escritores locais.
A cerimônia de abertura oficial acontecerá no dia 19, a partir das 19 horas, com coquetel de boas-vindas para os escritores credenciados, que poderão se inscrever momentos antes do evento; além da presença de autoridades locais. A noite ainda terá muitas surpresas e muita agitação com o show do músico Maurício Muller, prata da casa.
No dia 20, as atividades começarão cedo, a partir das 13 horas, com apresentação musical de voz e violão do professor Pedro Hellis e alunos, seguido do instrumental do saxofonista paulinense Maestro Alexandre.
Para quem ama um conto, o grupo da região ‘Contos e Caraminholas’ se apresentará com histórias da cultura popular e do folclore brasileiro. Na data, o público poderá conferir ainda uma palestra com a escritora Sílvia Delázari, teatro ‘Tio Barba’, roda de conversa entre escritores e apresentação do Maestro Aparecido, da Camerata de Cordas.
Para o encerramento, no dia 21, também a partir das 13 horas, haverá muita música. Subirão ao palco a dupla Vini e Alexandre, com teclado, voz e violão; e o saxofonista Maestro Alexandre Costa. Ao longo do dia, o evento terá contação de histórias com Vandi e Hosana, palestra com o book influencer Deivid Olivato e coral com o Regente Willian Volk.
Nos três dias de evento, destaque para a tradicional Feira de Troca de Livros, onde os participantes podem trocar suas obras por outras avaliadas pela banca da Biblioteca Municipal.
Para Igor Borges, sócio-diretor do mall, o Conexão cria um ambiente favorável ao estímulo à leitura e para despertar novos escritores da cidade. “O objetivo principal é resgatar a cultura local e promover a literatura no geral. É muito legal nos colocarmos a favor de uma troca tão cultural e enriquecedora”, garante Igor.
O evento conta com o apoio do Paulínia Winner Mall Shopping e é organizado pela Secretaria de Esportes, Cultura, Turismo e Eventos da Prefeitura Municipal de Paulínia.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
Sexta-feira – 19/04:
– 18h30: Credenciamento de escritores;
– 19h15: Abertura oficial e liberação do Espaço Literário para visitantes;
– 19h20: Lançamento oficial de livro;
– 19h30: Show Maurício Muller;
– 21h30: Encerramento.
Sábado – 20/04:
– 13 horas: Apresentação Musical – Prof. Pedro Hellis e alunos (voz violão);
15 horas: Contação de histórias – Grupo Contos e Caraminholas;
– 16 horas: Palestra com Sílvia Delázari;
– 17 horas: Teatro “Tio Barba”;
– 18 horas: Roda de conversa entre os escritores;
– 19h30: Apresentação musical – Maestro Aparecido, da Camerata de ” Cordas”;
– 21 horas: Fechamento das atividades do dia.
Domingo – 21/04:
– 13 horas: Apresentação musical – Teclado voz e violão com Vini e Alexandre;
– 14 horas: Maestro Alexandre Costa (Saxofonista);
– 15 horas: Roda de conversa entre escritores;
– 16 horas: Contação de histórias com Vandi e Hosana;
– 17 horas: Palestra com book influencer Deivid Olivato;
– 18 horas: Roda de conversa entre escritores;
– 19h15: Cerimônia de encerramento e entrega de certificados;
– 19h30: Coral – Regente Willian Volk;
– 21 horas: encerramento do evento.
Sobre o shopping:
O Paulínia Winner Mall Shopping, localizado no coração da cidade de Paulínia, desde 2021, quando se tornou uma concessão privada, passa por um processo de modernização, alinhando-se às tendências de mercado. Ao ampliar o mix de lojas e restaurantes, o empreendimento agora possui mais de 50 lojas em funcionamento, sendo uma loja âncora, 2 salas de cinema e uma vasta praça de alimentação que abriga restaurantes com diversas opções gastronômicas.
Sob a gestão atual, há planos de expansão de novas inaugurações, como a abertura de uma hamburgueria gourmet e um restaurante com um conceito inovador ainda no primeiro trimestre de 2024. Visando oferecer mais espaços para o consumo e o lazer, o shopping tem como objetivo se tornar uma referência do setor na região.
O Fazedor de Teatro faz nova temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade a partir de 24 de janeiro
Imagem da peça ‘O fazedor de Teatro’
Com encenação de Marcio Aurélio, a peça da Cia Razões Inversas rendeu indicações ao ator Paulo Marcello aos prêmios Shell e APCA
Montada originalmente em 2022, em comemoração aos 30 anos de trajetória da Cia. Razões Inversas, a peça O Fazedor de Teatro ganha uma nova temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre os dias 24 de janeiro e 3 de fevereiro de 2024.
As apresentações são gratuitas e acontecem de quarta a sexta, às 19h30, e aos sábados e feriados (25/01), às 18h.
O ator Paulo Marcello, que recebeu indicações aos prêmios Shell e APCA por este trabalho, ministra a oficina ‘Atuação do intérprete na dramaturgia da cena’, nos dias 29, 30 e 31 de janeiro.
A peça é dirigida por Marcio Aurelio, tem tradução de Samir Signeu e traz no elenco Paulo Marcello, Lilian Alves, Eduardo Santos e Gabriela Marques, além dos atores-convidados Zédú Neves e Ana Souto, que já integraram a companhia anteriormente.
Escrito pelo austríaco Thomas Bernhard (1931-1989), em 1984, O Fazedor de Teatro tem no próprio teatro o paradigma do absurdo da existência humana.
Um teatro – leia-se a vida – que falha não só perante as condições exteriores de um mundo adverso, mas também perante os fantasmas, a prepotência e as fraquezas dos protagonistas e da própria sociedade.
Assim, temos o teatro como o microcosmo da sociedade.
Na trama, Bruscon está em viagem com a peça A Roda da História, que ele escreveu, dirigiu e protagoniza.
A trupe, formada pela esposa e os dois filhos desse “grande” ator do teatro nacional alemão, chega a um pequeno vilarejo da Áustria, chamado Utzbach, para se apresentar em um salão de baile de uma estalagem decadente.
O calor, a sujeira, a falta de recursos, além do cheiro insuportável de chiqueiro e da fábrica de chouriço, completam a cena de desolação frente ao pequeno vilarejo com seus 280 habitantes embrutecidos.
Para piorar a situação, os artistas precisam da autorização do chefe dos bombeiros para que a luz de emergência fique apagada durante cinco minutos, condição essencial para a perfeita realização do espetáculo.
“Bruscon é um cara super egóico, que fala de si o tempo todo.
Mas ele é totalmente apaixonado pelo teatro. Enquanto ele imagina esse mundo maravilhoso da arte, está diante da realidade de um lugar horrível, onde ninguém liga para o que ele faz.
E, ao mesmo tempo que tem esse ego gigante, vai revelando toda a sua fragilidade, o medo de entrar em cena, a sua insegurança – daí essa necessidade de autoafirmação o tempo todo”, comenta Paulo Marcello, que comemora 40 anos de palco neste trabalho, sobre seu personagem.
Para o intérprete, o texto cria uma reflexão importante sobre a arte que cabe perfeitamente ao contexto brasileiro.
“Thomas Bernhard nasceu na Áustria, mas odiava o país. Ele dizia que esse era um lugar atrasado, de pessoas ignorantes e nazistas, de xenofobia e desprezo pela arte – tanto que quando ele era vivo proibiu que seus textos fossem encenados lá. E, de certa forma, vivemos no Brasil um momento um pouco parecido, de desvalorização da arte”, acrescenta.
A Cia. Razões Inversas flertava com a montagem desse texto há bastante tempo, conta o diretor Marcio Aurelio.
“Conheci o texto com o Abujamra e fiquei encantado. Estávamos só esperando o momento mais propício para montá-lo e isso calhou muito bem com os 30 anos da companhia. O espaço do Sesc Pompeia também foi muito apropriado para receber a montagem, porque ele é todo feito em paredes de tijolo. E queremos retratar uma cidade sem acabamento nesse lugar, como um reflexo para a sociedade, que também não tem acabamentos”, conta.
Além dos 30 anos da Razões Inversas, O Fazedor de Teatro comemorou os 40 anos de teatro de Paulo Marcello, co-fundador do grupo, montado por alunos formados pela primeira turma da graduação em Teatro da Unicamp.
Sobre Thomas Bernhard
Thomas Bernhard (1931-1989), novelista, poeta e dramaturgo austríaco, é considerado um dos autores mais relevantes da literatura de língua alemã da metade do século XX.
Ele nasceu em Heerlen, na Holanda; filho de mãe solteira, que após ficar grávida tinha saído da Áustria para trabalhar como diarista na Holanda.
Bernhard volta para Viena ainda em 1931, onde é criado pelos avôs maternos.
Na infância viveu os horrores da Segunda Guerra e na juventude estudou canto, violino e estética musical. Iconoclasta, Thomas Bernhard prima por criticar a Áustria; assim como mostrar os absurdos de uma sociedade reacionária e calcificada.
Sempre lutou contra doenças pulmonares e morreu de pleurisia.
No Brasil, no campo editorial, temos a publicação de alguns de seus romances e narrativas, como Arvores Abatidas (1991), O sobrinho de Wittgenstein (1992) e Perturbação (1999), pela editora Rocco e, pela Companhia das Letras, as obras Extinção (2000), O náufrago (2006), Origem (2006) – volume que contém seus cinco romances autobiográficos, a saber: A causa, O porão, A respiração, O frio e Uma criança –, O imitador de vozes (2009), Meus Prêmios (2011) e Mestres Antigos (2021).
Há, ainda, a publicação das peças O Fazedor de Teatro (2017), pela Perspectiva, e Praça dos Heróis (2020), pela Temporal; além de O presidente, num caderno brochura, do Instituto Goethe, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Sua obra é marcada pela prática da estética do choque, plena do niilismo, misantropia e misoginia dos seus personagens. Uma máquina da linguagem irônica.
Uma disposição testamentária do próprio Bernhard, falecido em 1989, proibia que suas peças fossem encenadas e publicadas na Áustria – à exceção daquelas que já estavam em curso.
Essa proibição foi revertida em 1998, por iniciativa da fundação particular Thomas Bernhard, presidida por Peter Fabjan, seu meio-irmão.
Sobre a Cia. Razões Inversas
A Cia. Razões Inversas foi criada em 1990 pelo diretor Marcio Aurelio e a primeira turma de formandos do curso de Artes Cênicas da Unicamp.
Nestes mais de 30 anos, construiu uma trajetória voltada para o constante processo de pesquisa, para a formação de seus intérpretes, artistas criadores, na busca do diálogo com o público contemporâneo e da excelência do fazer teatral.
A companhia criou 23 espetáculos partindo de textos consagrados da dramaturgia internacional, textos inéditos de autores nacionais e criações coletivas a partir de longos processos de pesquisa e criação.
Entre esses muitos trabalhos estão “A Bilha Quebrada” (1994 e 2011), de Heinrich von Kleist; “A Arte da Comédia” (1999), de Eduardo de Fillipo; “Agreste” (2004), de Newton Moreno; “Anatomia Frozen” (2009), uma adaptação da obra da inglesa Bryony Lavory; “Senhorita Else”, uma adaptação do romance de Arthur Schnitzler; e “Filoctetes” (2015), de Heiner Müller
FICHA TÉCNICA
Texto: Thomas Bernhard Tradução: Samir Signeu Encenação: Marcio Aurelio
Elenco: Paulo Marcello Ana Souto (Atriz convidada) Zédú Neves (Ator convidado) Lilian Alves Eduardo Santos Gabriela Marques
Diretora Assistente: Lígia Pereira Cenários: Marcio Aurelio e Marcelo Andrade Figurinos: Marcio Aurelio e Carol Badra Visagismo: Olívia Tartufari Trilha Sonora: Marcio Aurelio Projeto de Luz: Aline Santini Operador de Luz: Silviane Ticher Operador de Som: André Luiz Lemes Preparação Corporal: Luciana Hoppe Fotos: João Caldas Jr. Design Gráfico: Alexandre Caetano Divulgação: Pombo Correio Produção Executiva: Cristiane Klein e Júnior Cecon – Dionísio Produção Produtores/Colaboradores Dionísio Produção: Lívia Império, Wesley Mendes, Flávia Santos, Thomas Calux e Raissa Castilho Produção: Paulo Marcello – Razões Inversas Marketing Cultural Assistente de Produção: Luciana Hoppe
Bruscon, ator do teatro nacional alemão, depois de sua aposentadoria, faz turnês pelo interior da Áustria e da Alemanha.
Bruscon aglutina e carrega consigo todas as funções relativas ao fazer teatral: foi ele quem escreveu e dirigiu a peça. Além disso, Bruscon se preocupa com as funções administrativas e financeiras da companhia, que é de ordem familiar: os componentes do grupo são sua esposa, sua filha e seu filho.
A peça começa quando a companhia chega à hospedaria onde fará sua apresentação numa pequena cidade do interior da Áustria.
Este projeto foi contemplado pela 17ª Edição do Prêmio Zé Renato – Secretaria Municipal de Cultural
Serviço
O Fazedor de Teatro, da Cia. Razões Inversas Temporada: 24 de janeiro a 3 de fevereiro de 2024 De quarta a sábado, às 19h30, e aos sábados e feriados (haverá sessão no dia 25 de janeiro), às 18h Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro Ingressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada apresentação Classificação: 14 anos Duração: 120 minutos Acessibilidade: sala acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Oficina com Paulo Marcello Quando: 29 a 31 de janeiro ATUAÇÃO DO INTÉRPRETE NA DRAMATURGIA DA CENA. 20 vagas, gratuita. Inscrições pelo site da Oswald https://oficinasculturais.org.br/unidade/oswalddeandrade/
Projeto Caleidoscópio leva arte e cultura a crianças em São Paulo
Projeto Caleidoscópio
O Projeto Caleidoscópio – um projeto apresentado pelo Ministério da Cultura e incentivado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – anuncia um final de semana repleto de cultura e diversão para crianças com idades entre 4 e 12 anos. O evento concentra-se em atividades culturais como dança, teatro e circo, com o intuito de estimular o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo dos pequenos.
O evento está programado para ocorrer das 8h às 17h em uma arena especialmente projetada para atender às necessidades de aprendizado das crianças. Confira no site a programação de cada cidade.
Explore as atividades culturais do Caleidoscópio
No Caleidoscópio, as crianças encontrarão uma variedade de atividades culturais projetadas para estimular sua criatividade e desenvolvimento. Estas atividades incluem:
Teatro: aqui as crianças terão a oportunidade de explorar uma ampla gama de personagens utilizando se de fantoches para brincar e criar histórias;
Circo: o circo é uma celebração da diversão e habilidade, com palhaços, malabaristas e muitas risadas, proporcionando uma experiência memorável;
Dança: nas atividades de dança, as crianças poderão explorar a expressão corporal, aprendendo a valorizar e respeitar as diferenças enquanto se movimentam ao som da música.
O projeto ainda conta com apresentação teatral infantil gratuita, sempre as 16h para todos os participantes, aberta ao público. O Caleidoscópio oferece um rico conjunto de oportunidades para as crianças descobrirem, aprenderem e se divertirem através das artes.
Inscrições
O evento é gratuito, com inscrições antecipadas pela plataforma Sympla. Cada criança receberá uma pulseira com código de barras para participar das atividades.
Acessibilidade
O Caleidoscópio se preocupa com a acessibilidade, contando com intérpretes de Libras e rampas de acesso em todas as tendas, além de acompanhamento profissional para deficientes visuais.
Conceito
O Projeto Caleidoscópio acredita que a cultura é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social, promovendo a autoestima e a autoconfiança das crianças.
Contrapartida social
Além das atividades culturais, o projeto oferece cartilhas educativas e lanches, incluindo biscoitos, bebidas, frutas e água para todas as crianças participantes.
O Caleidoscópio está pronto para enriquecer a vida das crianças, proporcionando cultura, diversão e aprendizado. Junte-se a nós e ajude a disseminar a magia deste projeto excepcional.
SERVIÇO
Caleidoscópio Artístico – São Paulo (SP) Data: 30/11 e 01/12 Local: Parque Linear Bananal Canivete (Jardim Damasceno)
Com texto de Renata Mizrahi, espetáculo narra trajetória de japonês que salvou mais de 6 mil vidas de refugiados judeus em plena Segunda Guerra Mundial
Inspirado no livro de Yukiko Sugihara, Desobediência faz apresentações gratuitas no Centro Cultural da Diversidade
Um ato heroico e humanitário em plena Segunda Guerra Mundial é retratado pela peça Desobediência, texto inédito de Renata Mizrahi livremente inspirado no livro “Passaporte para a Vida”, de Yukiko Sugihara. O espetáculo, dirigido por Regina Galdino, segue em circulação por São Paulo. Desta vez, faz duas apresentações gratuitas no Centro Cultural da Diversidade nos dias 7 e 8 de dezembro, às 20h.
A peça foi idealizada por Rogério Nagai, que também está no elenco ao lado de Beatriz Diaféria, Carla Passos e Ricardo Oshiro. A montagem faz parte do projeto do Coletivo Oriente-se, em coprodução com a Nagai Produções Artísticas e Culturais.
A trama narra de forma não-linear a jornada de Chiune Sugihara, um representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia ao longo de 20 dias, desobedecendo às ordens do Japão – que participava do Eixo, aliança com a Alemanha nazista e a Itália fascista.
Esses documentos se transformaram em mais de 6 mil vidas judias salvas durante a guerra. A história é contada pelo ponto de vista de Yukiko, a esposa do representante, que narra a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, o nascimento dos filhos, os privilégios que tiveram na guerra, o episódio da desobediência, a derrota, a fuga, a prisão, a volta à terra-natal e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida.
“Acho que o texto discute como, às vezes, seguimos na vida de forma automática, sem olhar para o lado, e acabamos naturalizando barbaridades, como o fato de alguém estar morrendo de fome na rua enquanto outra pessoa ostenta por aí uma vida milionária. Acredito que a voz da Yukiko é muito importante. Já naquela época, ela falava de empoderamento, de machismo, de sexismo e de xenofobia”, comenta a autora Renata Mizrahi.
Já a diretora Regina Galdino acredita que o Desobediência é importante para nos mostrar caminhos em que o humanismo venceu o autoritarismo, sobretudo quando vivemos um retorno da extrema direita em todo o mundo. “Temas como as intolerâncias religiosa e étnica, a perseguição ideológica, as guerras pelo poder e territórios, a desumanidade, os refugiados e as crises econômicas, a desobediência a regras desumanas e a liberdade feminina estão presentes nesta história de esperança e obstinação na luta pela vida, com um elenco de nipo-brasileiros”, complementa.
Ela ainda conta que a peça passeia pelo tempo e espaço de forma dinâmica, sem seguir a ordem cronológica, “em um jogo de aproximações e choques entre as culturas japonesa, judaica e europeia”.
“O casal Chiune e Yukiko Sugihara contracena com diversas personagens interpretadas por um ator e uma atriz e optamos por figurinos atemporais, que ampliam a atualidade da história. O cenário e os elementos de cena são sintéticos e não-realistas estabelecendo, de forma abstrata, com a ajuda da iluminação, todas as cidades pelas quais o casal passou, desde Helsink, na Finlândia, até o retorno ao Japão, passando por Kaunas, na Lituânia; Berlim, na Alemanha; Praga, na então Tchecoslováquia; Konigsberg, na antiga Prússia, e Bucareste, na Romênia”, revela Galdino sobre a encenação.
A encenadora conta inda que o grupo pesquisou como despertar a imaginação do público com imagens abstratas, não-realistas e inusitadas por meio de um cenário surrealista e de tecidos vermelhos utilizados no lugar de objetos.
“A expressão corporal e a interpretação dos atores e atrizes convidarão o público, de forma sintética, a imaginar trens, florestas, praias, navios, salões de baile, consulados, prisões, máquinas de escrever e fuzis, além dos vistos emitidos para os judeus. Misturando drama e humor, contamos essa história pouco conhecida pelo público usando figurinos atemporais cinzas, “manchados” por tecidos vermelhos, com diferentes funções; um painel de fundo preto e branco com imagem surrealista; projeções abstratas; e a música original, com um tema e variações para passear por diferentes países e culturas”, acrescenta.
SINOPSE
Desobediência é uma peça inédita de Renata Mizrahi livremente inspirada no livro “Passaporte Para a Vida”, de Yukiko Sugihara. A peça conta, de forma não-linear, a jornada de Chiune Sugihara, representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia, desobedecendo às ordens do Japão, aliado da Alemanha e Itália.
Os 2 mil vistos se transformaram em mais de 6 mil vidas judias salvas na guerra. A história é contada pelo ponto de vista da esposa Yukiko: a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, os filhos, os privilégios que tiveram na guerra, a desobediência ao consulado japonês, a derrota, a fuga, a prisão, a volta ao Japão e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. O texto é um drama, com doses de humor.
FICHA TÉCNICA
Texto: Renata Mizrahi
Direção: Regina Galdino
Elenco: Beatriz Diaféria, Carla Passos, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai
Cenografia e Figurinos: Telumi Hellen
Vídeo mapping e operação de som: Alexandre Mercki
Música original: Daniel Grajew
Design e operação de luz: Paula da Selva
Produção executiva: Amanda Andrade
Direção de produção e coordenação geral: Rogério Nagai
Assistência de Direção: Edson Kameda
Fotografia: Joelma Do Couto, Rony Costa e Mari Jacinto
Mídias sociais: Lol Digital
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Comunicação visual: Pethra Ubarana
Realização: Coletivo Oriente-se, Nagai Produções e Secretaria Municipal de Cultural –
Lei de Fomento ao Teatro
SERVIÇO
Desobediência, de Renata Mizrahi Centro Cultural da Diversidade