José Antonio TorresCriador de imagem do Bing – 28 de abril de 2025, às 08:49 PM
Te sentia tensa, sempre na defensiva. Não entendia o motivo dessa tua atitude. Estavas sempre pronta para uma resposta ríspida, Onde ela não se justificava sob qualquer alegação. Até que um dia, abrindo teu coração, Me dissestes que já havias sido muito maltratada E acabastes forjando um escudo em volta de ti. Não querias ser agressiva, Mas por todos os acontecimentos já vivenciados, Acabastes incorporando essa atitude como defesa. Muitas conversas foram trocadas e, aos poucos, Fostes abrandando, não totalmente, o teu modo de ser. Tirei desse fato uma triste constatação: As pessoas agem de forma agressiva entre si e não percebem quanto mal podem ocasionar. O amor e o carinho conseguem derrubar muralhas de incompreensões; Atravessar oceanos de desgostos; Aplacar as tempestades de um coração sofrido. Não julguem as atitudes grosseiras do outro. Não sabeis quais e quantas batalhas ele teve que lutar. Para a minha alegria, felizmente, entendestes o que é ser amada.
Com direção e coreografia de Vanessa Macedo, a coreografia cria uma relação entre tensão, risco e codependência buscando refletir sobre o nosso sentimento de responsabilidade e pertencimento frente ao mundo e às pessoas. Espetáculo estreia no dia 21 de junho no Kasulo Espaço de Arte
O que estamos fazendo? A partir de questionamentos como este e de ideias propostas pela filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), a Cia Fragmento de Dança criou o espetáculo Amor Mundi, que tem sua temporada de estreia de 21 a 30 de junho, no Kasulo Espaço de Arte. As apresentações são gratuitas e acontecem às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h.
A direção e a coreografia são de Vanessa Macedo, que também está no elenco ao lado de Diego Hazan, Gabriela Ramos, Maitê Molnar, Peter Levi e Prudy Oliveira.
Segundo a diretora, o processo de criação de Amor Mundi começou em 2018, quando o grupo criou os primeiros projetos, as primeiras escritas, leituras e pensamentos. “Depois tivemos uma interrupção na pandemia, quando tínhamos uma previsão de estreia. Fizemos, então, um formato audiovisual do espetáculo, com pouquíssimas apresentações ao vivo, ainda num período de retorno. Então, considero que este momento é, de fato, de estreia”, revela Macedo.
“Inspiramo-nos na filósofa Hannah Arendt, que lança a pergunta: o que estamos fazendo? E isso fez com que nos questionássemos sobre o nosso sentimento de responsabilidade e de pertencimento com o mundo, no mundo e com as pessoas. Começamos a estudar proposições que fizeram com que nós nos percebêssemos em uma relação de codependência frente o mundo”, explica.
“O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de pensar o que estamos fazendo” – Hannah Arendt
Se, hoje, fôssemos responder a Hannah Arendt, autora dessa frase, diríamos que não, não nos parece nada simples! Pensar sobre “o que estamos fazendo” continua sendo uma pulsão para existir. Arendt, na metade do século XX, nos dizia para não duvidarmos da nossa capacidade de destruir toda vida orgânica na Terra. O homem chegava à lua e essa descoberta não era somente sobre a capacidade humana de realizar tal feito, mas também sobre a possibilidade de não permanecermos mais neste nosso planeta.
Amor Mundi questiona a nossa relação de cuidado e responsabilidade com o mundo. É sobre a AÇÃO que se faz em grupo. Sobre risco, imprevisibilidade, codependência, iminência de colisão. Um desejo de insurgir, romper e deixar nascer o que não se sabe.
Além da cientista política Hannah Arendt, a obra do artista turco Ugur Gallen foi um convite imagético e real para que o grupo refletisse sobre contrastes, desigualdades e contradições presentes na história da humanidade.
“O trabalho surge dessas questões e se coloca muito atual diante das milhares de crises ecológicas e políticas que acontecem no planeta. Trata-se de uma convocação, um chamado para que comecemos a nos perguntar o que e como estamos fazendo. Estamos ou não nos sentindo responsáveis por tudo? Nos alimentamos de três palavras: tensão, risco e codependência. Elas aparecem o tempo inteiro no trabalho, na nossa relação com os objetos, na nossa relação com os corpos, na nossa relação no espaço. A proposta é criar momentos de colisão, de ruptura, para que seja possível surgir um novo”, reflete a diretora.
Ficha Técnica
Coreografia e direção: Vanessa Macedo
Assistência de coreografia: Maitê Molnar
Elenco/ Intérpretes: Diego Hazan, Gabriela Ramos, Maitê Molnar, Peter Levi, Prudy Oliveira e Vanessa Macedo.
Estágio: Leticia Almeida
Iluminação: André Prado
Concepção de vídeo projeção: Bianca Turner
Composição, síntese sonora, gravação e mixagem: Ricardo Pesce
Participação especial Didgeridoo: Paulo Jesus
Figurino: Daíse Neves
Assistente de figurino: Pablo Azevedo
Consultoria para cenário: Rogério Marcondes
Desginer: Leticia Mantovani
Produção: Luciana Venancio (Movicena Produções)
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Esta ação faz parte do projeto “Para Mover o Invisível”, contemplado na 35° Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo
Sinopse
“O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de pensar o que estamos fazendo”, questiona Hannah Arendt. Se, hoje, fôssemos responder a Hannah Arendt, autora dessa frase, diríamos que não, não nos parece nada simples! Pensar sobre “o que estamos fazendo” continua sendo uma pulsão para existir. Arendt, na metade do século XX, nos dizia para não duvidarmos da nossa capacidade de destruir toda vida orgânica na Terra. O homem chegava à lua e essa descoberta não era somente sobre a capacidade humana de realizar tal feito, mas também sobre a possibilidade de não permanecermos mais neste nosso planeta. Amor Mundi questiona a nossa relação de cuidado e responsabilidade com o mundo.
SERVIÇO:
Amor Mundi, da Cia. Fragmento de Dança
Temporada: 21 a 30 de junho
Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: Grátis. Devem ser retirados pelo site Sympla
Com produção de John Krasinski, novo filme da franquia estreia em 27 de junho nos cinemas brasileiros
Medo e tensão tomam conta de Nova Iorque no novo trailer de “Um Lugar Silencioso: Dia Um”, que acaba de ser divulgado pela Paramount Pictures. Na prévia, os protagonistas Sam e Eric, interpretados por Lupita Nyong’o e Joseph Quinn respectivamente, vêem suas vidas se transformando com a chegada de alienígenas na cidade.
Sucesso de bilheteria, a franquia ganha agora um prelúdio, mostrando os eventos que antecederam “Um Lugar Silencioso” e “Um Lugar Silencioso: Parte II”. No novo longa, o público acompanhará o aterrorizante primeiro dia da invasão alienígena que silenciou o mundo. Além do casal de protagonistas, Djimon Hounsou, conhecido por filmes como Gladiador e Diamante de Sangue, e Alex Wolff, de Oppenheimer e Hereditário, completam o elenco.
Lupita Nyong’o as Samira and Joseph Quinn as Eric in ‘A Quiet Place: Day One’, from Paramount Pictures.
John Krasinski, mente por trás da franquia e diretor dos dois primeiros longas, retorna para essa obra como produtor ao lado de Michael Bay, Andrew Form e Brad Fuller. A produção executiva é assinada pela dupla Allyson Seeger – que também produziu os outros dois filmes da franquia – e Vicki Dee Rock.
Com roteiro e direção de Michael Sarnoski, o filme é baseado em personagens criados por Bryan Woods e Scott Beck. Distribuído para os cinemas pela Paramount Pictures, a produção é uma associação entre a Platinum Dunes, Sunday Night Production e Michael Bay. “Um Lugar Silencioso: Dia Um” estreia em 27 de junho exclusivamente nos cinemas.
Um Lugar Silencioso: Dia Um – 27 de junho nos cinemas
#UmLugarSilencioso: Dia Um
@paramountbrasil
Sobre a Paramount Pictures
A Paramount Pictures Corporation (PPC), uma produtora global e distribuidora de conteúdo audiovisual, é uma unidade da Paramount Global (NASDAQ: PARA, PARAA), uma empresa líder global de mídia e entretenimento que cria conteúdo premium e experiências para audiências ao redor do mundo. A Paramount Pictures possui algumas das mais poderosas marcas em entretenimento audiovisual, incluindo Paramount Pictures, Paramount Animation e Paramount Players. As operações da PPC também incluem Paramount Home Entertainment, Paramount Pictures International, Paramount Licensing Inc. e a Paramount Studio Group.
Filme com acessibilidade disponível através do aplicativo GRETA.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: Artigo ‘Tensão presente/ passado’
Diamantino Bártolo
A pertença e a participação na linguagem, como meio da experiência no mundo é a verdadeira base da experiência hermenêutica. Esta, encontra a sua total realização na condição da linguagem, é uma compilação do passado, na medida em que ouvir é um poder muito maior do que ver: «A linguagem é finita e histórica, é um repositório e um condutor da experiência do ser que se tornou linguagem no passado. A linguagem tem que nos levar a compreender o texto, a tarefa da Hermenêutica é tomar a sério a linguicidade da linguagem e da experiência e desenvolver uma Hermenêutica verdadeiramente histórica. » (PALMER, 1969:215).
a) Estrutura Histórica da Compreensão – Seguramente que a compreensão possui uma estrutura intrinsecamente histórica e: «… não precisamos cair numa atitude psicologizante para defender que a compreensão não pode ser concebida independentemente das relações significativas que tem com a nossa experiência anterior» (PALMEIR, 1969:102), porque esta, como ato histórico, está sempre relacionada com o presente.
Seria demasiado ingénuo falar-se de interpretações objetivamente válidas e rigorosas, porque isso implicaria ser possível uma compreensão que partisse de um ponto de vista exterior à História. O passado não se nos pode opor como objeto de interesse puramente arqueológico, porque a autointerpretação do sujeito é apenas uma luz trémula, na corrente fechada da vida histórica, daí que os juízos prévios do indivíduo sejam mais que meros juízos: eles são a realidade histórica do ser.
Os juízos prévios traduzem a capacidade que temos para compreender a história, porque dentro ou fora das ciências não pode haver compreensão sem pressupostos, resultantes da tradição em que nos inserimos.
A tensão presente/passado é, em si mesma, essencial e frutífera em Hermenêutica. A distância temporal tem, simultaneamente, uma função negativa e positiva, porque tanto permite a eliminação de juízos prévios, como provoca o aparecimento daqueles que nos levam a uma compreensão verdadeira. Os pressupostos não são absolutos, antes sujeitos a mudança e são: positivos, quando conduzem à compreensão; negativos, quando originam mal entendimento.
b) Dialética Questão/Solução, Pretérito/Presente – Qualquer que seja a tentativa de compreender, ela implica, necessariamente, a dialética pergunta/resposta, pelo que entender, significa, precisamente, ajustar permanentemente, a pergunta, ou seja, pôr em jogo os pressupostos próprios para melhor formular a pergunta, o que envolve um jogo dialético entre leitor e texto, que faz parte da experiência mais originária do homem, cujo modo de ser é compreender.
Assim, ao interpretar o objeto (texto) o interpretante parte da sua experiência, que a coloca em jogo, por isso, os objetos históricos e os seus efeitos, participam, e influenciam, o presente, isto é, a compreensão não é uma atividade subjetiva (romantismo), mas uma inserção no processo de transmissão. A experiência hermenêutica implica, antes de mais, a participação e a pertença a uma tradição cultural, nasce da relação entre o familiar (pré-compreensão) e o estranho (texto).
Como Ser no mundo, o homem tem, forçosamente, um comportamento perante esse mundo e que inclui diálogo. É este diálogo que faz para além do ambiente, o mundo do homem. Em consequência, o homem encontra-se numa relação de pertença para com a sua experiência originária do mundo: não é sem o que já foi, sem o que já viveu e experimentou; não é sem a experiência acumulada por si e seus antepassados.
A sua experiência hermenêutica realiza-se dentro de uma tradição, numa atitude de escuta e interpretação. A estrutura dessa experiência assenta no acontecer da linguagem, inserta numa tradição cultural. A História é a que primeiramente interpreta. Importa trazer à linguagem os princípios determinantes da vivência cultural do homem, o qual vive numa relação de pertença com a dialética passado/presente, pergunta/resposta, pondo em confronto os pré-conceitos do interpretante.
Ao falar-se da tradição cultural, como condição do ato de compreender, é interrogar-se pelos últimos pressupostos, que tornam possível o entender e a verdade enquanto tal. Sem a cultura não é mais possível ao homem integrar-se num processo evolutivo; qualquer que seja o apadrinhamento de tal processo; quaisquer que se verifiquem as ideologias que lhe estão subjacentes. O analfabeto, o inculto, tal como o imbecil, não compreendem a verdade do texto, precisamente porque lhes falta o alimento cultural.
Bibliografia
ORTIZ-OSÉS, Andrés, (1983). Antropologia Hermenêutica. Tradução, L. Ferreira dos Santos. Braga: Eros.
PALMER, Richard E., (1969). Hermenêutica. Tradução, Maria Luísa Ribeiro Ferreira. Lisboa: Edições 70
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal