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Celio Pezza: (em homenagem aos 23 anos do ROL): 'Jornalismo – 'Um resumo histórico – parte 2'

Crônica # 353  – Jornalismo – ‘Um resumo histórico – parte 2′ (acompanha a parte 1)

Jornalismo no Brasil

A história do jornalismo no Brasil começa em 1808, com a chegada da corte portuguesa. Neste ano, circulou o Correio Braziliense, jornal republicano clandestino editado em Londres pelo gaúcho Hipólito José da Costa. Para combatê-lo, D. João VI criou a Imprensa Régia, que passou a editar o jornal monarquista Gazeta do Rio de Janeiro.

Neste período, já existiam vários jornais em diversos estados, a maior parte a favor da independência e a imprensa era considerada livre, pois D. Pedro, com seu espírito de superioridade, não ligava para a imprensa contrária a monarquia.

Durante o reinado de D. Pedro II, surgiu o Jornal do Commércio e com ele, o uso da caricatura com fins políticos.

Entre 1900 e 1920, a cidade do Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, viu nascer O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã.

Durante o governo Vargas de 1937 a 1945 a imprensa esteve sob censura e muitos jornais tiveram sua licença cassada por exprimirem ideias contrárias ao regime. Em 1946, a liberdade de imprensa foi restituída, mas os atos institucionais dos governos militares pós-64 modificaram o jornalismo brasileiro e a imprensa livre.

A partir de 1968 os jornais brasileiros entram na fase da “nota oficial” e do “pres-release” que ficavam muitas vezes sendo a única fonte de notícia publicável.

Mais tarde, aparece o jornalismo opinativo como um forte formador de opinião.

Em 1969 surge no Rio de Janeiro, O Pasquim, como imprensa alternativa que contestou o regime, o empresariado, a igreja e a burguesia da época. A censura se acirrou e chegamos em 1974 ao rigor absoluto com todas as matérias sendo analisadas previamente. Com o fim do regime militar em 1985, inicia-se a Nova República e em 1988 é restabelecida a democracia no país, e, com ela, a liberdade de imprensa.

O título de “quarto poder” atribuído à imprensa implica na sua capacidade de construir ou destruir imagens especialmente em países em desenvolvimento. Um jornal tem a sagrada missão de ser imparcial, levar a verdade ao povo e defender a liberdade do seu país.

Voltaire, filósofo e escritor francês (1694-1778), disse: “Posso não concordar com suas palavras, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las”.

Mais tarde, Thomas Jefferson, filósofo, político, terceiro presidente americano e principal autor da Declaração da Independência Americana (1743-1826), sentenciou: “Se tivesse que decidir se devemos ter governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último”.

Célio Pezza

Abril, 2017

(Nota do editor: a primeira parte desta série escrita por Celio Pezza em homenagem ao 23º aniversário do nosso jornal foi publicada dia 23 de abril.
Para quem não teve oportunidade de le-la, abaixo segue a matéria repetida. Acesse, porque vale a pena! Helio Rubens)

Célio Pezza  – Crônica # 352  – Jornalismo – um resumo histórico – parte 1

A curiosidade do público sempre suscitou a vocação dos contadores de histórias, desde os “aedos” gregos, passando pelos trovadores da Idade Média, até aos jornalistas de hoje.  O ser humano vem utilizando escritos para divulgar notícias desde antes de Cristo. O mais antigo jornal conhecido é o Acta Diurna, de 59 AC. O imperador romano Júlio César ordenou que os eventos principais da corte romana fossem divulgados através de escritos em grandes placas e expostas nos locais públicos, como as Termas (sala de banhos). Nelas, os romanos eram informados das principais notícias como campanhas militares, julgamentos, execuções e fofocas da corte.

Em 1447, na Alemanha, Gutenberg aperfeiçoou uma prensa gráfica inspirado nas prensas utilizadas para espremer uvas na fabricação do vinho e deu início à era do jornal. Um destes panfletos mostrou os abusos sofridos por alemães na Transilvânia, nas mãos do conde Vlad Drakul, que foi mais adiante imortalizado como o conde Drácula, o pai dos vampiros. Em 1501 o papa Alexandre VI decretou que todos os jornais tinham que passar pela autoridade da Igreja antes de sua publicação. O descumprimento deste decreto custaria desde uma excomunhão até a vida. Em 1556, em Veneza, na Itália, os leitores pagavam os jornais com uma pequena moeda chamada de “gazetta”. Daí veio o nome de Gazeta para centenas de jornais. Em 1690, é publicado em Boston o primeiro jornal das Américas, chamado de “Publick Occurrences”, com a proposta de circular uma vez por mês. As autoridades reais, receosas de publicações sem sua autorização, proíbem o jornal após o primeiro número. No início do século XVII na Europa, os jornais surgiram como publicações periódicas, como o jornal Gazette na França em 1631 e outros. A censura era normal na época e os jornais nunca podiam publicar alguma notícia que pudesse colocar o povo contra o regime. Em 1704, Daniel Defoe, o famoso escritor de Robinson Crusoe, inicia a publicação de Review, periódico com notícias da Europa. Em 1812, na Alemanha, Koenig inventa a prensa por cilindro a vapor e em 1814 o editor do The Times de Londres, começa a montar a primeira prensa em segredo, com medo que seus gráficos se rebelassem contra a nova ideia. Essas prensas a vapor permitiam uma velocidade de 1.000 folhas por hora.

No século XIX os jornais se tornaram o principal veículo noticioso e na época, um dos poderosos da mídia foi Joseph Pulitzer, aquele que até hoje tem um grande prêmio de jornalismo com seu nome. Pulitzer era o dono do New York World e disputava o mercado com Randolph Hearst, dono do New York Journal. A briga entre os dois era tão acirrada a ponto de contratarem gângsteres para explodir caminhões de distribuição do rival.

Em 1880 aparecem as primeiras fotos em jornais e em 1890 foi inventada a máquina de 4 cores. Logo em seguida, Pulitzer lança em seu jornal um quadrinho com um garoto que falava, não na forma de balões como é hoje, mas com os escritos em sua grande camisola amarela. Ficou famoso como o “yellow kid” (garoto amarelo) e passou a ser a bandeira do New York World. A briga entre os dois jornais continuou de forma tão agressiva, que a imprensa sensacionalista e de escândalos nos EUA passou a ser chamada de imprensa amarela.

Na época, aqui no Brasil, o dono do jornal Diário da Noite, do Rio de Janeiro, Alberto Dines, quis colocar uma manchete na cor amarela sobre o suicídio de um cineasta que estava sendo chantageado. O seu chefe de redação, Calazans Fernandes, protestou dizendo que no Brasil o amarelo é cor bonita e não queria ver esta cor ligada a fatos deste tipo. Ele disse na época: “põe marrom que é cor de merda”. Dines tirou o amarelo e colocou o marrom. Daí ficar conhecida no Brasil a imprensa sensacionalista como “marrom”, diferente da “amarela” nos EUA.

 

Continua na parte 2 – Jornalismo no Brasil

Célio Pezza  

Helio Rubens
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