Dom Pedro II

Alexandre Rurikovich Carvalho

‘Dom Pedro II: O Imperador Erudito que transformou o Brasil
pela Ciência, pela Cultura e pela Educação’

Dom Alexandre Rurikovich Carvalho
Dom Alexandre Rurikovich Carvalho
Arte em estilo vintage apresentando curiosidades sobre Dom Pedro II, com fundo em tom sépia, tipografia clássica e um retrato central do imperador. Ao redor da imagem, dez curiosidades destacam seu conhecimento, paixão pela ciência, tecnologia, educação, artes e simplicidade pessoal.
Arte em estilo vintage criada por IA do ChatGPT, apresentando curiosidades sobre Dom Pedro II, com fundo em tom sépia, tipografia clássica e um retrato central do imperador. Ao redor da imagem, dez curiosidades destacam seu conhecimento, paixão pela ciência, tecnologia, educação, artes e simplicidade pessoal.

Matéria Especial Bicentenário de Dom Pedro II

INTRODUÇÃO – UM GOVERNANTE FORJADO PELO SABER

No cenário político e cultural do século XIX, poucas figuras tiveram impacto tão profundo e duradouro quanto Dom Pedro II, o último imperador do Brasil. Educado desde a infância para governar, tornou-se um símbolo singular da monarquia tropical: um soberano que fez da inteligência, da moderação e da cultura as bases de seu reinado.

Durante quase meio século, guiou o país por caminhos de estabilidade, modernização e abertura intelectual. O Brasil Imperial tornou-se, nas palavras de muitos historiadores, um “país de ideias”, movido por um líder que colocava livros acima de cerimônias e professores acima de nobres.

I. O IMPERADOR ERUDITO

Um Estudante Infatigável em um Trono de Livros

Dom Pedro II teve uma formação acadêmica sem precedentes na história brasileira. Aos 5 anos, iniciou uma rotina de estudos que duraria a vida inteira: despertava às 6h, estudava diversas disciplinas até a noite e tinha pouco tempo para descanso ou lazer.

• Um Poliglota Excepcional

A lista de idiomas que dominava inclui:

  • Francês, inglês, alemão, italiano e espanhol (línguas modernas),
  • Latim, grego antigo, hebraico e árabe (línguas clássicas e orientais),
  • Tupi, provençal, russo e sânscrito, entre outros.

Ele lia jornais estrangeiros diariamente, sem tradutores, e mantinha correspondência com intelectuais de vários países.

Cadernos, Diários e a Disciplina do Saber

Seus cadernos pessoais registram as mais diversas leituras: poesia, filosofia, química, matemática, história natural, política e até manuais astronômicos.
Documentos mostram que chegava a ler mais de 200 páginas por dia.

II. O SOBERANO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA

Um Monarca Cientista em Pleno Século XIX

Dom Pedro II foi um dos governantes mais abertos à tecnologia de seu tempo. Ele não apenas conhecia invenções modernas – frequentava laboratórios, patrocinava pesquisas e buscava aplicar novidades no Brasil.

• O Encontro Histórico com Thomas Edison

Durante viagem aos Estados Unidos, visitou pessoalmente o laboratório de Thomas Edison. Ao testar o fonógrafo, encantou-se imediatamente. A imprensa americana relatou o assombro do imperador e destacou sua capacidade de compreender detalhes técnicos da máquina.

• Fotografia e Documentação

Foi um dos primeiros monarcas do mundo a ser fotografado, mas não se limitou a posar:

  • Fotografava pessoalmente,
  • Desenvolvia imagens em laboratório próprio,
  • Incentivava fotógrafos profissionais,
  • Registrava expedições científicas e eventos nacionais.

Seu apoio à fotografia ajudou a consolidar o Brasil como um dos primeiros países do mundo a possuir documentação fotográfica sistemática.

• Instituições Científicas e Pesquisadores

Sob seu patrocínio avançaram projetos como:

  • Observatório Nacional
  • Museu Nacional
  • Comissão Geológica do Império
  • Expedições naturalistas estrangeiras
  • Estudos sobre astronomia, meteorologia e geografia física

Seu nome figurou em mais de 50 academias científicas internacionais, incluindo prestigiadas sociedades europeias.

III. O MECENAS DAS ARTES E DAS LETRAS

O Imperador que Conversava com Gênios

A cultura foi um dos eixos centrais do reinado de Dom Pedro II. Ele acreditava que a arte civilizava e que o conhecimento preenchia o espírito humano.

• Relações com Personalidades Globais

Trocou cartas e visitas com grandes nomes da literatura e da música:

  • Victor Hugo admirava sua postura humanitária,
  • Richard Wagner agradecia seu incentivo às artes,
  • Franz Liszt o recebeu em recitais privados,
  • Ernest Renan e Camille Flammarion discutiam ciência e filosofia com o Imperador.

Ele também apoiou artistas brasileiros como Pedro Américo, Vítor Meireles, Rodolfo Amoedo, Porto-Alegre e muitos outros.

• Instituições de Cultura

Durante seu reinado, fortalecem-se e modernizam-se:

  • Biblioteca Nacional (o maior acervo das Américas no século XIX),
  • Museu Nacional,
  • Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
  • Academia Imperial de Belas Artes,
  • Escolas de música, teatro e pintura.

IV. EDUCAÇÃO COMO PILAR DO FUTURO

A Obra de um Imperador Professor

Dom Pedro II percebia a educação como a verdadeira força da modernidade. Era defensor de escolas públicas, incentivo aos professores e pesquisa científica.

• Reformas e Ações Estruturais

• Reformas e Ações Estruturais

Entre suas contribuições:

  • Ampliação da instrução básica,
  • Envio de estudantes brasileiros para Europa,
  • Modernização de colégios e liceus,
  • Financiamento pessoal para professores e pesquisadores.

Ele dizia:
“A instrução é a base da liberdade. Sem educação, o Brasil não poderá ser grande.”

V. O IMPERADOR HUMANISTA E A ABOLIÇÃO

A Consciência Moral de um Líder

Dom Pedro II era abertamente contrário à escravidão desde a juventude. Considerava o sistema “degradante” e contrário aos princípios cristãos e civilizatórios.

• Atuação e Influências

Embora não pudesse abolir por decreto, apoiou medidas gradualistas, como:

  • Lei do Ventre Livre (1871),
  • Lei dos Sexagenários (1885),
  • Incentivo à libertação voluntária,
  • Participação indireta no movimento abolicionista.

Sua filha, Princesa Isabel, recebeu forte influência de sua postura, culminando na Lei Áurea (1888).

VI. EXÍLIO, SOLIDÃO E UM AMOR QUE NÃO SE APAGOU

O Fim de Um Reinado e a Memória do Brasil

Derrubado pelo golpe militar de 1889, Dom Pedro II embarcou para a Europa sem resistir. Levou consigo poucos pertences: essencialmente livros, cadernos e memórias.

• Uma Vida Modesta em Paris

Recusou pensão do governo republicano e viveu de forma simples em hotéis europeus. Sua rotina no exílio era marcada por leituras, passeios discretos e saudades profundas do Brasil.

• A Morte e o Regresso

Faleceu em 1891, aos 66 anos. Ao seu lado, havia um saco com terra brasileira, que foi depositado sob sua cabeça no caixão – símbolo comovente de sua conexão eterna com o país.

Seu corpo retornou ao Brasil apenas em 1921, já em tempos republicanos.

CONCLUSÃO – UM IMPERADOR PARA ALÉM DA MONARQUIA

Dom Pedro II permanece como uma das figuras mais admiradas da história nacional. Seu reinado deixou marcas profundas na ciência, na cultura, na literatura, na educação e na identidade do Brasil. Em um período em que muitos monarcas europeus viviam para o luxo e a pompa, o soberano brasileiro vivia para estudar, estimular e construir.

Um intelectual no trono.
Um mecenas em meio à política.
Um homem simples que carregou um império.
E um brasileiro cuja grandeza continua a inspirar gerações.

REFERÊNCIAS

Obras clássicas e biografias:

  • CALMON, Pedro. História de Dom Pedro II. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.
  • CARVALHO, José Murilo de. Dom Pedro II: Ser ou Não Ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
  • SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
  • BARMAN, Roderick. Citizen Emperor: Pedro II and the Making of Brazil, 1825–1891. Stanford: Stanford University Press, 1999.

Documentos e fontes primárias:

  • Diários de D. Pedro II – Arquivo Nacional / IHGB.
  • Correspondências Epistolares – Coleções da Biblioteca Nacional.
  • Acervo Fotográfico Imperial – Museu Imperial de Petrópolis.

Estudos complementares:

  • COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. São Paulo: UNESP, 1999.
  • FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1994.
  • HILSDORF, Maria Lúcia. História da Educação no Brasil. São Paulo: Global, 2004.

Alexandre Rurikovich Carvalho

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Penso, logo vivo – XXVI

Pietro Costa: Pensamento XXVI

Pietro Costa
Pietro Costa
Imagem criada por IA da Meta – 09 de setembro de 2025, às 09:07 PM

O mau uso da tecnologia opõe conexão à conectividade.

Pietro Costa

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A palavra da era da imagem

Francisco Evandro de Oliveira: ‘A palavra na era da imagem’

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
A palavra na era da imagem
A palavra na era da imagem
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Desde os tempos mais remotos, a palavra é, sem sombra de dúvida, a maior e melhor forma de os povos se comunicarem; entretanto, nos dias atuais, em face da imensa facilidade de riqueza tecnológica existente, a palavra, bem como as diferentes formas de imagens, caminham lado a lado como forma de expressar pensamentos fatos e ações.

As imagens dizem tudo e substituem qualquer palavra e elas servem de comprovação para elucidar qualquer espécie de crime e podem ser utilizadas nos tribunais como defesa ou como acusação em qualquer processo.

 No entanto, quem tem o dom da retórica ou simplesmente oratória, pode reunir milhões a sua volta e fazê-los caminhar pelas ações dos seus pensamentos, como por exemplo, o nazismo e o fascismo, que só obtiveram sucesso devido ao grande poder de persuasão que os seus líderes tinham. Eles faziam de suas falas a principal arma que cativaram e arrastaram milhões de pessoas para a derrocada e destruição.

 Embora as imagens sejam quase sempre fortes, fracas, belas, enigmáticas, encantadoras e, às vezes, cruciais, no entanto, a palavra sempre cativa, faz a pessoa pensar ou refletir sobre o que se ver ou o que podemos ouvir sem nos prejudicar.

 Imagens e palavras são formas poderosas de o ser humano expressar o pensamento e, no momento atual, a globalização faz cada dia as pessoas criarem novas invenções que levam as civilizações a se aprofundarem em busca de novas tecnologias, ela faz aproximar os comércios e indústrias internacionais, e logicamente reduziu as distâncias entre as nações, através de possantes aeronaves ou a utilização de meios de comunicações, que cujas mensagens atravessam o mundo em frações de segundos e com utilização da tecnologia que proporcionou o surgimento da internet fez o mundo estar on-line.

E o homem, ser mais inteligente do planeta Terra, busca sempre uma forma de caminhar em largos passos e escala ao encontro de novos ideais que tornará sua fonte de felicidade. Isso faz abrilhantar um caminho que a tríade anda e cresce paralelamente.

O homem, as imagens e as palavras. O homem racional cresce no sentido de se aperfeiçoar, estando evoluindo a cada dia buscando inúmeras formas de ser feliz e, por causa disso, novas palavras surgem face às guerras que eclodem no cotidiano das civilizações e as sinergias existentes entre vencedores e vencidos fazem surgir novas palavras as quais são incorporadas aos respectivos dicionários dos países em estado beligerante, como por exemplo, as palavras de uso corriqueiro da internet, (deletar, print e outras centenas delas) são palavras que já se encorparam ao linguajar de nosso povo.

 Ao mesmo tempo, as imagens também têm seu espaço em constante mutação e, no momento atual, é uma riqueza inigualável! Porque elas estão em todas as partes e em todos os lugares: nos livros, nos cinemas, nos teatros e, principalmente, nas televisões diariamente e são as imagens expostas que nos alegram ou nos agridem de acordo com as ações que elas exprimem. Elas têm praticamente o mesmo peso e fazem o mesmo efeito. Como por exemplo, uma simples foto colocada em primeira página de um jornal de grande circulação pode causar um efeito muito forte na população.

As imagens que são expostas como propaganda à beira das principais estradas ou nas paredes dos bares e restaurantes, ou simplesmente em qualquer lugar. Sabemos que algumas delas são estilos de propagandas subliminares e que fazem as pessoas ficarem com elas em seus pensamentos e, como consequência, compram o produto, mesmo sem estarem deles necessitado.

  As imagens, assim como as palavras nos fazem chorar, sorrir, nos entristecer e nos alegrar; como por exemplo, um filme de tragédia pode deixar uma plateia a ter depressão, haja vista ‘Titanic’ e outros do mesmo estilo que fizeram milhões de telespectadores ficarem com lágrimas nos olhos devido as fortes imagens retratadas do sinistro.

  A era da imagem é forte e tende a sobrepujar as palavras. contudo, devemos refletir que as palavras são pontos principais de comunicação do ser humano e ele aprende desde a tenra infância e sendo ela seu instrumento principal de comunicação é um fato notório que por mais que as imagens tenham poder, jamais irão torna-se ou suplantar as palavras, porque, estando o ser humano em constante estado de evolução, haverá o momento que outras formas de comunicação superarão as imagens.

 No entanto, nós humanos, que somos os seres mais inteligentes, estaremos sempre a utilizar as palavras como nossa principal fonte de comunicação em qualquer época de nossa existência.

  As palavras, a bem da verdade, são códigos que previamente explicitados aos seus significados e quando reunidos formam palavras, frases e orações e no momento atual podemos perceber a avalanche de livros que formam escritos nos nossos presídios, os quais muitos críticos consideram como sendo os maiores autores de nossa literatura atual e os conteúdos neles escritos que são verdadeiras denúncias, porém em termos de códigos, não são mais que palavras e aí temos novamente o poder da palavra escrita como forma de denunciar uma situação existencial e a lógica narrativa dos manuscritos são as vivências próximas à escrita, algo que quase não se verifica no mundo fora das grades.

  No atual momento que a violência é uma das maiores preocupações de nossa sociedade, as denúncias através das palavras, sejam elas escritas, faladas ou televisada tornam cada vez maior o poder de seu uso, seja para fins benéficos ou maléficos para sociedade.

  As imagens arrastam multidões, porque seu efeito é imediato motivado pelo bombardeio das retinas que influenciam o cérebro.

  Se considerarmos que bom senso é um fator de bonança e que deve ser partilhado para o bem comum, então devemos usar tanto as palavras quanto as imagens equitativamente, a fim de que não haja o predomínio de um, em prol da outra.

  Palavras e imagens têm o seu devido e forte valor e somente nós saberemos o momento certo de utilizá-las na melhor forma possível e devemos também tirar.

Francisco Evandro de Oliveira

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Trabalhador Determinante para o Progresso'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Trabalhador Determinante para o Progresso

A sociedade, considerada nas suas diferentes dimensões: política, religiosa, económica, financeira, empresarial, territorial, cultural, lazer e laboral, entre outras, seguramente que não estaria organizada, hierarquizada e estratificada como hoje a conhecemos e analisamos, se não fosse o esforço permanente do ser humano, no estudo, planificação, aplicação de técnicas e tecnologias e avanço progressivo e sustentável para a melhoria contínua da qualidade de vida das pessoas.

Sensivelmente que cerca de metade de todas as pessoas que constituem a sociedade humana organizada desenvolve uma atividade produtiva, colaborando, assim, para o desenvolvimento do todo, tendo por obrigação apoiar aquela faixa etária que já deu o seu contributo, bem como preparar os mais jovens para, mais tarde, eles assumirem as diferentes funções que são necessárias, a fim de que haja uma progressão sustentável do bem-comum e que, igualmente, a felicidade, na sua vertente de satisfação de bem-estar material e espiritual, seja uma realidade.

Será, praticamente, impossível, conceber uma sociedade organizada, em permanente desenvolvimento, sem o contributo daquelas pessoas que exercem funções em diferentes áreas de atividade: da saúde à educação; do trabalho à formação; da política à religião; da cultura ao lazer; da economia à finança; do empreendedorismo ao investimento; entre muitos outros domínios contributivos para o bem-estar e conforto das populações.

Os “Dias Nacionais”, “Internacionais” e “Mundiais”, a propósito de um qualquer evento, sucedem-se, diariamente. O “Primeiro de Maio”, por exemplo, está consagrado ao Trabalhador, qualquer que seja a sua atividade e, acrescenta-se, do ponto de vista do autor, independentemente de estatuto académico-profissional, na medida em que, quem se dedica a uma laboração, sempre acaba por produzir alguma coisa que, mais ou menos, interessa à sociedade de consumo.

E se as instituições, proprietários, empresários e líderes são necessários, assim como os recursos técnicos, tecnológicos, financeiros e infraestruturais diversos, igualmente é verdade que o capital humano se torna imprescindível, por mais máquinas que se inventem e utilizem, porque a inteligência das pessoas é insubstituível e o trabalho por elas realizado é, seguramente, indispensável.

A sociedade mundial laboral em geral e a comunidade portuguesa, em particular, vivem um período conturbado, porque os níveis de desemprego atingem percentuais muito elevados, colocando em causa não só a estabilidade económico-financeira das famílias, como também a consolidação da autonomia e dignidade que devem assistir a toda a pessoa, verdadeiramente humana.

Por outro lado, ainda se verificam situações inaceitavelmente degradantes para muitos milhões de trabalhadores, em todo o mundo, desde logo a começar naqueles que, para escaparem ao desemprego, à fome, à miséria e, no limite, ao suicídio, se vêm obrigados a emigrar, sendo, em muitos casos, mal recebidos, maltratados e, alguns deles, expatriados.

É evidente que a responsabilidade por estas situações de desemprego, que muitas vezes conduzem à desgraça de famílias inteiras, pode ser repartida, quem sabe, em três quotas-partes: a muitos Governos, que deveriam ter melhores políticas sociais de emprego, devidamente sustentáveis; a algumas Empresas que apenas buscam, gananciosamente, lucros exorbitantes, sem olhar a meios, despedindo pessoal, que é substituído por máquinas; finalmente, muitos dos próprios potenciais Trabalhadores que, em muitos casos, não querem trabalhar, embora tenham saúde e capacidades físicas, psicológicas, intelectuais e profissionais, não o fazendo porque, eventualmente, estarão a receber subsídios sociais.

 

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

NALAP.ORG

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

https://www.facebook.com/diamantino.bartolo.1

http://diamantinobartolo.blogspot.com

diamantino.bartolo@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 




O leitor participa: Luizinho Magalhães: 'Gerações anteriores, que aprenderam com o quadro negro, agora ensinam os hiperconectados'

“Distantes e próximos. Duas palavras que, embora representam o antagonismo uma da outra, expressam muito bem o momento em que vivemos.”

Distantes e próximos. Duas palavras que, embora representam o antagonismo uma da outra, expressam muito bem o momento em que vivemos. Nos lares brasileiros, crianças e adolescentes se unem às mães, pais ou outros responsáveis, numa tentativa constante de criar, de uma semana para outra, uma nova rotina. Se o afastamento social assustou, por frustrar expectativas e muitos projetos para este ano, por outro traz, para aqueles que os têm, o reconhecimento que a tecnologia, empregada em seus diversos canais, torna menos angustiante passar pela quarentena. Das plataformas de streaming, que liberaram filmes, séries e mais canais de jornalismo, aos aplicativos de entrega, seja alimento ou qualquer outro item, os sinais de 4 ou 5G e o wi-fi se tornaram grandes aliados nestes últimos dias.

Nesta esteira tecnológica, revelou-se mais um: a educação. Para as famílias que cresceram e foram educadas em salas de aula tradicionais, com mesas e cadeiras enfileiradas, quadro negro, giz e talvez um retroprojetor ou filmes em VHS, o leque que se abre é vasto, estranho e duvidoso. E mesmo para os jovens, que já nasceram hiperconectados e estavam acostumados a ter o uso da tecnologia como um meio no processo pedagógico, estranham-se de vestir de avatar ao invés do uniforme. Cabe a escola se tornar um facilitador desse processo, informando e se fazendo entender aos responsáveis sobre o propósito pedagógico das atividades para auxiliar o aluno, que, mesmo mais apto a mudança, pode estranhar o uso da tecnologia não mais como o meio como as aulas acontecem, mas sim como o fim.

Os conteúdos precisam ser mantidos e a rotina de estudos preservada, respeitando os horários já programados. A sugestão é que o professor esteja disponível nos horários das aulas presenciais e promova debates e outras atividades e interações que os deixem motivados. Quando oferecemos as aulas e o atendimento no mesmo horário, um dos objetivos é justamente ajudá-los a gerir o tempo, pois o estudante entende que é aquele o momento que ele tem e que não pode ser desperdiçado. Já a concentração, que está ligada intrinsecamente com a motivação, tem que incluir atividades que sejam contextualizadas e dinâmicas. É difícil, sem dúvida alguma, mas contamos com um aspecto a nosso favor: os alunos de hoje são mais aptos à mudança, pois nasceram num mundo tecnológico e, portanto, com essa cultura já inserida em seus comportamentos.

Mas vale se atentar que investir nas facilidades tecnológicas das crianças e jovens não significa deixar de lado o convívio social, uma crítica, por sinal, bastante errônea ao processo de digitalização. Exemplo disto são os aplicativos de comunicação, que usamos para interagir com familiares, amigos de infância, grupos de condomínio e tantas outras pessoas que, até então, no presencial era até menos frequente. Os estudantes devem continuar se relacionando, seja com trabalhos em grupo ou propostas de debates sobre temas sempre contextualizados. E, quanto ao processo avaliativo, a adequação também é válida e a participação em chats e fóruns, presença em aulas por meio de vídeo e entrega de materiais entram na conta final.

Estas transições pelas quais vivemos não são fáceis, inclusive para as escolas, que embora algumas já até estejam acostumadas a explorar o uso tecnológico para aplicação das disciplinas, se veem agora dependentes dela. Fica, a cada dia que passa, mais claro a importância do papel do educador, que agora deve ser um profissional gabaritado para influenciar a busca de conhecimentos, guiar a rotina de estudos, desenvolver habilidades de socialização e aperfeiçoar tantas outras que vão sendo apresentadas ao longo do processo acadêmico. O uso da tecnologia, que já é uma realidade há alguns anos, mostra o seu lado catalisador da educação, aquele que facilita a apresentação de conteúdos e conecta a todos, em qualquer lugar do globo. Mas é também a tecnologia que vem mostrando que o contato físico é extremamente relevante no dia a dia de qualquer pessoa.

 

Luizinho Magalhães é graduado em pedagogia e especialista em formação de professores com MBA em gestão escolar e inovação na educação pela Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande (MS). O executivo é diretor acadêmico da rede Luminova, escola inovadora que tem como objetivo democratizar o acesso à educação de qualidade, promovendo o crescimento humano e ascensão social no Brasil.

 

 

 

 

 

 

 




Parque Tecnológico de Sorocaba aproxima empreendedores de possíveis investidores

Inscrições seguem até o dia 20/06 para empresas que tenham clientes ativos e estejam em fase de captação de investidores.

 

O Parque Tecnológico de Sorocaba selecionará até 10 startups para o #MadeInSorocaba Investors Day. O evento tem como objetivo aproximar startups com investidores e fundos de investimentos interessados em aportar capital em empresas com produtos ou serviços inovadores. A exigência é que as candidatas tenham clientes ativos e estejam em fase de captação de investimentos para se consolidar no mercado.

Para participar do evento, as empresas interessadas precisam se inscrever até o próximo dia 20/06 no site https://goo.gl/forms/Zp9y9NUNOIBfqq5I2. A partir de então, os inscritos passarão por um processo de seleção no qual as 10 startups mais promissoras serão escolhidas para a abertura de diálogo com os investidores. O #MadeInSorocaba Investors Day, com presença dos investidores e das startups selecionadas, ocorrerá dia 30/06.

Rodrigo Mendes, Diretor de Inovação do PTS, explica que esse evento é inédito e deve atrair empresas com grande capacidade de inovação. “Essa é uma grande oportunidade para as startups do ecossistema de Sorocaba se apresentarem a investidores e captarem recursos, se consolidando no mercado. Uma das maiores dificuldades das empresas é justamente a fase de captação de investimentos, e o Parque fará essa ponte para aquelas que forem mais promissoras e consistentes”, salienta.




Crimes virtuais afetam 42 milhões de brasileiros e serão punidos

Em 2016, o prejuízo total da prática para o país foi de US$ 10,3 bilhões

O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário global de cibercrimes. Em 2016, 42,4 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes virtuais. Em comparação com 2015, houve um aumento de 10% no número de ataques digitais. Segundo dados da Norton, provedora global de soluções de segurança cibernética, o prejuízo total da prática para o país foi de US$ 10,3 bilhões. Em maio de 2012, o Brasil acompanhou um dos casos mais emblemáticos de crime cibernético cometidos no país: o roubo e a divulgação de mais de 30 fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann. Hackers do interior de Minas Gerais e de São Paulo invadiram o e-mail da artista e a chantagearam, por meio de mensagens anônimas, pedindo R$ 10 mil para apagar as imagens. O caso foi parar no Congresso Nacional: a Câmara dos Deputados aprovou e colocou em vigor a Lei nº 12.737 – apelidada de Lei Carolina Dieckmann –, que tipifica delitos cometidos em meios eletrônicos e na internet.

Esse é apenas um entre muitos casos de crimes cibernéticos que ocorrem diariamente no Brasil e no mundo. O surgimento do termo “cibercrime” remonta ao fim da década de 1990, momento histórico no qual a internet se expandia pelos países da América do Norte. Após uma reunião em Lyon, na França, entre representantes das nações do G8, a palavra começou a ser utilizada para designar fraudes empreendidas em ambiente digital (seja na internet ou nas novas redes de telecomunicações). “A cibercriminalidade não é diferente das infrações tradicionais: ela pode ser variada e ocorrer em qualquer hora ou lugar. O criminoso aplica diferentes recursos, conforme seus objetivos”, afirma Cláudio Felisbino, coordenador do curso de Segurança da Informação do Centro Tecnológico Positivo, em Curitiba (PR). Quando as fotos de Carolina Dieckmann foram espalhadas pela internet, os itens que diagnosticam e punem delitos virtuais compunham apenas um projeto que tramitava no Congresso. O escândalo, então, levou os deputados e senadores a agilizar o processo de aprovação da nova lei.

O texto da Lei Carolina Dieckmann determina que sejam punidas pessoas que cometam delitos de violação de senhas e invasão de computadores e outros dispositivos de informática. A obtenção de dados privados e comerciais sem consentimento do proprietário gera não apenas multas, mas também penas de três meses a dois anos de prisão. A aprovação da lei representa um salto para a Justiça no Brasil, cujo Código Penal carecia, até então, de artigos que abordam especificamente crimes eletrônicos. “A orientação básica para quem enfrenta alguma situação de crime cibernético, como ofensa, difamação e calúnia, é procurar ajuda especializada”, recomenda Felisbino. Segundo ele, os crimes digitais ocorrem em caráter de anonimato – por isso, o especialista, a partir das ferramentas adequadas, apura a autoria do delito, com base em pistas e nas informações repassadas pela vítima.