Eu nunca saberei sobre você Mais do que o nada que sei hoje. Mas foi uma dolorosa surpresa, Triste incerteza e confusão. Não te vi, nem senti Não sei se ao menos amor eu nutri Mas se foi, escapou sem ao menos eu saber que o tinha As lágrimas não me contam se são de alívio ou tristeza Mas quando o coração aperta, Nada mais interessa. Sem saber o que pensar, sufoco na falta de clareza Quem ou o que era você, Eu nunca irei saber.
“Por que ela teve que ir? Eu não sei/ Ela não me diria Eu disse algo de errado, agora anseio Pelo dia de ontem” (‘Yesterday’ – The Beatles)
Em meu coração, há uma canção que parece nunca terminar. É como se eu estivesse sempre no meio de uma composição musical interminável, tocada em acordes de esperança e tristeza. O meu mundo interior é o palco onde a luz nunca se apaga e as cortinas estão sempre abertas para uma peça que nunca chega ao fim.
Você, com sua beleza única e enigmática, é a nota que nunca se completa. Sempre que tento alcançá-la, você me desafina no ar, tornando-se um tom que escapa aos meus maiores esforços. Sua presença é um acorde suspenso, uma tonalidade que nunca se concretiza. Cada vez que penso que estou perto de tocar você, o destino nos separa e eu fico com o eco do seu não ser.
A música que toca em mim é uma sequência interminável de esperanças e sonhos. Cada verso parece repetir o mesmo desejo não realizado, cada refrão é um ritornelo do que poderia ter sido. Eu continuo a dançar, a cantar, a viver conforme a melodia que nunca se resolve, como se o tempo não fosse importante e a espera fosse uma parte natural do meu ser.
No meio dessa canção sem fim, encontro algo de beleza. Talvez a verdadeira essência esteja na jornada interminável, na aceitação de que a canção nunca terá um final. Nessa melodia que não se completa, descubro uma forma de paz. É uma aceitação do que é, uma promessa de algo que nunca será, mas que continua a tocar o meu coração, sempre me lembrando do que poderia ter sido.
José Manuel Monteiro Louro: ‘O caminho da solidão’
Caminhas sem saber para onde vais Lágrimas secas correm-te pelo rosto ansiando uma fresta de liberdade que lhes permita ser livre de sentir o sal que lhes dá vida, ainda que de tristeza ou da mais pura alegria.
Caminhas sem saber para onde vais Ateando fogos que consomem cada dia que vives Provocando sismos de dor e enterrando bem fundo o amor que te quer abraçar que te quer sentir que te quer beijar Caminhas sem saber para onde vais
A saúde integral é um conceito abrangente que considera o bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual de um indivíduo. O luto é uma experiência universal que pode desafiar a saúde integral, especialmente devido à complexidade das emoções envolvidas. Uma distinção crucial dentro do processo de luto é entre a tristeza natural e a depressão clínica, cada uma com especificações para a saúde e o tratamento.
Tristeza
A tristeza é uma resposta emocional normal e saudável à perda. É uma parte natural do processo de luto e pode incluir:
– Choro frequente
– Sentimentos de vazio
– Saudade intensa
– Pensamentos recorrentes sobre a pessoa que se foi
– Dificuldade temporária em retomar atividades diárias
Esses sentimentos, embora dolorosos, tendem a diminuir em intensidade com o tempo, à medida que a pessoa se ajusta à perda.
Depressão
A depressão clínica, por outro lado, é um transtorno mental (CID F32) que pode se desenvolver durante o luto, mas vai além da tristeza normal. Seus sintomas incluem:
– Humor persistentemente deprimido na maior parte do dia
– Perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades
– Alterações significativas no apetite e no peso
– Insônia ou hipersonia
– Fadiga ou perda de energia
– Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
– Dificuldade de concentração e indecisão
– Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
Esses sintomas persistem por pelo menos duas semanas e causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida.
Estima-se que aproximadamente 5% da população global esteja enlutada a qualquer momento, com variações dependendo do contexto cultural e demográfico . Nos Estados Unidos, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem a cada ano, deixando em média 5 pessoas profundamente enlutadas decorrente de cada falecimento, o que significa que cerca de 12,5 milhões de pessoas passam pelo luto anualmente .
Pesquisas indicam que até 15% das pessoas enlutadas desenvolvem transtorno depressivo maior dentro do primeiro ano após a perda . A incidência de depressão entre pessoas que estão passando pelo luto é significativamente maior do que na população geral, onde a prevalência de depressão maior é cerca de 7% .
O impacto da depressão no contexto do luto pode ser profundo, afetando todas as dimensões da saúde integral:
Física: A depressão pode levar a problemas como doenças cardiovasculares, diabetes e disfunções imunológicas .
Mental e Emocional: A depressão intensifica a dor emocional e pode resultar em transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros problemas de saúde mental.
Social: A depressão pode levar ao isolamento social, enfraquecendo redes de apoio essenciais para a recuperação.
Espiritual: Pessoas em luto com depressão podem enfrentar crises espirituais, questionando sua fé ou perdendo o sentido de propósito na vida.
Um diagnóstico adequado é fundamental para distinguir entre tristeza e depressão. Profissionais de saúde mental utilizam critérios específicos do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) para diagnosticar a depressão. Avaliações clínicas e entrevistas detalhadas ajudam a identificar a presença e a gravidade dos sintomas.
Para aqueles que apresentam sintomas de depressão durante o luto, as intervenções podem incluir:
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Eficaz para tratar a depressão, ajudando as pessoas a identificar e modificar padrões de pensamento negativo.
Terapia de Luto Complicado: Uma forma especializada de TCC desenvolvida especificamente para tratar o luto complicado e a depressão associada.
Medicamentos: Antidepressivos podem ser prescritos para ajudar a aliviar os sintomas de depressão.
Suporte Social: Redes de apoio, como grupos de luto e suporte comunitário, são cruciais para a recuperação.
Práticas de autocuidado continuam sendo vitais, incluindo:
– Manter uma rotina regular
– Praticar exercícios físicos
– Engajar-se em atividades prazerosas
– Buscar apoio espiritual ou religioso, se aplicável
A distinção entre tristeza e depressão no contexto do luto é crucial para a promoção da saúde integral. Enquanto a tristeza é uma parte natural e esperada do luto, a depressão requer intervenção profissional. Compreender essa diferença e implementar estratégias apropriadas pode ajudar a aliviar o impacto negativo do luto na saúde integral, promovendo uma recuperação saudável e equilibrada.
Acaso não te acompanho em tuas andanças, em teus anseios e arroubos?
Não estou presente quando choras ou quando ris?
Não sou eu que te sinto com o peito apertado?
Que dou vazão ao rio de lágrimas que me rasgam os olhos?
Por que então esse pranto esparramado, doído, doido, que me alimenta de tristeza?
Sei que te enganas às vezes, mas não estas só, tens um coração traiçoeiro, que bate neste corpo que habitas, e um cérebro que se espanta, se quebranta e se rebela, com todas as emoções humanas contraditórias .
Às vezes a fúria se apresenta, outras vezes o medo se esconde, ou responde com lamentos, e há tantos planos que são roubados pelos ventos.
Tantos sonhos costurados, desfeitos ponto a ponto, depois remendados.
Não chores mais minha alma, o pranto espanta a felicidade. Esqueces que a saudade também pode trazer promessas? E há tantas delas escondidas em ti, não deixes tua aura de verdade, tua vontade, teus desejos adormecerem.
Dai-me asas para a liberdade, deixa-me alcançar a plenitude, com atitude e coragem que só os fortes conhecem.
Meus olhos verão a luz dos teus, na espetacular existência terrena. Depois seremos eternas enquanto a luz atravessa o tempo, esse tempo de existir e transcender do físico ao etéreo. Então estarás liberta minha alma, não mais encontrarás motivos para chorar, pois, enfim, encontrarás a perfeição!