Jorge Paunovic: ‘As Leis morais não são primazia das religiões…’
Certa feita uma pessoa me perguntou se tinha percebido que ultimamente o tempo tem andado mais rápido. Não sei se é verdade por que tenho notado que as horas têm passado rapidamente e vejam que já estamos no meio do ano como se o ano novo tivesse ocorrido ontem e logo logo as festas de final de ano estarão às portas. Um cidadão preocupado comentou que após o terremoto na Indonésia a terra teve seu eixo deslocado e talvez por isso as horas estejam passando mais rápido, mas nenhuma comprovação científica houve nesse sentido.
Da mesma forma as pessoas tem comentado que a violência no mundo tem aumentado, entretanto temos que levar em consideração que com a tecnologia as notícias são veiculadas mais rapidamente, basta ler os jornais do início do século passado e veremos que os desastres naturais eram veiculados semanas após e mais recentemente a copa de 1958 e a de 1962 eram apenas acompanhadas pelo rádio, gravadas em vídeo tape e trazidas de avião sendo exibida dias após na televisão. O Satélite trouxe a inovação e rapidez na notícia.
O mundo se tornou pequeno com a evolução dos transportes e das telecomunicações, entretanto uma parte da população não acompanhou essa evolução. Existem países onde parte pequena da população se utiliza desses inventos enquanto a maioria vive em condições de miséria sem saneamento básico e alimentação.
Discute-se muito sobre o aquecimento global e a consequente mudança climática. Cidades litorâneas têm sido inundadas pela água do mar, outras sofrem com as enchentes e outras com a seca. Sempre houve esses problemas no século passado Santos teve problemas com uma imensa inundação, São Vicente teve parte de sua cidade tragada pelo mar.
Notícias sobre desmate na Amazônia têm sido denunciados e muito pouco combatidos. Alguns culpam o agronegócio pelos desmates e consequentemente a ganância dos produtores, entretanto nunca se buscou a tecnologia como no campo para aumentar a produtividade.
A solução é a produtividade e não a produção.
Muitos empresários têm se dedicado buscar tecnologia para aumentar a colheita no campo e também na engorda do gado. Algumas organizações governamentais têm pesquisado e colocado à disposição dos produtores de sementes e tecnologia para que a produtividade aumente utilizando-se menos terra e assim a fronteira agrícola não avançará em direção das florestas.
Os cientistas têm feito a sua parte e a cada dia novas tecnologias são descobertas e colocadas à disposição em todas as atividades humanas, entretanto a população não tem acompanhado essa evolução. Se por um lado estamos bem desenvolvidos estamos longe ainda do desenvolvimento humano satisfatório. Ainda existem desigualdades extremas no mundo. Países ricos em minerais envoltos em guerras sangrentas enquanto seus cidadãos sofrem com a falta de alimentos. Países que se dizem defensores dos direitos humanos apoiam países que menosprezam os direitos civis sob a alegação de que respeitam a soberania alheia e outros que se beneficiam com as riquezas desses países com a venda de armas em troca dos minerais. Infelizmente aprendemos a falar e a raciocinar com a tecnologia, mas ainda não aprendemos a falar a mesma língua que nossos semelhantes. Melhoramos é verdade, mas ainda estamos muito longe do ideal. As Leis Morais não são primazia das religiões são da humanidade e quando aprendermos a pensar e agir com base nela daremos um grande passo para a paz.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.