dezembro 05, 2025
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Leandro Portella

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Dos vendavais da vida à aragem das artes!


Logo da seção Ode à Competência
Logo da seção Ode à Competência

ODE À COMPETÊNCIA é uma seção do Jornal ROL que visa apresentar aos leitores pessoas que, enfrentando toda sorte de adversidades da vida, encontraram em si força, coragem e fé para superar as pedras “no meio do caminho”, e, com elas, exemplificar ao mundo a capacidade de um ser humano de se erguer dos escombros interiores, em direção ao Sol da Vida.

Ode à Competência, portanto, é uma seção que resume uma bandeira a se manter sempre hasteada: RESILIÊNCIA, que, no campo da Psicologia, significa, resumidamente, resistência ao choque, à adversidade.

"Eu sou Leandro Portella — artista plástico, tetraplégico, sonhador, resistente. Minha arte não é apenas o que eu faço. É quem eu sou."  Arquivo Pessoal
“Eu sou Leandro Portella — artista plástico, tetraplégico, sonhador, resistente. Minha arte não é apenas o que eu faço. É quem eu sou.” – Arquivo Pessoal

A primeira provação

Resiliência, esta bandeira quem a tem hasteada é LEANDRO PORTELLA, paulistano radicado em Araçoiaba da Serra (SP), que, já ao nascer, encontrou a primeira e grande barreira a ser transposta: uma malformação congênita, fenda no palato, levou-o, com apenas um ano e meio de idade, a passar pela primeira cirurgia e, a partir de então, demandou anos de acompanhamento com fonoaudióloga, exercícios repetidos e tentativas de aprimorar a fala.

Não obstante todo o empenho do tratamento fonoaudiológico, a voz permaneceu anasalada, fator esse que, durante a infância, acarretou-he piadas mordazes e bullying quase diariamente. Consequentemente, Leandro, pouco a pouco, tornou-se uma criança tímida, de poucas palavras.

Uma luz no meio do caminho

Todavia, o vento da vida sempre sopra, mitigando as dores físicas e interiores, e Leandro passou a enxergar e valorizar as pessoas que realmente o apoiavam, tendo poucos amigos, mas que iluminaram seu caminho. E, com o tempo, encontrou nos esportes um porto seguro.

A prática física dava-lhe liberdade, confiança e um espaço onde não importava o som de sua voz, mas sim o desempenho do corpo. E foi na natação que encontrou a maior paixão. A água tornou-se seu elemento natural, proprcionando-lhe a sensação de integridade, liberdade, capacidade de ser quem ele queria ser. A imersão na água trazia-lhe a desejada paz, como um antivírus do preconceito do qual era alvo.

Nova provação

Entretanto, o frescor do vento, de tempos em tempos, cede lugar à realidade, pois a vida é um constante desafio, e um instante pode romper a tranquilidade dos dias amenos. Aos 17 anos, na Praia da Sununga, Ubatuba (SP), um mergulho mal calculado, vindo a quebrar-lhe o pescoço, traçou-lhe outra rota, tornando-o tetraplégico.

Durante seis meses ficou internado no Hospital das Clínicas, sob dores físicas atrozes e expectativa, tentando visualizar seu futuro. A liberdade de movimentos transformou-se num calabouço. E mais um estação do calvário interior descortinava-se a sua frente. Mais uma vez, a vida obrigava-o a ressignificar a relação com o mundo e consigo mesmo. Uma nova realidade se impôs diante dele, exigindo reinvenção.

Leandro Portella - Arquivo Pessoal
Leandro Portella – Arquivo Pessoal
Leandro Portella - Arquivo Pessoal
Leandro Portella – Arquivo Pessoal

A redenção pela arte

Para o espírito estoico, sempre há um mapa a assinalar o caminho. E foi pela arte que Leandro o encontrou. A arte tornou-se sua Pedra Filosofal, que permitiria transmutar a dor interior no ouro das oportunidades, e no elixir de uma vida plena de realizações.

No Hospital das Clínicas conheceu a artista Eliana Zagui. Ela havia contraído poliomielite na infância e perdeu os movimentos do corpo. No hospital, pintava quadros com a boca. Ambos se tornaram amigos e Leandro, apesar de nunca ter demonstrado aptidão com a pintura, pelo incentivo de Eliana começou a pintar como forma de terapia.

Com o tempo, percebeu que poderia até mesmo vender os quadros, gerando renda. Passou a ter aular com a professora Elza Tortello, desenvolvendo a técnica e estilo. Ingressou na Associação de Pintores com a Boca e os Pés (APBP), uma entidade internacional que apoia artistas com deficiência. A partir de então, sua arte começou a ganhar visibilidade, e participou de diversas exposições no Brasil e no exterior.

A política e o ativismo

A estrada de Leandro o levou à política e ao ativismo. Na política, teve por referência a senadora Mara Gabrilli, portadora de uma lesão semelhante à dele. Ao conhecê-la, foi estimulado a entrar na política para ajudar as pessoas com deficiência.

Candidatou-se a vereador de Araçoiaba da Serra e em 2012 foi eleito. Cônscio da importância do cargo, decidiu que era hora de entrar na faculdade e começou a cursar Gestão Pública, para continuar na vida política.

Como ativista, presidiu o Banco de Cadeiras de Rodas do Rotary local e atuou no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Documentário internacional

Em 2020, sua história chegou às telas de cinema no documentário internacional Human Life, pelo qual, emocionou-se ao se ver ao lado de outras pessoas extraordinárias, cujas trajetórias de superação inspiram o mundo.

'Depois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada', lançado no dia 16 de março de 2025 em Araçoiaba da Serra (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Depois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada’, lançado no dia 16 de março de 2025 em Araçoiaba da Serra (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Literatura e novo documentário

2025 tem trazido a Leandro novas e importantes conquistas: em março, lançou o livro Depois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada e participou do documentário Ressignificar, produzido pela PNAB. O livro traz reflexões sobre a vida de Leandro após o acidente. No documentário, mostra como a arte pode ressignificar a dor e revelar novos sentidos para a existência.

A tecnologia como aliada

O Universo conspira a favor de todo guerreiro da vida. Para Leandro, a tecnologia deu-lhe um computador com um comando de voz, por meio do sistema Motrix, o que llhe permite continuar criando, escrevendo e interagindo com o mundo de uma forma mais autônoma, inclusive proferindo palestras. A tecnologia, assim como a arte, segundo ele, tem sido uma ferramenta fundamental para sua liberdade.

Palavras de um vencedor

Hoje, sigo pintando, palestrando, criando e vivendo. Meu corpo é outro, mas minha essência continua intensa, curiosa e apaixonada pela beleza de existir. Eu sou Leandro Portella — artista plástico, tetraplégico, sonhador, resistente. Minha arte não é apenas o que eu faço. É quem eu sou.

Depois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada:
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Capa do livro 'Depois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada'
Capa do livroDepois do Mergulho – Crônicas de uma Vida Reinventada’

Documentário Internacional Human Life

Documentário ‘Ressignificar (2025)



Contatos com o Leandro Portella:

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Sergio Diniz da Costa
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6 thoughts on “Leandro Portella

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