Fui um rio de solidão

Evani Rocha: Poema ‘Fui um rio de solidão’

Evani Rocha
Evani Rocha
Imagem criada por IA - Gencraft
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Fui o rio onde desaguou todos os mananciais
Fui a nascente em ti e a foz além de mim.
Fui a tempestade que inundou os teus olhos
E transbordou teu coração.
A enchente que transpassou tua alma
E afogou o teu jardim…
sim!
Fui como um furacão!
Como um rio de correntezas velozes,
Não vi as flores às margens
E nem as folhas mortas
que flutuavam sobre mim.
De um fino fio, me expandi
Além dos meus limites,
Até tornar-me cachoeiras
E lavar barrancos e várzeas.
Fui o céu derretido em águas
Desnorteadas, sem barreiras.

Eu fui um rio de solidão…
Sim!
Eu fui rio,
Fui pedras, entulhos e chão,
Fui a mão da mãe sobre o Rincão
Fui a imensidão de areia
que permeiam os oceanos.
Fui marginal alado, calado,
Fui profundezas abissais!
Passei por aqui desavisado,
Porém, ainda sou água livre nos verões.
Intempestiva, inconsequente,
Ás vezes posso chegar bruscamente,
Sombria e fria.
Ultrapassar teus extremos
e surpreender tua profecia…
Ainda SORRIO, porque guardo em mim
A fórmula mágica da vida.
O potencial de renascimento.
Mesmo que carregado
de enxurradas e lágrimas,
Ainda assim, permaneço rio.

Evani Rocha

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