Ainda que as tormentas se abatam sobre mim; Ainda que a escuridão tente ofuscar minha luz; Ainda que a ingratidão me decepcione; Ainda que a maldade e a violência caminhem pelo mundo; Ainda que o próximo esteja distante; Ainda que a prepotência e a arrogância insistam em se fazer presentes; Ainda que a intolerância me afronte; Ainda que a falsidade use a máscara da bondade; Ainda que a estupidez dissemine conflitos; Ainda que o descaso e a incompreensão se façam presentes; Ainda que tudo pareça confluir para uma realidade degradante, onde a humanidade vai se deteriorando em si mesma; Me recuso a ceder ao desânimo, procurando seguir imerso na luz. Não me permito ser contaminado pelo que representa as trevas e me mantenho senhor do meu destino.
Cidade, cidadezinha, metrópole não importa. O que importa é que cidadão é o que habita a cidade, cidadela é a fortaleza que defende uma cidade e Metrópoles são as cidades dos grandes arranha-céus, das imponentes propriedades, mas uma coisa é certa: a pobreza anda, digamos entre aspas, ao lado delas.
Não dá para mascarar e aplaudir, dizendo: está tudo bem! redes sociais. Basta navegar nas redes sociais e assistir aos telejornais ou, em último lugar, folhear as páginas de um jornaleco. Todos os dias a história se repete: poucos eventos da alta Society e, a poucos metros dali, pessoas buscam dos lixos os alimentos que sobram das festas.
O brasileiro precisa ser aplaudido de pé. Não aqueles chamados colarinhos brancos ou os malfeitores da sociedade que matam, sequestram, roubam, discriminam etc. Mas os que acordam às três da manhã , talvez com um copo d’água lavam os seus rostos e passam as mãos nos cabelos para darem a impressão de que tomaram banho, porque a água que faz parte do chamado saneamento básico não tem. O outro litro que fica é para tomar café, ou seja ‘afé’, porque é tão ralo, devido ao fato que precisa render, devido ao alto preço de mercado.
Já sai de uniforme pra não gastar a roupa do domingo. Anda rápido porque é distante do ponto de ônibus e do trem porque Metrô, BRT e VLT, mesmo com a maioria quebrada, já é luxo. E a mídia faz questão de mostrar uma irrealidade que nem a Estação da afabilidade.
Coisa do Sistema pra dizer está muito bom do jeito que está, porque, se melhorar, piora. Quero ver no horário de pico. É um pega aqui, solta ali, sobe acolá… Uma tremenda baldeação para poder chegar! Já chega cansado, enfrenta o mau humor do chefe, mas tem que continuar. Tem boca pra comer. E as mulheres? São as que mais sofrem. Se viram nos 30 porque esta história de dizer “creches para todos” é pura balela, pura piada. Eu gostaria de saber a quem o poder quer enganar? Ao brasileiro que dá nó até em pingo d’água para sobreviver? Perda de tempo porque ele já está calejado.
Vamos a mais uma realidade, onde eu afirmo que o brasileiro precisa ser estudado pela NASA: O brasileiro cria tudo, faz de um tudo para sobreviver e tentar driblar a miséria. O brasileiro só não vende a alma, mas em toda a regra há exceção e alguns fazem permuta e andam por caminhos obscuros.
O brasileiro é um artista: apesar de todo sacrifício que enfrenta no seu dia a dia, tem sempre um sorriso no rosto e um abraço apertado quando chega do trabalho para dar ao seu filho. O brasileiro é persistente: não desiste nunca e posso provar: todos os anos quando vêm as chuvas de dezembro a março, os mais desfavorecidos, muitas vezes, perdem tudo que conquistaram ao longo da vida, nos desmoronamentos; culpa das promessas políticas que não acontecem, pois ficam apenas nos papéis, nos apertos de mãos em ano político, em abraços apertados até nos moradores de rua.
Mesmo as pessoas perdendo famílias inteiras e todos os seus pertences, sendo postas em abrigos provisórios e muitas vezes como indigentes, pois os documentos foram destruídos pela lama, ainda têm nos olhos, mesmo cheios de lágrimas, gotas de esperança por dias melhores.
E se viajarmos pelo sistema da saúde, vamos nos deparar com o desespero social, porque falta dignidade e comprometimento para com os seres humanos.
E a segurança, nem se fala, pois não precisa! A impunidade anda solta: os trabalhadores, os quais são chamados de cidadãos de bem ou massa trabalhadora, vivem à mercê dos caos da violência: nunca sabem quando será o último abraço e se conseguirão retornar à casa. Muitos viram estatística devido à violência.
O brasileiro quer saúde, o brasileiro quer educação, o brasileiro quer viver com dignidade, o brasileiro quer paz. Até quando o poder público não vai entender que o brasileiro merece respeito?
Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque RJ,14 de abril de 2024
“Conheces esse mistério? O estranho é que a beleza é uma coisa não somente terrível como também misteriosa. É o diabo em luta com Deus e o campo de batalha é o coração dos homens”. Irmãos Karamazov. Dostoiévsky. Por Marcus Hemerly e Bruna Rosalem
O cinema brasileiro é bem definido sob o ponto de vista de períodos e sua interação/comunicação com o público.
De um lado, historicamente, quando se contempla as tendências na produção sob o ponto de vista autoral ou comercial – ainda que se trata de manifestação artística – inolvidável se mostra lembrar do cinema novo, o cinema marginal, e ainda, voltando um pouco mais no tempo, das chanchadas realizadas pela Vera Cruz e Atlântica. Houve um tempo, no qual o brasileiro fazia cinema para o brasileiro, quando os títulos mais intelectualizados, ou mesmo apelativos da Boca do Lixo, disputavam público com aos blockbusters americanos.
Paralelamente às produtoras independentes, as leis de reserva de mercado ou a posterior criação da Embrafilme, é possível asseverar que mesmo de forma velada, o terror esteve sempre presente nesse panorama evolutivo. No entanto, que terror? Por óbvio, as diversas facetas do horror se desvelam a partir de nuances indiretas, até mesmo não identificáveis prontamente como tal; seja por sua inserção na comédia, seja em razão das derivações não perceptíveis como no cinema importado, de alto investimento.
De um lado, temos os lobisomens, vampiros e demais criaturas sobrenaturais – assim como os famosos monstros da Universal Studios – evidenciando de maneira incontestável a natureza e intenção da produção. No Brasil, contudo, o horror, até mesmo por escassez de recursos, gravita de forma velada, psicológica, não raro, simbólica, a partir de sutilezas que se coadunam com o conflito interior e, não raro, o social.
Importante pontuar que esta tendência é notada em outras nacionalidades, de igual forma despidas de investimento mais significativos, em formatação prática que remete à limitação como elemento criativo inovador. Com a dita retomada da produção nacional, entre grandes orçamentos e realizações independentes, dos mais variados gêneros e matizes, o terror, renove-se, sempre foi objeto de revisitação, e, não apenas isso, praticamente atua como significativa parcelas dos títulos elencados nos últimos tempos.
Conforme adiantado, apesar de irradiar as feições do horror das mais versáteis formas, cite-se o recorrentemente referido “O Jovem Tataravô”, comédia fantástica de 1936, o primeiro filme autenticamente rotulado como pertencente ao gênero Terror, inclusive, autotitulado como tal, foi a parte inicial da trilogia Zé do Caixão, concebida por José Mônica Marins, em “À meia-noite levarei sua alma”, lançado em 1964. Novamente, vemos o sobrenatural alinhado às crendices populares além de violação a concepções morais e religiosas que, no contexto sociológico da época, amoldam repúdio e desconforto, assim como se assentariam na contemporaneidade os jump scares.
Nas décadas subsequentes, após a crise do Polo Paulista nos anos 90, as realizações pontuais no meio carioca, a extinção da Embrafilme e do Concine, a partir de vários fatores, se desembocaria na redescoberta do cinema nacional. Entre realizações milionárias e as produções de guerrilha com baixíssimo orçamento, a arte floresce justamente no nicho naturalmente discriminado ou outrora relegado como impraticável em terras tupiniquins. O terror. Ressaltando, por óbvio, o estilo próprio que desborda em traços mais humanos, psicológicos e, recorrentemente, retratando problemáticas sociológicas.
Nesses meandros criativos, salta aos olhos dos apreciadores da sétima arte o curioso roteiro concebido e dirigido por Gabriela Almeida Amaral, que havia chamado a atenção da crítica pelo bem esmerado curta-metragem “A Mão Que Afaga (2012), agora destacando-se no longa O Animal Cordial, (2017). Na fita, Murilo Benício, replicando a ótima atuação em O Homem do Ano – a despeito dos vieses distintos – vive o dono de restaurante Inácio. Nos primeiros momentos da sequência de abertura, nos deparamos com a tensão entre o patrão e os empregados do restaurante, principalmente com o cozinheiro, interpretado por Irandhir Santos. A dedicação, ainda que artificial, permeada pelo aparente senso de deslocamento, intercalado ainda por uma provável tensão matrimonial sinalizada de forma indireta, é interrompida por um assalto nas dependências do estabelecimento.
Nesse passo, um libertar gradual de amarras sociais se desenvolve pelo suspense palpável nos diálogos e ações surpreendentes, culminando num derradeiro, e gráfico, romper com a cordialidade do contrato social e dar de mãos ao lado animalesco de Inácio. Aparentemente, o cotidiano do restaurante caminhava de maneira rotineira, aos poucos apresentando seus personagens: o dono, o cozinheiro, a garçonete, os clientes. Porém, aos quinze minutos finais do encerramento do expediente naquela noite, chega um animado casal que solicita uma refeição à base de coelho acompanhada do melhor vinho da casa. De repente, dois homens armados entram no estabelecimento, anunciam um assalto e rende a todos presentes. Dali para frente, a trama ganha novos contornos que flertam com o suspense, gore, sexo selvagem e cenas violentas regadas a sangue e suor.
A fotografia chama atenção ao pintar a tela com cores vermelhas vibrantes, tons marrons, remetendo ao chão de madeira que constantemente era esfregado para limpar o sangue das vítimas, cores terrosas, fazendo combinações com alguns ambientes mais escurecidos e claustrofóbicos, acentuados pelo espaço de interação dos personagens e seu contorno minimalista, aspecto bem desenvolvida do roteiro. A cozinha, sempre muito clara, contrasta perfeitamente com as lâminas sujas e os cortes das carnes frescas.
Assistimos gradativamente a uma ruptura daquele ritmo vagaroso de um restaurante prestes a findar suas atividades daquele dia, para um caótico e frenético evento que revelaria o lado mais selvagem e brutal não só de Inácio, como também da garçonete Sara. Exaltados, ambos parecem ansiar por domínio, poder e destruição.
No livro “O Animal Social”, do psicólogo e professor emérito da Universidade da Califórnia, Elliot Aronson, há uma interessante investigação sobre o comportamento humano. Perguntas que ecoam do tipo: o que leva um cidadão honesto a tomar uma atitude imoral? Como surge a agressividade? Por que pessoas que não são loucas fazem loucuras? Entre outros questionamentos sob a ótica da psicologia social. Nesta obra, o autor cita vários experimentos que visam “testar” atitudes humanas frente a determinadas situações. Muitas vezes, o resultado apontava, por exemplo, que certas características do ambiente e do contexto em si levavam a comportamentos diferentes diante das circunstâncias.
Já numa ótica psicanalítica, temos a ideia de um sujeito estrutural pulsional que manifesta, sob determinados limites da civilização e da cultura, ímpetos, pulsões que são inesgotáveis: sexualidade, agressividade e pulsão de morte. São forças constantes que precisam ser, de alguma maneira, apaziguadas para conseguirmos viver em sociedade e criar laços comunitários. Aquela velha história do homem culto e civilizado.
Em dois textos icônicos escrito por S. Freud em 1930, “O Mal-estar na civilização” e o “Mal-estar na cultura”, o pensador do psiquismo mais famoso da História nos coloca que a repressão das pulsões se mantem a serviço da socialização, uma vez que para criar laços sociais, sustentá-los e interagir com o semelhante sem destruí-lo, há que se renunciar nossos mais pulsantes ímpetos, sejam eles sexuais ou agressivos.
Mesmo assim, ainda que tenhamos que fazer isso enquanto sujeitos que precisam lutar contra a pulsão de morte, não nos impede em certa medida de orquestrarmos guerras, massacres, ataques ao semelhante, a destruição dos outros seres que habitam o mundo e a natureza que nos cerca. À época (1932), questionado, Freud recebe uma carta do famoso cientista Albert Einstein, indagando justamente sobre as motivações que levam os seres humanos a travar grandes e violentos embates, resultando em milhares de mortes. Será que realmente há vencedores numa guerra? Naquele momento e espaço, a partir da ruptura – intencional ? – com a realidade e modus vivendi dito apropriado, traceja-se a verdade batalha, interior ou coletiva.
Recentemente o premiado filme alemão “Nada de novo no front” retrata da maneira mais visceral, cruel e fria possível, os horrores da Primeira Guerra Mundial, nos inserindo ao longo da trama belíssima em fotografia e trilha sonora original, algo extremamente terrível: pessoas matando pessoas sem nem mesmo saber o porquê daquilo. Jovens vendo seus amigos definharem, deixando famílias e sonhos para sempre. Neste cenário real e, porque não, subjetivo, o célebre mandamento bíblico “Amai o próximo como a ti mesmo”, torna-se praticamente impossível, pois não somente destruímos o outro, antes, somos capazes de também destruir a nós mesmos.
Um dos caminhos das pulsões para atingir outras metas mais aceitáveis socialmente, diria Freud, é o da sublimação. Desviar, por exemplo, a agressividade para a prática de um esporte, ou ainda, para diversas manifestações artísticas. Contraditoriamente, até mesmo a guerra pode ser um ato sublimatório, pois sob o apoteótico discurso de defesa e honra da nação, haja luz, faz-se a guerra.
Voltando à película, no caso de Inácio, a presença voraz dos assaltantes e a ousadia reveladora de sua garçonete sedenta por ação, quase que por virar o jogo, antes obediente, agora dita as regras da situação, podem ter despertado a “fera” adormecida quando viu ali uma oportunidade de para além de defender seu território, exercer força, domínio, violência, subjugar o próximo, acuá-lo, como um felino que brinca com sua presa antes de matá-la e devorá-la.
Antes do assalto, Inácio expressa caras e bocas diante de um espelho, na tentativa de sustentar um semblante de homem fino, exigente, controlador (inclusive, há uma passagem ao telefone em que ele demonstra tal comportamento ao dialogar com sua esposa). Ele faz ensaios, forja sua máscara social enquanto artifício para transitar nos mais diversos ambientes que exigem cordialidade, gentileza, compostura.
Será que ser dono do restaurante, aos olhos da sociedade, um empresário bem-sucedido, seria o caminho encontrado por Inácio para conter seus mais bestiais desejos? Afinal, quando os assaltantes adentraram em seu estabelecimento, em momento algum quis chamar a polícia, ou seja, uma ajuda externa. Ele mesmo reuniu toda sua ira para afrontar aquelas pessoas e defender sua propriedade. Ali, sob o pretexto de ser roubado, permitiu revelar sua selvageria e brutalidade. O horror irrompeu naquela figura humana.
Talvez o filme queira nos dizer que qualquer pessoa pode se tornar um assassino em potencial, um lado obscuro habita em todos nós. Para longe de qualquer hipocrisia. No entanto, como é impossível tal comportamento para vivermos em comunidade, talvez só nos restaria a morte. O desfecho da película parece apontar isso. Inácio, a fera, é morto. Para a garçonete, ter dominado aquele cenário grotesco ocorrido no restaurante já não bastava, era preciso incorporar Inácio para si, num movimento que mescla o prazer de preparar um suculento prato, com a morbidez de tornar aquele corpo, meros retalhos. Sara, a deusa Ammit, devoradora de almas, encerra seu ato de maneira memorável.
Estou cansado, a bem da verdade, muito cansado de ouvir falar e ver violência no nosso cotidiano; cada político, cada componente da justiça tem a brilhante solução.
Contudo, a violência cresce assustadoramente, desvairada e descabida continuamente. É um grande cancro em nossa sociedade e nem toda gama de cobalto usado nos tratamentos quimioterápicos, por si só, é garantia da cura e para este mal social nos nossos dias, conhecido como violência. Todos imaginam mágicas soluções para arrefecer, conter e acabá-la.
Os políticos e os componentes da justiça só vislumbram os efeitos, estão cegos para as causas. Em nenhum momento apresentam uma solução viável para as causas principais, que são os males do século: a fome, apartheid social, a miséria reinante e o desemprego em massa.
Tais fatores estimulam uma péssima educação; criam um universo de descamisados, os quais crescem em grandes proporções a cada dia.
Países seculares estão com suas economias falindo. Os grandes políticos não enxergam o evidente que salta aos olhos!
A globalização desvairada, visando disfarçadamente os interesses dos países mais ricos e o excesso de tecnologia estão dizimando as economias de países ditos do 3º mundo e suas populações em si.
Cresce indiscriminadamente o universo de traficantes, aumenta na mesma proporção a repreensão e o aparato policial, que por si só, além dos motivos óbvios conhecidos por todos, não são garantia de combate ao crime, tanto o poder constituído, quando o dito poder paralelo, aumentam consideravelmente seus potenciais bélicos e as mortes se fazem presentes e são diariamente estampadas nos noticiários locais e nacional.
Como consequência imediata vem: superlotação carcerária nas delegacias, carceragens e presídios que, devido às suas precaríssimas condições, tornam-se verdadeiros depósitos humanos e, porque não dizer, também se especializam no curso superior em violência. Rebeliões explodem! Torna-se o Armagedom! Um inferno total!
Uma Torre de Babel dos tempos modernos! Enquanto isso, negociatas entre políticos, banda podre da polícia, da justiça e extermínios diários de jovens e adolescentes se fazem presentes.
Os nossos políticos permanecem dormindo no ‘berço esplêndido do País’, e, quando acordarem desse torpor, o país, embora com jovialidade, será uma nação predominante de crianças, mulheres e velhos.
Os jovens do sexo masculinos foram, em sua maioria, ceifados e dizimados pelo confronto entre traficantes e policiais e entre facções divergentes de seus interesses nefastos à sociedade. Onde estarão seus corpos?
Poderemos encontrá-los nos diversos cemitérios clandestinos dos grupos de extermínios, das polícias, das milícias, dos traficantes e nos cemitérios oficiais.
Esperamos que os governantes acordem para que possamos legar um mundo melhor as nossas futuras gerações; e esse mundo passa, necessariamente, pela Educação, pois como já dizia Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”.
Francisco Evandro de Oliveira Professor de Física e Matemática – Escritor e Poeta
Sesc Sorocaba traz em março o projeto CineCafé, com exibição de filmes gratuitos e o protagonismo feminino em foco
O CineCafé deste mês integra a programação do projeto Mulheria, trazendo realidades de mulheres mundo afora que se entrelaçam por dilemas, sonhos e uma pluralidade de lutas e abordagens contra as violências que as atravessam em diferentes territórios
Por meio dos gêneros ensaio documental, policial e drama, as vulnerabilidades e forças das histórias dessas mulheres compõem as tramas das experiências.
As exibições acontecem gratuitamente às terças, às 19h e demandam retirada de ingressos com 1 hora de antecedência na Central de Atendimento. Os lugares são limitados.
Após cada sessão acontece o Cinema em reflexão, um encontro para discutir os aspectos técnicos e teóricos dos filmes apresentados. Este mês com Fernanda Ikedo, jornalista e pesquisadora.
Confira os filmes, para mão perder nenhuma sessão:
7/3 | Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo
Direção: Taciana Oliveira | Documentário | 102 min. | Brasil | 2022
Ensaio documental feito a partir de diversos cortes de entrevistas de Clarice Lispector e de seus familiares e amigos em uma costura poética visual de trechos adaptados da sua obra. Classificação 10 anos.
14/3 | Holy Spider
Direção: Ali Abbasi | Drama | 119 min. | França/Dinamarca/Suécia/Alemanha | 2022
Saed é um homem que embarca em uma jornada espiritual onde precisa “limpar” a cidade iraniana Mashhad da corrupção e imoralidade que as prostitutas da cidade “sujam”. Depois de assassinar várias mulheres, ele fica cada vez mais desesperado com a falta de interesse público em sua missão divina. Classificação 16 anos.
21/3 | Terra Fria
Direção: Niki Caro | Drama | 126 min. | EUA | 2006
Após um casamento fracassado, Josey Aimes retorna à sua cidade natal, no Minnesota, em busca de emprego. Mãe solteira e com dois filhos para sustentar, ela é contratada pela principal fonte de empregos da região: as minas de ferro, que sustentam a cidade há gerações. O trabalho é duro, mas o salário é bom, o que compensa o esforço. Aos poucos, as amizades conquistadas no trabalho passam a fazer parte do dia a dia de Josey, aproximando famílias e vizinhos. Incentivada por Glory, uma das poucas mulheres da cidade que trabalha nas minas, Josey passa a trabalhar no grupo daqueles que penam para arrancar o minério das pedreiras. Ela está preparada para o trabalho duro e, às vezes, perigoso, mas o que não esperava era sofrer com o assédio dos seus colegas de trabalho. Como ao reclamar do tratamento recebido é ignorada, ela decide levar à justiça o caso. Classificação 16 anos.
28/3 | Nunca Mais Serei a Mesma
Direção: Alice Lanari | Documentário | 90 min. | Brasil | 2022
Lorena, Brandy, Ana e Cecília nunca se encontraram, mas suas histórias sim. Todas têm idades, origens e cores da pele distintas, mas todas são mulheres latino-americanas que foram afetadas pela violência. Classificação 14 anos.