Fases e face
Marilza Santos: ‘Fases e face’


Tal como um pássaro, pequena nasceu,
Indefesa e ingênua,
Nos braços dos seus,
Envolta em proteção tênue.
Com carinho e ternura
Cercada de cuidados a mais,
Protegida das sombras,
sob a vigilância dos pais.
Na infância assemelhava-se
Ao sabiá das laranjeiras,
Que com seu canto lúdico encantava
Os amigos nas brincadeiras.
Na adolescência, assemelhava-se
Ao curió dos mangues do Sul,
Assum-preto que inspirou no Sertão,
Luiz Gonzaga o Rei do Baião
Como patinho feio,
Insatisfeita com aparência,
Queria ser diferente,
Para cantar e encantar a toda gente,
Entendeu que a beleza
Era mera vaidade,
Da cabeça de adolescente.
Na juventude era igual Canário da Terra,
Fixo no chão, sem muita motivação,
Apenas cantava
Para alegrar seu próprio coração…
A vida lhe fez uma imposição,
Alçar voos nas planícies desconhecidas,
Não havia outra opção,
Senão desbravar a vida com paixão.
Na maturidade, era igual uma águia,
Com coragem e intrepidez de desbravador,
Não temia mais o desconhecido,
Nem sofria por amor,
Pois seu coração estava seguro,
Nas mãos do seu criador.
Antes era um patinho feio,
Desajeitado que nadava sem direção,
Hoje nada com elegância e suavidade,
Voa alto com projeção da maturidade
Com seu par ideal, se tornou um Cisne,
Em constante evolução.
Poema publicado na Antologia Poética ‘O Tempo não Para’ – Mosaico de Memórias – Antologias Brasil – 2025. Organização Comendador Fabricio Santos