A madrugada da vida
Com lágrimas lavo as mãos.
Sinto a vida doer.
Na profundidade humana que carrego.
Mas é dor benevolente.
Quando eu, guerreira valente
Tiro as armaduras
E olho no espelho da alma
As marcas dessa proteção de aço.
A pele com escoriações
Despida e observada.
Mergulho nas águas do Espírito,
Lá, alvejo o coração.
Retiro a lança e o escudo das mãos
E mais leve repouso.
O corpo já ficara moldado
Ao contorno da armadura.
Este, de carne e que sangra.
A madrugada da vida
Nutrida de nudez de alma
Revela que na fragilidade da carne
Mora o eterno.
Estou sem armaduras.
Desejo mais madrugadas nuas.
Gabriela Lopes
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