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Sorocaba sai à frente no mapeamento da capoeira paulista

No começo do mês de novembro, um coletivo de capoeiristas de São Paulo, em articulação com a secretaria de Cultura do Estado, iniciou os trabalhos de pesquisa para abertura de processo de reconhecimento como bem imaterial da capoeira paulista pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

 

No começo do mês de novembro, um coletivo de capoeiristas de São Paulo, em articulação com a secretaria de Cultura do Estado, iniciou os trabalhos de pesquisa para abertura de processo de reconhecimento como bem imaterial da capoeira paulista pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Tendo a frente dessa proposta os mestres Wellington (da Associação Berimbrasil) e Catitu (da Herança Cultural), o processo deverá conter informações da capoeira desenvolvida no estado de São Paulo – desde os primórdios – até o desenvolvimento das academias com o modelo baiano de capoeira implantado no final da década de 1940 em diante.
O reconhecimento da capoeira paulista como patrimônio imaterial deverá, por outro lado, trazer benefícios para mestres e pesquisadores que terão seus conhecimentos valorizados e viabilizados por meio de leis de incentivo.
Carlos Cavalheiro

Nesse sentido, Sorocaba, cidade do interior paulista saiu à frente. Desde o final da década de 1990 o pesquisador e historiador Carlos Carvalho Cavalheiro vem publicando artigos e pesquisas voltadas para a história da capoeira, o que culminou com a publicação do livro “Notas para a História da Capoeira em Sorocaba”, lançado em meados de 2017.

Outro importante livro é o de Pedro Cunha, “Capoeiras e Valentões de São Paulo”, resultado da dissertação de Mestrado e que teve a inspiração nas pesquisas de Cavalheiro. Por isso, o livro de Pedro Cunha também traz diversas informações sobre a capoeira sorocabana.
Por iniciativa dos mestres sorocabanos Pulga (Igi Ye Capoeira) e Jaime Balbino (Associação de Capoeira Angola Bem Brasil), o livro do professor Carlos Carvalho Cavalheiro deverá ser estudado por mestres e alunos de capoeira da cidade com a finalidade de promover um amplo debate.
No sábado, dia 9 de dezembro de 2017, durante a realização da 17ª Roda de Confraternização da Associação de Capoeira Angola Bem Brasil foi anunciado aos participantes, pelo trenel Eron Pereira de Barros a iniciativa do estudo da capoeira sorocabana que deverá iniciar-se em 2018. Durante o almoço da confraternização o pesquisador e autor do livro Carlos Carvalho Cavalheiro foi chamado a explanar os pilares principais de seu livro.
Cavalheiro discorreu sobre a ancestralidade da capoeira paulista e do momento importante para a mesma, tendo em vista a possibilidade de vir a se tornar reconhecida pelo IPHAN como patrimônio cultural imaterial. Lembrou que pesquisadores como Paulo Coelho de Araújo já haviam dito na década de 1990 sobre a importância de Sorocaba na história da capoeira. O pesquisador evidenciou ainda que, de acordo com Paulo Coelho de Araújo, a cidade de Sorocaba foi a primeira do interior da província de São Paulo a emitir uma lei repressiva à prática da capoeira no ano de 1850.
Carlos Cavalheiro discorreu sobre relatos de pessoas que praticam hoje a capoeira e que tiveram em sua família praticantes da capoeira paulista, justificando o interesse do sorocabano por essa luta.
Manoel Troiano dos Santos, o Mestre Cuco, manifestou elogios ao trabalho do pesquisador sorocabano, e concordou com a importância do reconhecimento da capoeira paulista como forma de evidenciar a ancestralidade da luta, bem como para enaltecer o trabalho dos mestres nos dias atuais.
Após a fala de Carlos Carvalho Cavalheiro, foi por este dada a palavra ao pesquisador Mestre Miltinho Astronauta, um dos primeiros pesquisadores a se interessar pela história da capoeira em São Paulo e que produziu um jornal on line onde reunia artigos e pesquisas de diversas partes do Brasil sobre a capoeira.
Miltinho também referenciou a importância da pesquisa sobre a capoeira paulista e lembrou episódios como a vinda de “desterrados” capoeiras do Rio de Janeiro que eram trazidos até a linha final da Estrada de Ferro Sorocabana, em Botucatu. Recordou que em suas pesquisas encontrou algo sobre a prática da capoeira entre os estudantes da Academia de Direito de São Paulo, em 1854. As aulas eram dadas por um estudante que pertencia a uma malta carioca.
Ao encerramento das falas, os pesquisadores receberam os aplausos e o apoio dos assistentes que se manifestaram dispostos a participar dos estudos do livro de Cavalheiro para ampliação do debate sobre a História da capoeira em Sorocaba.
 
Sergio Diniz da Costa
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