Letícia Mariana: Crônica ‘A fragilidade forte do amor’
Respirei. Senti que estou viva e, apesar das circunstâncias, jamais me senti tão viva! Fiz meu chá de maçã com canela, peguei um livro da Jane Austen e pensei em você. Ouvi as músicas que você gravou para mim, cantando e tocando com delicadeza, senti os anjos me atordoando de tanta saudade!
Parece irônico pensar no amor. Nós nos sentimos frágeis, tão frágeis e vulneráveis em nosso destino. E parece que escolhemos isso de forma conscientemente irracional. Sonhamos com um vestido de noiva e uma valsa romântica, imaginamos como seria acordar todos os dias ao lado da pessoa amada, preparar seu café, trabalhar e estudar com a certeza de que fez a melhor escolha!
Certos homens nos causam a sensação de paixão rotineira. É como se você aceitasse, por ele, ser um pouquinho submissa. Mimar, adorar, servir. Por outro lado, esses homens, geralmente, são aqueles que apoiam seu crescimento profissional, suas conquistas financeiras e pessoais, sua evolução diária. O que te deixa com mais vontade de se entregar e amar sem medo. Esses garotos estão em falta na humanidade; por isso, não quero largar a sorte!
A minha vida tem sido um normal romantizado. Estudo e tento enxergar a beleza em cada assunto, aprendo a cozinhar e resolvo usar a louça mais bela da casa, vou ao mercado e passo batom vermelho. Escrevo… Bem, não há motivos para romantizar a escrita; ela já é puramente romântica!
É engraçado pensar nesse menino. Uma fortaleza frágil se enche em meu peito, praticamente um paradoxo bonito. Sentir amor é viver tranquilamente. Uma mistura de amor-próprio com o amor dele. Parece um sonho! Será que, se por um acaso eu me beliscar agora, acordo sozinha numa madrugada solitária? Estou realmente vivendo isso?
Estou. Amor, paixão, autocuidado. Tudo junto e misturado! E se amar é ser frágil, retrógrada ou antiquada, por ele eu aceito ser – ou parecer – tudo isso! Não somente por ele, mas pela minha essência. Sou feminina, forte e carinhosa. Meu superpoder é ser eu mesma.
A fragilidade forte do amor. A fortaleza de amar! Como já dizia Vander Lee: “românticos são poucos, românticos são loucos, desvairados”! E esse hospício me parece gentil.
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Linda declaração de amor.