“Perguntas para se fazer no ano novo: estou consumindo o que realmente preciso? Tenho exagerado nas minhas compras e desperdiçado demais?”
Começo de ano é propício para a realização de reflexões, avaliações e promessas de todos os gêneros. As chamadas resoluções de ano novo servem para o estabelecimento de compromissos diversos que vão de mudanças de atitudes em relação aos outros e a si mesmo. Se depender da nossa vontade, seremos mais tolerantes, generosos, cultos, saudáveis e responsáveis, neste ano que se inicia, do que fomos em todos os anos anteriores de nossas vidas.
Certamente muitos dos nossos sinceros desejos não serão capazes de resistir ao primeiro mês, tragados pela dinâmica de nosso cotidiano. De qualquer modo, a passagem de ano possui esse efeito positivo. Não custa nada parar um momento para, quem sabe, redirecionar diversos aspectos de nossa vida.
Bom seria que fizéssemos também uma boa análise, mais abrangente mesmo, em dimensões globais sobre a irracional e destrutiva maneira pela qual estamos consumindo o planeta. E, isso não é maneira de dizer, literalmente estamos sugando os recursos planetários e o pior, não necessariamente para dar melhores condições de vida para todos os seres humanos. Até podemos afirmar: muito pelo contrário! O que temos feito é consumir mais rápido e descartar também em ritmo cada vez mais veloz.
Um bom exemplo são os celulares. Em 2007 os brasileiros trocavam seus aparelhos, em média, a cada dois anos. Atualmente essa troca já está sendo feita em 1 ano e 4 meses. Esse é apenas um caso entre muitos de produtos antes chamados de duráveis que tem se transformado ao longo dos anos em verdadeiras commodities.
O relatório O Estado do Mundo publicado ainda no ano passado pelo World Watch Institute e com versão em português divulgado pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente já havia constatado essa preocupante situação. Só para se ter ideia das conclusões alcançadas pelo estudo, hoje são extraídos 50% mais recursos naturais do que há 30 anos. São cerca de 60 bilhões de toneladas anuais retiradas do planeta sem a devida reposição.
Entre 1950 e 2005, aponta o relatório, a produção de petróleo cresceu 8 vezes, a de metais 6, o consumo de gás natural 14, a de carvão 6 vezes e a de cobre, 25 vezes. Números assustadores, certo? Pois, vejam que podem ser ainda mais alarmantes, só a produção de plástico cresceu nesse período de pouco mais de 50 anos, 41 vezes!
Como disse antes, se ao menos toda essa voracidade tivesse o nobre objetivo de melhorar a vida de todos os habitantes do planeta… vá lá! Mas não é isso que o Estado do Mundo constatou. Segundo o documento, a fatia dos 16% mais ricos do mundo são diretamente responsáveis pelo consumo de 78% dos recursos disponíveis. Enquanto os outros 84% consomem 22%!
Quem sabe se ao pensar nisso, a gente não conclua que alguns exageros poderão ser evitados daqui para frente. Uma sociedade mais consciente poderá contribuir em muito para frear o consumo irracional e desenfreado.
Para finalizar, mais alguns números insanos que irão ajudar na sua reflexão: Em 2008, nós habitantes do planeta adquirimos 68 milhões de veículos, 85 milhões de geladeiras, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de celulares. Você imagina que esses números sofreram alguma redução nos anos seguintes?
Um feliz 2018 mais sustentável!
Reinaldo Canto – Jornalista – site: ecocanto21.com.br
Coluna: Cidadania & Sustentabilidade (www.cartacapital.com.br)
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024