Você

José Antonio Torres: Poema ‘Você’

José Antonio Torres
José Antonio Torres
"Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração..."
Imagem gerada com IA do Bing - 28 de outubro de 2024, 
às 4:17 PM
“Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração…”
Imagem gerada com IA do Bing – 28 de outubro de 2024,
às 4:17 PM

Sempre fui um otimista…
Nos momentos críticos, mantive a calma;
Afinal, o desespero só atrapalha o raciocínio e as decisões a tomar;
Apreciava a paisagem e as belezas naturais com admiração,
Mas… faltava algo…
Sentia um certo vazio…
Havia uma indefinição na minha existência…
Não estava completo;
Não me preocupava com isso,
Mas essa sensação estava presente.
O tempo passa…
Você aparece como uma luz que a tudo ilumina…
Preenche o meu vazio interior…
Dá cor a cada detalhe da minha vida…
A tua ternura afaga cada parte do meu ser de modo calmo e sereno…
Agora sim, te amando, tudo faz sentido…
Estou pleno.

José Antonio Torres

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Infinity

Clayton Alexandre Zocarato: Poema ‘Infinity

Clayton Alexandre Zocarato
Clayton A. Zocarato
"...Olhos de pedras gigantescos Se chocam com as ondas..."
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 23 de setembro de 2024 às 7:24 PM
“…Olhos de pedras gigantescos Se chocam com as ondas…”
Imagem gerada com IA do Bing ∙ 23 de setembro de 2024 às 7:24 PM

Respondo para runas desertificantes

Necessito de dunas de caridades

Inseridas na brevidade

De minhas carnes pecaminosas

Procurando alguma consistência de paixões

Em torno de corações.

Cegos por corpos  arcadianos

Buscando o sol da humildade

Qual o quê?

Danço no bolero do seu vazio

A existência deseja  consciência

Olhos de pedras gigantescos

Se chocam com as ondas

Que pelo sal do infinito

Produz um éter de solidão

Designando lutas comportamentais

Por um astral abissal

Que se lance em uma doce

Promiscuidade intelectual

Que em momentos espirituais

Fazem os “sapiens” desiguais

Perdidos em suas paixões

Celestiais e Corporais

Clayton Alexandre Zocarato

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Foi-se

Virgínia Assunção: Poema ‘Foi-se’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
“Foi-se o amor, cortado em sua raiz; levou no corte o desejo de amar”
Imagem gerada pela IA do Bing – 08 de setembro às 19:02

Foi-se o amor, cortado em sua raiz,
Como a foice que ceifa sem alertar,
Num gesto frio, preciso, infeliz,
Levou no corte o desejo de amar.

Não restou nada, além do vazio,
Nessa terra árida onde nada mais floresce
A flor que um dia para a vida se abriu,
Agora murcha, sua cor já desvanece.

A foice afiada não conhece dor,
Muito menos a falta do que separou.
Assim cortou, de nós, o grande amor,
E o que era inteiro, se despedaçou.

Foi-se o amor, na lâmina cruel,
Deixou-nos somente sombras e tormento.
Como o campo varrido pelo corte fiel,
Ficou o silêncio, um triste abatimento.

Virgínia Assunção

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O vazio

COLUNA PSICANÁLISE E COTIDIANO

Bruna Rosalem: ‘O vazio’

Bruna Rosalem
Bruna Rosalem
O vazio
Imagem criada pela IA do Bing

Vazio. Na definição do dicionário Houaiss: “Que não contém nada, apenar ar”. “Que falta fundamento, valor, substância, realidade.”. “Ausência de conteúdo, oco, vão.”. “Falta de saciedade, sentimento de insatisfação.”. Curiosamente, vazio também nomeia uma parte do boi, muito utilizada em churrascos, “o vazio da carne”.

Numa outra ótica bem diferente, temos o lugar de vazio do analista numa sessão de manejo psicanalítico. Aquele que faz semblante do morto, o que permite ao sujeito escutar-se em sua própria história.

Várias definições tentam significar esta palavra e trazer algum sentido. Nas ciências exatas, por exemplo, na Matemática, temos o conjunto vazio. Na Física, a ideia de vácuo, ou ainda, o espaço não ocupado por matéria.

Se utilizarmos vazio enquanto metáfora, teremos uma série de possibilidades em que esta palavra pode ser aplicada: “Estou me sentido vazia, oca por dentro, uma tristeza sem fim.”, “Meu estômago está vazio, sinto fome!”; “Acho que minha vida está vazia, não tenho sonhos, desejos, nem propósitos…”.

Paradoxalmente, a palavra vazio sugere ausência, mas ao colocá-la me cena, ela se presentifica. Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto que ficou famosa pela publicação póstuma de seu diário, dizia: “Aquele vazio, aquele vazio enorme está sempre presente.”. Isso demonstra que não há como escapar desta sensação, certamente em algum momento de nossas vidas sentiremos este tal vazio que para cada sujeito se inscreve e se expressa de maneira singular.

Há ainda aquele sentimento de angústia que nos toma, entrecorta a carne, deixa o coração apertado, como uma espécie de ‘rombo’ no peito, um vazio na alma.

No luto, é muito comum sentir a sensação do nada, de oco. Perder alguém muito querido e amado deixa essa sensação, como se algum conteúdo fosse arrancado do corpo. É como ter a carne dilacerada, destruída, restando apenas buracos, lacunas.

A sensação de vazio muitas vezes pode tornar a existência insuportável. E por   mais que lutemos para ocupar este espaço em que ‘o nada’ existe (soa até contraditório), não há o que ser preenchido, já que o vazio enquanto metáfora, é uma tentativa de apalavrar a dor de sentir que algo perdeu o sentido, o brilho, o fervor, a excitação.

Consciente disso, é possível que o vazio se torne objeto de investigação para o sujeito abrir-se para o desconhecido, para o enigmático inconsciente com vistas a possíveis elaborações.

O vazio é um sentimento inevitável em nossa história, a questão é como lidaremos com algo tão presente e tão visceral. Precisaremos mergulhar pelas profundezas de suas raízes… quem sabe.

Bruna Rosalem

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Garganta cristalina em cascata

Ella Dominici: Poema ‘Garganta cristalina em cascata’

Ella Dominici
Ella Dominici
"águas agudas são tonalidades elevam o vão aos céus dos céus vestem-se de anjos as águas celestes"
“águas agudas são tonalidades elevam o vão aos céus dos céus vestem-se de anjos as águas celestes”
Criador de imagens do Bing

as vozes visitavam os azuis
vagavam no vasto vazio
e vislumbravam à vistas

onde lá moravam encostadas

em vãos que vinham e iam
como cristais pendentes
eram lentes ladeadas, castiçais

ou copos de leite transparentes

as vozes tocam os copos topázios
tirilintar sonoro reverberam
tintintinamente tocam em ecos vazios

o precipício enche-se de ais e anais
de histórias de lá pra cá e lá lá-lás
é o encanto das meninas sabiás

águas agudas são tonalidades
elevam o vão aos céus dos céus
vestem-se de anjos as águas celestes

águas vorazes são trompas cascatais
que bramam leoninas nas variantes
descidas do precipício valioso das vozes

nasce o canto diamante prometido
aos que levam aos homens música
cascateada nas expressões sonoras do destino

não é lírico nem idílico
é salmo novo à paz e liberdade

Ella Dominici

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Solidão

Ana Kelly: Poema ‘Solidão’

Ana Kelly
Ana Kelly
Não vive a alma que espera, inerte no próprio corpo, enquanto o mundo a dilacera
Não vive a alma que espera, inerte no próprio corpo, enquanto o mundo a dilacera
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Não vive,
A alma que espera.
Inerte
no próprio corpo.
Enquanto o mundo
a dilacera.

Perdida em
sua própria dor.
Petrificada com seu reflexo.
É linda, é bela.
Mas não há piedade para ela.

Estática em um
mar de escuridão.
Ela é o próprio vazio,
Ela é a solidão.

Ana Kelly

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Virgínia Assunção: 'Vazio'

Virgínia Assunção

Vazio

Mundo louco,

Aparências somente;

Desfila, perdida,

Toda essa gente.

Quero o ser, só o ser;

Rápido, é urgente!

Olhar descontente

Em minha frente;

Nada na mente,

É o ser que eu procuro;

O ser somente,

Nos desfiles perdidos

De toda essa gente.

Quero o ser, só o ser;

Rápido, é urgente!

 

Virgínia Assunção

mavifeitosa@gmail.com