O Natal iluminado da Vekinha

Verônica Moreira

Conto infantil ‘O Natal iluminado da Vekinha’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Conto infantil ‘O Natal iluminado da Vekinha’

Era uma vez, na amada Rua do Sapo — cercada por cafezais, mangueirais e um perfume doce de terra molhada — que a pequena Vekinha aguardava ansiosa pela noite de Natal.

Ela sabia que aquela data celebrava o nascimento do Menino Jesus, e seu coração se enchia de ternura cada vez que ouvia a história da estrela que guiou os três reis magos até a manjedoura. Para Vekinha, o Natal era mais do que presentes: era o momento mágico em que a família se aproximava um pouco mais, depois de um ano inteiro de muito trabalho.

Quando dezembro chegava, tios, primos, avós e vizinhos passavam a andar mais devagar, como se o espírito natalino soprado pelo vento lembrasse a todos que nascer — assim como Jesus nasceu — é sempre motivo para comemorar.

E Vekinha amava comemorar. Amava ainda mais fazer as pessoas sorrirem.

Por isso, naquela tarde serena, ela escreveu uma carta para o Papai Noel. Acreditava, do fundo do coração, que o bom velhinho era uma forma carinhosa do Papai do Céu visitar as crianças. E por isso fez seus pedidos com toda a pureza do mundo.

A carta de Vekinha

“Querido Papai Noel,

Nesta véspera de Natal, eu gostaria de pedir um presente especial. Mas não quero escolher — quero surpresa! Um presente que me faça muito feliz.

Não tenho lista… Na verdade, só preciso que o senhor traga minha família inteira para alegrar o meu Natal. Que meus tios, priminhos e meus irmãos estejam todos comigo.

Queria que a vovó Cirene trouxesse doce de leite, cocada e pé de moleque. Que a tia Tonha trouxesse rapadura e fizesse puxa-puxa para todos nós.

Queria também que a mamãe preparasse quibe cru, porque nunca pode faltar, já que não temos dinheiro para comprar peru.

Ah, e eu queria tanto tomar Guaraná Antarctica… o senhor sabe o quanto eu amo Guaraná.
Acho que pedi tudo. Mas, se eu tiver esquecido de alguma coisa, sei que o senhor conhece meu coração.
Ah, Papai Noel, preciso lhe contar uma coisa incrível…

Este ano nossa cidade recebeu um presente especial! Nosso prefeito, Dr. Giovanni, buscou recursos e, com a ajuda dos artistas e moradores, deixou a cidade inteira iluminada. A mamãe e o papai prometeram nos levar para conhecer sua casinha de Noel.

Dizem que o coreto tem um trenó enorme e que o senhor está lá, esperando o momento certo de espalhar presentes e amor por toda a cidade!

Meu tio Jadir comprou alguns presentes para nós, e sei que será algo muito especial. Ele sempre acerta.
Termino pedindo que todas as crianças da nossa cidade — e do mundo — sejam muito amadas.
Até o Natal, espero tirar uma foto no seu trenó.

Abraço da Vekinha.”

Ao terminar a carta, Vekinha correu para a sala, radiante. Já imaginava como seria a praça iluminada. Mal podia esperar para ver tudo de perto!

— Mamãe, vamos agora? Eu tô tão ansiosa! — disse, quase pulando.

A mãe sorriu e perguntou:

— Filha, o que você gostaria de ganhar neste Natal?

— Ah, mamãe… é segredo! Já contei tudo para o Papai Noel. Deixei a carta no meu sapatinho, na janela, como o papai ensinou.

Dona Conceição ficou curiosa, mas respeitou o mistério, sabendo que o papai também esperava o momento certo para espiar aquela cartinha cheia de amor.

Naquela noite, a família inteira saiu para ver a cidade iluminada. A praça estava mágica, brilhante como nunca antes. Havia renas, bonecos de neve, carinhas simpáticas, um balão para fotos e o grande presépio, onde Vekinha fez uma pequena oração ao ver José, Maria e o Menino Jesus na manjedoura.

O trenó no coreto parecia ter vindo diretamente do Polo Norte. Fotógrafos ajudavam as famílias a registrarem a magia para sempre. Caratinga estava tão linda que até turistas vieram de longe para ver o brilho daquele Natal.

Depois de caminhar encantada, a família tomou um lanche no Bob’s e voltou para casa, com o coração feliz e a alma leve.

A véspera encantada

Todos colocaram seus sapatinhos com cartinhas na janela. E, quando dormiram, Papai Noel — silencioso como o vento — leu cada pedido com carinho.

Na manhã seguinte, as cartas haviam sumido. Os sapatinhos continuavam lá, mas agora a magia tinha começado. Faltavam apenas algumas horas para o presente chegar.

À noite, a casa se encheu: tio Jadir, vovó com seus doces, vovô com sua bengala de martelo, tia Tonha com o puxa-puxa e tantos outros amigos. O Natal brilhou em cada sorriso.

Depois da ceia, todos foram dormir ansiosos.

Vekinha adormeceu abraçada à boneca Papinha que ganhou do tio Jadir. Sonhou com estrelas, trenós e risadas suaves de anjos.

Até que…

O galo cantou. Quatro horas da manhã.

Vekinha saltou da cama, correu à janela e lá estavam: seus presentes e os dos irmãos, todos no lugar dos sapatinhos.

Ela abriu o dela e encontrou uma boneca igualzinha a ela — até o nome era Vekinha! Feita com tanto carinho que parecia ter sido moldada pelo próprio espírito do Natal.

Vekinha cantou feliz:

“Deixei meu sapatinho
na janela do quintal…
Papai Noel deixou
meu presente de Natal…”

Os irmãos acordaram com o canto e correram para ver os próprios presentes. Cada um recebeu exatamente o que havia pedido.

E assim, entre abraços, risos e cantorias, nasceu o Natal mais iluminado da vida de Vekinha.

Fim

Verônica Moreira

Voltar

Facebook




Vekinha em… Aprendendo a ser ninja

Verônica Moreira: ‘Vekinha em… Aprendendo a ser ninja’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Vekinha em... Aprendendo a ser ninja. Imagem criada por IA
Vekinha em… Aprendendo a ser ninja. Imagem criada por IA

Era sempre ao anoitecer que ele começava a aprontar, e Vekinha já conhecia bem as travessuras do pequeno ninja Mizinho, como todos o chamavam. Jamir, o Mizinho, adorava assustar as pessoas à sua volta, e era ao cair da noite que ele armava as mais inusitadas ‘armadilhas ninja’, como ele chamava suas travessuras.

Certa vez, enquanto Vekinha brincava no quintal, fazendo cabaninhas com suas amiguinhas, Mizinho subiu no grande pé de ameixas que ficava perto da varanda da cozinha de dona Conceição. Margarida, a tia de Mizinho e Vekinha, estava cozinhando feijão no fogão a lenha. Quando, de repente, “cabrummm!” O telhado da varanda cedeu com um estrondo. Tia Margarida veio correndo, assustada, gritando:
— Menino maluco, quer matar todo mundo de susto! O que você tá fazendo em cima desse telhado?

Mizinho, pendurado nas vigas, quase caindo em cima da panela de pressão, foi salvo por tia Margarida, que o puxou pelas pernas. Assim que desceu, como se nada tivesse acontecido, ele começou a escalar a parede do quintal de novo.

— Mizinho, posso brincar com você? — perguntou Vekinha, com os olhinhos brilhando de curiosidade.

— Não, Vekinha. Isso é muito perigoso, coisa pra ninja. E você não é ninja — respondeu ele, sem pensar duas vezes.

Mas naquela noite, algo mudou. Mizinho olhou para a irmã mais nova e percebeu o quanto ela queria estar com ele, não só para brincar, mas para aprender e partilhar daquele mundo misterioso e emocionante dos ninjas que ele tanto gostava de inventar.

— Sabe, Vekinha, ser ninja não é só subir em telhados ou fazer travessuras — disse Mizinho, sentando-se ao lado dela. — Um verdadeiro ninja protege as pessoas que ama e não faz coisas que possam machucar os outros… ou a si mesmo.

Vekinha olhou para ele, surpresa com as palavras do irmão.

— Eu posso te ensinar a ser uma ninja também, mas tem que prometer que nunca vai fazer nada perigoso, como subir no telhado sem a supervisão de um adulto. Ser ninja é ser esperta, cuidadosa e responsável.

Vekinha sorriu, concordando com um aceno de cabeça.

Nas semanas seguintes, Mizinho ensinou a Vekinha alguns truques de “ninja”, como ser ágil, pensar rápido e como usar a imaginação para criar jogos divertidos, sem colocar ninguém em perigo. Eles brincavam de atravessar o quintal sem serem vistos, saltando por entre as árvores, construindo “fortalezas secretas”, e inventando códigos secretos. A pequena Vekinha sentia-se parte de algo especial, e Mizinho, por sua vez, ficou feliz em perceber que cuidar da irmã era mais importante do que qualquer travessura.

E assim, em vez de subir no telhado ou pregar sustos, Mizinho e Vekinha aprenderam juntos que o verdadeiro espírito de um ninja não está em aventuras perigosas, mas em usar a inteligência, o respeito e o cuidado com os outros.

No fim, Mizinho virou para Vekinha e disse:

— Agora você é uma ninja, mas sempre lembre: o maior poder de um ninja é saber quando não arriscar.

Vekinha sorriu, entendendo a lição. E a partir daquele dia, as brincadeiras dos dois se tornaram ainda mais divertidas — e muito mais seguras.

Verônica Moreira

Voltar




Abraão e os esquilos

Verônica Moreira: Conto ‘Abraão e os esquilos’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Capa do livro 'Vekinha em... Abraão e os Esquilos', de Verônica Moreira
Capa do livro ‘Vekinha em… Abraão e os Esquilos’, de Verônica Moreira

Abraão era um menino pequenino que morava no sítio da vovó Cida. Ele adorava passar o dia na varanda da cozinha, ouvindo o canto dos pássaros e observando o lago cheio de peixinhos coloridos. Bem ao lado do lago, havia uma árvore enorme que parecia tocar o céu, e naquela árvore moravam dois esquilos muito curiosos.

Abraão tinha uma amiga inseparável chamada Vekinha. Eles brincavam juntos o dia todo, inventando histórias, pulando e correndo pela roça. Um dia, enquanto brincavam na varanda, as risadas dos dois chamaram a atenção dos esquilos, que estavam espiando tudo lá do alto da árvore.

Os esquilos, fascinados pela alegria de Abraão e Vekinha, queriam participar da brincadeira. Então, subiram no topo de um coqueiro próximo e começaram a jogar folhinhas no lugar onde as crianças brincavam. Folha após folha, os dois pequenos tentavam chamar a atenção de Abraão e Vekinha.

Abraão olhou para cima e pediu:
— Ei, vocês podem parar com isso? Estamos tentando brincar aqui embaixo!

Os esquilos, tristes por acharem que estavam atrapalhando, desceram rapidamente da árvore e desapareceram entre os galhos. Vekinha, que sempre pensava em todos, disse:
— Abraão, acho que eles só queriam brincar com a gente. Vamos dar uma chance para eles!

Abraão concordou e chamou os esquilos novamente, mas eles já haviam corrido para longe. As crianças ficaram desanimadas, até que Vekinha teve uma ideia brilhante:
— Abraão, e se fizermos algo especial para mostrar que queremos brincar com eles?

— O quê? — perguntou Abraão, curioso.

— Vamos construir um brinquedo para eles!

Os dois começaram a trabalhar juntos. Usaram gravetos, folhas de coqueiro, pedaços de barbante e algumas nozes que tinham guardado para criar uma “ponte de brincadeiras”. O brinquedo tinha balanços feitos de folhas e pequenos esconderijos cheios de nozes. Eles penduraram tudo nos galhos da grande árvore perto do lago.

Enquanto trabalhavam, as risadas de Abraão e Vekinha ecoavam pela varanda, e os esquilos, curiosos, começaram a espiar de longe. Quando tudo ficou pronto, Abraão gritou:
— Ei, esquilos! Voltem! Fizemos um brinquedo só para vocês!

Demorou um pouco, mas os esquilos, ainda desconfiados, desceram devagarinho. Quando viram o brinquedo, seus olhos brilharam de alegria. Eles começaram a pular de um galho para outro, balançando-se e brincando animados.

Abraão e Vekinha aplaudiram e riram, vendo como os esquilos estavam felizes. Então, Vekinha teve outra ideia:
— Abraão, vamos jogar nozes para eles pegarem no ar!

Os esquilos entenderam rápido a brincadeira e começaram a correr e pular atrás das nozes que as crianças jogavam. A cada salto bem-sucedido, todos riam e comemoravam.

Quando o sol começou a se esconder, todos estavam cansados, mas muito felizes. Para surpresa de Abraão e Vekinha, os esquilos desceram até a varanda, sentaram-se ao lado deles e compartilharam as nozes que haviam guardado.

Abraão e Vekinha deram risada e disseram:
— Vocês são incríveis! Vamos brincar assim todos os dias!

Os esquilos, que agora tinham até nomes — Pipoca e Nózinho —, balançaram as cabeças, como se concordassem.

Desde então, todas as tardes no sítio da vovó Cihda eram repletas de brincadeiras, risadas e a companhia alegre de Pipoca e Nózinho.

Verônica Moreira

Voltar

Facebook




Um Natal diferente

Verônica Moreira: ‘Conto ‘Um Natal diferente’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Crédito da Imagem Verônica Moreira
Crédito da imagem: Verônica Moreira

Em um tempo distante, o Natal era diferente. Claro, havia luzes vibrantes, coloridas e florescentes.

As casas eram todas enfeitadas com pisca-piscas; até as casinhas mais humildes brilhavam na noite de véspera de Natal.

Nosso Natal era mágico; mesmo na simplicidade, nossos presentes eram entregues após a meia-noite.

Estou falando do Natal da Vekinha, na lembrada rua do sapo.

Não havia hienas e rouxinóis, mas havia muita diversão com os coleguinhas da vizinhança. Havia também a tia Margarida, que não era uma flor, mas parecia uma. A vó Cirene, que não era Cirene, mas despertava todos com seu amor e seus doces de coco e amendoim cortados em triângulos na antiga mesa de madeira, usada desde os tempos em que meu avô Joaquim era comerciante em Guiricema. E como esquecer da tia Tonha, que adorava encerar o piso da casa para o Natal? A casa ficava cheirosa e bonita, parecia uma casa de bonecas. O chão vermelho e espelhado era, para mim, o mais bonito de todos.

Uma das lembranças que ficou na memória foi o “puxa-puxa” que a tia Tonha fazia no fogão a lenha da varanda. Eu ficava ali, admirando e esperando o ponto perfeito. A tia sempre jogava uma colher da mistura em um copo d’água e, dependendo do ponto, ela nos dava aquela balinha para chupar. Depois de provar aquele doce perfeito, eu corria para a sala e balançava na cadeira de balanço do vovô Joaquim. Ele, sentado na sala, ligava a vitrola antiga, tocando os discos que ele gostava. Uma das canções que nunca esqueci era “Filme Triste” de Sueli, que contava a dramática história de um namorado que, dizendo que estava cansado e dormiria mais cedo, foi ao cinema com outra garota. A mentira foi descoberta quando a namorada apareceu com algumas amigas. Até hoje lembro de ouvir essas canções por horas.

Os primos vinham de outras cidades para passar o Natal todos juntos na casa de minha avó, e era um verdadeiro alvoroço. A casa era pequena, mas parecia o coração de mãe, sempre cabia mais um. E éramos felizes assim. Além das guloseimas que a vovó fazia, adorávamos o cheirinho do café torrado e moído na hora. Acho que não existe café tão gostoso como o de antigamente.

Na véspera de Natal, em minha casa, meu pai e minha mãe iam para a cidade comprar presentes para meus irmãos e para mim. Ficávamos ansiosos esperando sua chegada, mas até que a gente não dormisse, eles não colocavam os presentes na beirada da cama. Eu ficava sem conseguir dormir, de tanta ansiedade, mas fingia que estava. Quando finalmente vi que eles haviam colocado meu presente na cama, sorria e continuava sonhando sobre o que poderia estar dentro daquele saco de presente. Acabava adormecendo em meus sonhos, e no outro dia era uma festa! Cada um abria seus presentes. Nesse Natal, eu ganhei uma boneca “Quem me Quer”. Minha irmã mais nova, a Chelzinha, ganhou uma boneca “Emília”, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, minha irmã mais velha, a Cicinha, ganhou um “Boca Rica”, e meus irmãos ganharam carrinhos e bonecos de super-heróis. Nosso Natal foi uma verdadeira festa; brincamos muito.

Ao final, íamos todos para o quintal e refletíamos sobre como é importante ter uma família. Percebíamos que o Papai Noel não é um velhinho de barba branca que sai por aí distribuindo presentes. Ele é apenas um personagem que enfeita ainda mais o nosso Natal, porque o verdadeiro Papai Noel é o nosso papai e nossa mamãe, que, muitas vezes sem poder, fazem o possível para tornar o nosso Natal mais alegre.

Vivi muitas aventuras natalinas com minha família e, neste Natal, desejo que todas as crianças ganhem presentes, mas, acima de tudo, que amem suas famílias e compreendam o amor que transcende qualquer presente. O amor do papai, da mamãe, do vovô e da vovó, enfim, de toda a família. Porque, mais importante do que os presentes, é a presença daqueles que amamos. A Vekinha deseja um feliz Natal para todas as famílias do Brasil e do mundo inteiro. Feliz Natal! 💝

Verônica Moreira

Voltar

Facebook




Vekinha em … Feliz Natal!

Verônica Moreira: Prosa poética ‘Vekinha em… Feliz Natal’

Verônica Moreira
Vekinha em... Feliz Natal!
Vekinha em… Feliz Natal!
Imagem por Verônica Moreira

Olá crianças…
Eu sou a Vekinha e vim aqui para compartilhar com vocês um Natal dentre tantos outros que foi muito especial para mim.

Natal é sempre um tempo de muita alegria e diversão e quando eu era bem pequena, eu sonhava com o Papai Noel descendo pela chaminé, trazendo muitos presentes.

Mas, eu morava numa casinha muito humilde que não tinha chaminé e como nos filmes, aquelas lareiras com botinhas de Noel penduradas para enfeitar o Natal das crianças.
Bom… mas isso era coisa de filmes e eu comecei a sonhar com o que realmente seria possível acontecer para facilitar a entrada de Papai Noel na minha casa.

Conversei com minha mãe; _ Acho que papai Noel não vai querer entrar na nossa casa, mamãe.
_ Por que você diz isso, Vekinha?
_ Na nossa casa não tem chaminé e nem lareira, mamãe!
Foi então que minha mãe me contou toda verdade…
_ Filha, você precisa entender, que papai Noel nem sempre vem pela chaminé, ele às vezes vem de bicicleta, vem andando a pé, vem de ônibus e de avião também, muitos vem até a cavalo e carroça, nem sempre é de trenó.

Há papais noéis espalhados por todo canto do mundo, alguns são ricos, outros são pobres, e muitos nem têm dinheiro para comprar presentes, mas eles sempre dão um jeitinho para conseguir presentear suas crianças e as pessoas amadas.

O papai Noel é o papai e a mamãe de todas às crianças do mundo e eles sempre trazem presentes no Natal.

Minha mãe realmente conseguiu me acalmar e eu passei a ter certeza de que o papai Noel traria o meu presente tão esperado!

Sabe o que pedi de presente de Natal?
Pedi uma boneca “Quem me Quer” e, adivinhem!
Eu ganhei!
Minha mãe me explicou que o papai Noel viria quando eu menos esperasse e eu acabei dormindo. No outro dia, bem cedinho, quando acordei, lá estava do meu lado à boneca que eu tanto queria!
Agradeci muito a Deus e a minha mamãe e papai, afinal, eles quem compraram o meu presente de Noel.

Verônica Moreira

Contatos com a autora

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




Verônica Moreira: 'Vekinha em: O mistério do coco'

Verônica Moreira

Lá vem Vekinha, toda saliente!
Descendo o morro dos Miranda
De longe, ouve cantar uma ciranda
Apressa os passos e acena, alegremente!
Ela conhece toda gente!

Seu Zé da vendinha
Ernestina a vizinha
Chiquinho o padeiro e
Miraldo o leiteiro.

Vequinha é amiga de todos e
Vive fazendo perguntas.
Menininha curiosa!
Tudo para ela é um mistério
Inclusive o perfume da rosa.

Dona conceição, sua mãe, pediu que
Vekinha fosse ao mercadinho para
Comprar coco novo para ralar e fazer
Uma deliciosa cocada mineira.

Vekinha vai ao mercadinho
Que fica na rua ao lado.
Volta de lá com o coco na mão, tão pensativa essa menina!
E para a irmã ela logo pergunta:
_Cicinha! Responda-me uma perguntinha?
A irmã mais velha diz:
_Diga logo menina!
Vekinha conclui dizendo:
_Como é que a água entra dentro do coco?
A irmã, surpresa, ri e diz:  – Mas que menininha bobinha!
Vive falando abobrinha!
Pra que fazer tanta pergunta?
Vekinha diz cabisbaixa:
_É só curiosidade, uai!
Você não vai me responder?

A irmã Cicinha dá um suspiro, como se estivesse cansada e diz:
_Vekinha! Você já viu uma palmeira, igual aquelas lá da Catedral?
Vekinha diz: _ sim, eu já vi!
A irmã continua com a explicação:
_Então! A água da chuva que cai molha a raiz das palmeiras,
Levando água pra dentro do coco, por isso o coco tem tanta água!

Vekinha, muito inteligente e não convencida da resposta da irmã,
Retruca, nada contente com a explicação e diz para a irmã:
_Cicinha! Já que é assim, a pergunta agora será diferente.
Nunca vi palmeira dar coco, explica isso pra gente!

A irmã encabulada diz:
_ você está certa!
Não é palmeira, é coqueiro!
Errei porque eu tinha pressa
Em você me deixar quieta.

Vekinha, muito intrigada sai dali, decepcionada.
Minha irmã não sabe de nada!
E o mistério do coco, continua!
Vekinha, pensa um dia encontrar a resposta
Mas a natureza é mesma cheia de mistérios!
Somente o Criador tem todas as respostas.
Os cientistas estudam tudo e muito aprendem,
Mas, os mistérios da criação somente o Criador entende.

 

Veronica Moreira