setembro 16, 2024
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Pietro Costa: 'O aceno do poeta'

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Pietro Costa

O aceno do poeta

Não me importa

se passou mais um ano

Não me importa

o relâmpago cantando

Não me importam

insetos conspirando

Ou mesmo se há

corvos se digladiando

 

Não me importa o sol,

se está se extenuando

Não me importam os orvalhos

se estão se esgotando

Não me importa a ciência

Se livre de encantos

Ou mesmo se eu sonhei

que estava sonhando

 

Pois o que vale é perceber

o aceno do poeta

Aquele corcel rubro

que deveras me inquieta

A rondar noites insones,

as manhãs soturnas

A vida e a morte a galope,

em suas diabruras

 

Da vida menor fujo,

à cata de drummondianos mundos

Fora das casas muradas de medo,

e seus tijolos duros

A subir a ladeira do desassossego,

na senda dos versos profundos.

 

El gesto del poeta

 Traductora: Damelis Castillo

 

No me importa

Si paso más un año

No me importa

el relámpago cantando

No me importan

insectos conspirando

igual si hay

cuervos degladiandose

 

No me importa el sol,

si está extenuándose

No me importan los rocíos

si están agotándose

No me importa la ciencia

Si es libre de encantos

Hasta si yo mismo soñé

que estaba soñando

 

Pues lo que vale es percibir

el gesto del poeta

Aquel corcel encarnado

que de véras me inquieta

a rondar noches insomnes,

las mañanas soturnas

la vida y la muerte a galope,

en sus diabluras

 

De la vida menor huyo,

cazando drummondianos mundos

fuera de las casas enmuralladas de miedo,

y sus ladrillos duros

para subir la ladera del desasosiego,

en la senda de los versos profundos.

 

Pietro Costa

pietro_costa22@hotmail.com

 

Clipe poético, com recitação em espanhol da multiartista venezuelana Damelis Castillo:

 

Pietro Costa
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