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Cláudia de Almeida Carvalho: 'Recheio de bem-querer'

Cláudia de Almeida Carvalho:

‘RECHEIO DE BEM-QUERER’

 

Os sentimentos humanos, muito mais difícil do que florescerem, quando germinados de uma pequena e única semente mesmo plantada na estação primaveril da alma, é se perpetuarem ao longo do misterioso caminho traçado a contornar os relacionamentos.

Leve, a arte da conquista é desafiada, entretanto, a manter cativo o coração do ser amado.

Há de se cuidar da qualidade do que serve de alimento ao intrincado consórcio da vida a dois.

Há de se refletir sobre a rota escolhida para decifrar o mapa destinado ao tesouro do sucesso do amor atemporal.

Muitos, preocupados em conter o parceiro, seguindo por caminhos tirânicos, contaminam a convivência, ao amarrarem-lhe as asas e sufocarem sua voz, esvaziando todas as suas vontades, turvando suas emoções e, por fim, saqueando suas almas impiedosamente, tudo isso sob o estandarte do amor.

Buscando absoluto controle, sutilmente, impõe o possuidor sua própria presença dominadora, a engolir cada sopro de individualidade da vida do ser que diz amar, criando uma simbiose doentia de dependência a lhe servir de escudo às próprias inseguranças.

Verdadeiro pirata hostil, hábil saqueador nos mares dos relacionamentos abusivos, não sabe que todo o seu intento está fadado à própria derrota.

Amor não é desejo de posse a ser aprisionado nos calabouços do ciúme destrutivo, próprio da pequenez humana.

O ciúme, essa emoção gerada pelo desejo de possuir, para todo o sempre, e, contido, alguém junto de si e somente para si, na forma monstruosa que pode assumir, provoca um envenenamento lento e mortal a destruir, de fato, o relacionamento.

O amor se assenta no alicerce sólido da paz da alma; se movimenta e cresce alimentado, incansavelmente, por diminutos gestos de delicadeza, como o toque suave do repouso da borboleta na flor.

E assim como a flor se torna ainda mais bela pelo ornamento a lhe pousar sobre as pétalas, a liberdade ao ser amado é a verdadeira coroa a imantar de forma majestosa o relacionamento amoroso.

Quem ama não corta as asas, mas empluma-as ainda mais, para assim aplaudir o voo apoteótico na viagem existencial da alma amada em todas as suas particulares tonalidades.

Viciado, então, o seu amor, na liberdade que conta contigo, em poder assim ser como realmente existe em sua alma, ele jamais voltará para seus braços posto que deles nunca se afastará.

Pois, dentro desse espaço existencial infinito, onde sua alma se espreguiça lenta e livremente, ele se reconhecerá em você, sempre ricamente revestido, em todo, pela sua generosidade e transcendência, a lhe servir de verdadeira força vital a nutri-lo.

Você, um vício, do qual seu amor nunca desejará fugir, pois será para ele a terra firme onde construirá seus sonhos.

Amor não é coisa, para se perder, é sentimento para se cuidar.

É um recheio de bem-querer, delicado e suave, docemente preparado com os ingredientes mais sublimes de afeto, a unir duas almas em um só coração.

 

Inspiração Poética de 09 de outubro de 2017.

Cláudia de Almeida Carvalho – claudiacarvalho.oab@gmail.com

Sergio Diniz da Costa
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