Um lobo no meu jardim

Verônica Moreira: Poema ‘Um lobo no meu jardim’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Um homem enganador
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Avistei um lobo em meu jardim.
Quisera eu fazer-lhe o bem.
Mas ele devorou minhas flores.
Fez-me mal, como nunca ninguém.

Hoje, rego o que sobrou
Do jardim que ele maltratou
Expulsei-o com tristeza
Não há mais feras sem coração.

Apenas uma rosa que sangra
Aguardando a próxima primavera
Na certeza de que sua semente
Cairá na terra e brotando ainda mais bela e prudente.

Não entram mais lobos em meu jardim
Nenhuma alma negra fingindo ser ovelha.
Apenas pequenos príncipes
Que não tentem machucar as flores.

Verônica Moreira

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Pobre Coração

Verônica Moreira: Poema ‘Pobre Coração’

Verônica Moreira
Verônica Moreira
Um amor que amou, sem cobrar nada
Um amor que amou, sem cobrar nada
Criador de imagem do Bing

Restou uma dúvida
Uma decepção
Um grito que não quer calar
Todavia sufocado está.

Não sei ao certo
Mas há algo a ser feito
Talvez um transplante em meu peito.

Este coração que era meu
Que tanto amou sem cobrar nada.
Que agora não me serve,
Pois não cabe mais no meu peito.

Pobre coração
Angustiado Sofre
Maltratado sangra
Bate sem esperanças.

Jamais pensei que este coração, que já não pertence,
Seria tão grande, a ponto de não caber mais em mim.

Ele ainda bate
Mas já não posso atender
Ele já não acelera como antes, apenas bate para viver.

Até quando, não sei!
Mas ele ainda bate forte
Como se quisesse sair de mim, em busca do que é seu.

Ah, coração estranho
Onde você quer ficar?
Quer viver a bater sem vida?
Não seria melhor morrer e descansar?

Verônica Moreira

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A vós, professores

Verônica Moreira: Poema ‘A vós, Professores’

Verônica Moreira
Verônica Moreira

Professora na sala de aula
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A vós, meus versos de gratidão
Todo meu respeito e admiração
Melhores conselheiros e amigos
Pois levam no coração os nossos filhos.

A vós, professores,
Mestres dignos dos saberes
Que na formação de doutores
Agregais neles valores

Amor que acolhe a todos
Independente de classe e cor
Tendes na língua sapiência
Abraço amigo e protetor.

Educais cada criança
Que passa por vossa vida
Exemplo de dedicação
Degraus para toda subida

Gratidão é a palavra
Que uso ao expressar-me
Desejo-vos vida e saúde
Valorização para trabalhar

Seres que ensinam aprendendo
Em cada diferença existente
Com sabedoria e alento
Plantam boas sementes

Sementes que brotam nos seres
Tornando-se mais evidentes.
Vão crescendo e florescem
Pois caem de mãos valentes

Habilidosos e sábios
são mestres e agregam valores
São pais de nossos filhos na escola
Falo dos bons professores.

Verônica Moreira

Dedico este poema a todos os professores, em especial às professoras que desempenharam o papel de verdadeiras mães e mestras na vida de meus filhos.

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Me perdoei

Verônica Moreira: Crônica ‘Me perdoei’

Foto da colunista Veronica Moreira
Verônica Moreira

Por todas às vezes que eu quis ficar, florescer e desabrochar, onde não havia espaço suficiente para que meus valores se expandissem.

Por todas às lágrimas que derramei, por ter que sair de fininho de lugares onde pensei que pudesse plantar o meu jardim.

Pelas tempestades que enfrentei, dentro e fora de mim, confesso, quase me entreguei ao triste fim.

Pelas inúmeras vezes que meus versos ficaram guardados, por eu não ter tido coragem de mostrá-los ao mundo, temerosa com os julgamentos.

Por todas às vezes que eu disse sim, querendo dizer não.

Pelas vezes que me entreguei inteiramente a pessoas que não mereciam minha atenção.

Por todo esforço que fiz para agradar pessoas que, no final, só me fizeram mal.

Eu me perdoei.

Me perdoei, por saber que sempre dei o melhor de mim e independentemente de qualquer situação desgastante que eu tenha me sujeitado, eu pude entregar o melhor de mim; o melhor sorriso, os melhores abraços, o melhor olhar e a minha melhor forma de amar.

Por essa razão, hoje posso recomeçar, pois eu me perdoo.

Verônica Moreira

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Amor ou Conto de Fadas?

Verônica Moreira: Crônica ‘Amor ou Conto de Fadas?’

Verônica Moreira
Verônica Moreira

O amor não pode parecer um conto de fadas, embora desejaríamos que fosse como tal. Afinal, os contos de fadas mostram um amor colorido e cheio de encantamentos, como se os apaixonados não tivessem que fazer mais nada na vida, a não ser beijar e olhar nos olhos trocando juras de amor.

Mais do que troca de carícias e desejos latentes amar é uma responsabilidade com a felicidade do outro e da gente, bem como a felicidade daqueles que amamos, caso contrário, o nosso amor passa a ser egoísta.

Quando existe amor a gente renuncia a algumas regalias, tudo para agradar o outro, mas não pode ser o tempo todo! Renunciar a algumas coisas, e não a todas as coisas! O amor é uma por meio da qual todos devem sair ganhando e não apenas um.

Vejo o amor assim… Hoje a gente viaja para o Rio, porque um de nós deseja conhecer o Cristo Redentor. Mas na próxima viagem, a gente vai para Rio Preto, porque um de nós ama História. Dessa forma, a gente se satisfaz, zela pelos sonhos e desejos um do outro.

Assim, construímos pontes e histórias lindas de vida. Vamos viajar para dentro de nós mesmos e tentar encontrar lá dentro um lugar especial que caiba o sonho do outro também. Afinal, o amor não é um conto de fada como muitos idealizam. O amor é um conto real que muitos entendem somente após viverem muitas desilusões.

Verônica Moreira

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Um lugar fora de mim

Verônica Moreira: Crônica ‘Um lugar fora de mim’

Verônica Moreira

No momento, só quero uma casa grande na montanha. Aconchegar-me numa rede de barbantes. Pendurá-la na varanda, deitar, dormir e sonhar.

Eu quero uma varanda bonita, com muitas samambaias para enfeitar os cantos. Quero um pote de mel com flores para alimentar meu beija-flor do sonho.

Na casa, eu gostaria também que houvesse na parede da frente uma parreira de maracujá, para relembrar os velhos tempos em que viviam as abelhas a fazer zumbidos na janela.

Se possível, quero margaridas plantadas perto da calçada, para que o cenário fique encantador como era antes de eu ser toda feita de inverno.

Não se esqueça de aguar as plantas e alimentar os cachorros quando eu não estiver em casa, eles precisam viver como nós.

Quando voltar do trabalho, traga-me o pão, enquanto adianto o café, a água já está no fogo e logo deixarei a mesa posta.

Pensando bem, eu preciso dormir mais um pouco. Por favor, entre sem fazer barulho, pois estarei dormindo. Espere o despertador tocar e me acorde com beijos no pescoço e aquela bandeja azul com minha xícara preferida, e lembre-se: o café não deve estar muito doce e deve soltar fumaça. Amo o café feito por mãos amáveis, porque eles tendem a ser muito mais fortes e deixar-me muito mais ativa.

Na realidade, eu queria reviver todas essas memórias, e depois partir para longe daqui para buscar um lugar fora de mim.

Verônica Moreira

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‘O nosso caso de amor’

Verônica Moreira: Poema ‘O nosso caso de amor’

Verônica Moreira

Inexplicável eu sei
O nosso caso de amor
É poesia e canção
Tremedeira e calor

É vulcão em erupção
Entrega e emoção
É música e inspiração
Poesia em construção

É mais do que aflição
Um fogo avassalador
Deixa em chamas o coração
Que queima de tanta paixão

Inexplicável, eu sei
O nosso caso de amor
Um crime tentar escondê-lo
Nosso castigo será não vivê-lo.

Verônica Moreira

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