
“Existe uma definição para música, do compositor italiano Paschoal Bona, que diz: ‘A música é a arte de manifestar os diversos afetos da alma mediante o som’.”
Em março de 2020 e em meio a tantas notícias trágicas, eis que algo belíssimo estampava quase todos os jornais do mundo: “italianos em quarentena cantam e tocam em suas janelas e sacadas”. Pronto, deu-se início a um movimento que eu me atrevo humildemente a chamar de Música Solidária.
É certo que estamos vivendo tempos difíceis, mas neste movimento solidário de mostrar aquilo que se tem de melhor aos vizinhos, de repente veio a ideia de mostrar ao mundo o que temos de melhor, aquilo que podemos fazer para que este distanciamento social se torne mais suportável.
Mas algo que me faz refletir sobre estes dias são as lives. São tantas e para todos os tipos de público, todos os estilos musicais, todos os gostos: sertanejo, clássico, rock, pop, música para dançar, chorar ou curtir. Nossos ídolos, de shows caríssimos, movidos a megaproduções, com grandes equipes, infraestrutura, estão ali na tela do nosso celular e muitas vezes na tela do celular deles, com uma maquiagem improvisada, equipamentos de som portáteis, talvez alguns ajustes de edição (ou não). Os artistas, assim como todos nós, também estão em casa, e se você prestar atenção poderá ver ao fundo uma foto, uma cama bagunçada, uma imagem de algum santo, um bicho de estimação, uma rede… Mas o que será que tem levado tantos famosos a realizar essas lives?
Existe uma definição para música, do compositor italiano Paschoal Bona, que diz: “A música é a arte de manifestar os diversos afetos da alma mediante o som”.
O artista sem o seu público não tem voz e, com tantos shows cancelados, a utilização da tecnologia e das redes sociais para alcançar o público em casa tem sido algo incrível, pois se criou a possibilidade de alcançar os fãs mesmo em tempos de distanciamento social. Inclusive, para muitos desses músicos tem sido inspiração para compor músicas inéditas com a temática do que estamos enfrentando, com intuito de incentivar e homenagear àqueles que estão na linha de frente batalhando pelas vidas e também levar um pouco de alegria aos lares das pessoas que sofrem em meio a tantas notícias tristes. A música tem sido para muitos uma terapia, uma forma de expressão, de comunicação, como se através das lives os artistas rompessem as fronteiras distância para dizer às pessoas que tudo ficará bem.
Uma grande lição que podemos tirar disso tudo é que, famosos ou não, nessas horas somos todos iguais, somos humanos, temos uma vida privada, sentimos medo, insegurança, vivemos incertezas e quando tudo isso passar, com certeza, os shows apoteóticos voltarão a acontecer e os estádios e teatros voltarão a ficar lotados de fãs que jamais se esquecerão do dia em que viram seus artistas favoritos no palco mais improvável em que poderiam estar: em casa.
Florinda Cerdeira Pimentel é professora tutora no curso de Licenciatura em Música do Centro Universitário Internacional Uninter.
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Lorena Oliva Ramos |
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

