Palestra de Leandro Portella
Leandro Portella no Colégio Primeiro Mundo:
Uma lição de vida de quem vivencia que “o importante não é o que falta no corpo, mas o que sobra no coração”

No dia 16 de setembro, o artista plástico e escritor Leandro Portella esteve no Colégio Primeiro Mundo, para proferir palestra aos alunos do Ensino Fundamental I (crianças de 6 a 10 anos) , decorrente do projeto sobre arte inclusiva, de autoria da professora de inglês Lídia Valladão Diniz.

Um exemplo de resiliência
O convite feito ao palestrante se justificou, pois Leandro Portella nasceu com uma malformação, fenda de palato, que o levou a ter problemas na fala e, consequentemente, a sofrer bullying durante toda a infância. Como forma de superar esse sofrimento, encontrou no esporte, a natação, uma prática física que dava-lhe liberdade, confiança e um espaço onde não importava o som de sua voz, mas sim o desempenho do corpo.
Entretanto, aos 17 anos, na Praia da Sununga, Ubatuba (SP), um mergulho mal calculado veio a quebrar-lhe o pescoço, tornando-o tetraplégico.
A fibra de Leandro, no entanto, própria dos heróis mitológicos, levou-o a encontrar na arte e, recentemente, na literatura, o lenitivo, a transmutação das dores físicas e morais, tornando-o um paradigma de resiliência (leia a matéria completa, publicada pelo Jornal ROL: https://jornalrol.com.br/?p=75342).

Uma plateia entusiamada!
Manter dezenas de crianças sentadas e atentas a uma palestra não é um feito para qualquer palestrante. Para tal, ele há de ser um verdadeiro show man. Não obstante, Leandro Portella, mais uma vez, superou as barreiras do corpo, demonstrando a força do espírito. Da cadeira de rodas, com voz quase sussurrada e sem movimentos do corpo, sua trajetória de vida fez-se espetáculo, que encantou adultos e, principamente, as crianças, que passaram a fazer-lhe perguntas.
A curiosidade infantil
Enzo – Por que sua voz é assim?
Leandro – Eu nasci assim e tive que passar por cirurgia e tratamento.
Leandro – É difícil o tratamento que você fez?
Leandro – No começo foi bem difícil, sim.
Samuel – O que você queria ser?
Leandro – Professor de Educação Física.
Pedro – Como você respirava na água?
Leandro – Uma onda me virou de barriga pra cima e consegui respirar.
João Pedro – Você sente dor quando tocam em você?
Leandro – Não sinto nada.
Beatriz – Como você descobriu o dom da pintura?
Leandro – Eu conheci uma moça no hospital e ela pintava com a boca, e aí eu quis aprender também.
Aurora – Você desenha ou só pinta?
Leandro – Só faço pintura.
Arthur – Você desenhou todos os quadros que pintou?
Leandro – Não, as pessoas desenham pra mim e eu faço a pintura.
Nicholas – Você desenha com os pés?
Leandro – Não.
Alice – Onde você faz as pinturas?
Leandro – Na minha casa.
Heitor – Você já pintou uma paisagem?
Leandro – Sim.
Dimitri – Qual foi a pintura mais difícil?
Leandro – O estádio do Corinthians.
Pedro – Como você faz os detalhes?
Leandro – Com concentração e tempo.
Gabriel – Como você limpa os pincéis?
Leandro – A Cris limpa pra mim.
Júlia – Como você mexe no computador?
Leandro – Por comando de voz, letra por letra.
Elisa – Como você vai ao banheiro?
Leandro – A tia Cris me ajuda.
Momentos da Palestra





Pensamentos e passagens da vida de Leandro Portella









