setembro 17, 2024
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Kiko Rebelles: 'Numa noite chuvosa'

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“Justo julga quem não julga ninguém/ Indulgentes e cegos aos pecados alheios/ Severos e duros consigo porém/ Mas sem exaltar os seus próprios anseios.”

 

Numa Noite Chuvosa

Se não fosse assim ao invés

Donde estaria a crença?

Se em nada, se em tudo

Qual seria a diferença?

 

Onde indo e vindo me encontro

Assim mais vale a ocasião

Sem mais tendo de propício

Sim de longe um coração

 

Ai de mim que sou o medo

Longe nunca hei de alcançar

Não revelo meu segredo

Se eu não posso mais amar

 

No clarão da certeza, na escuridão da dúvida

Ainda sinto o alvorecer

Nem saudade, nem solidão

Nem o que me faz sofrer

 

Apenas o meu sorriso que por hora já me basta

A angústia vem sem aviso, me consome, me

devasta

 

Onde há perigo, há um herói

Quem me dera fosse eu

Mesmo antes de chorar

Vivo o sonho que é só meu

 

Aquele que ama nada pede

Nem impõe condições

Quem luta conhece seu ideal

Conhece as suas e as alheias razões

 

Me limito a superar meus defeitos

Onde outrora causei desgraça

Sei que jamais serei eleito

Enquanto for uma ameaça

 

Justo julga quem não julga ninguém

Indulgentes e cegos aos pecados alheios

Severos e duros consigo porém

Mas sem exaltar os seus próprios anseios

 

Há quem me condena

Há os que não me suportam

Há os que tenho afeto

E há os que não me importam

 

Se eu pensasse só em mim

Seria eu contra o mundo

Se não te amasse tanto assim

Não morreria a cada segundo

 

Domino minha mente

Mas não meu sentimento

Mesmo sendo inteligente

Ainda tenho meu tormento

 

Nada é tão desprezível que o receio de ser feliz

E nada é tão plausível que fazer o que sempre quis

 

Eis que não há contradição

Nem aparentes dores

Porque onde existem espinhos

Também existem lindas flores

 

Sou louco por pensar assim?

Ou sou assim porque sou louco?

Se sou louco por pensar em mim

Que assim seja mais um pouco

 

Nesse silêncio mortal dessa noite que engana

Que me faz ver real sua saga profana

 

De um coração tira prantos

Em um vai e vem de horrores

Relembrando os encantos

Relembrando os amores

 

A chuva discreta nos pesares dos sonhos

Sonhando acordado pelo medo de adormecer

Não se sabe o que é sonho e o que é realidade

Não se sabe o que é vida antes do amanhecer

 

Não persiga meu ódio porque ele não existe

Não insista em querer me culpar

Quantos ‘nãos’ seriam precisos

Para que não mais me pudesse julgar?

 

O que quer de mim se me faz seu escravo?

Onde antes dissera ser seu tesouro

Fui seu príncipe, fui seu rei

E você foi meu único ouro

 

Que saudade de mim

Que saudade de você

De mim por não ser tão forte

Que de ti não consegue esquecer

 

Se fosse custo não desejaria mais nada

Viveria observando o teatro da vida

Se tudo fosse susto seria uma grande piada

Se entramos nesse mundo é porque há uma

saída

 

Não deseje nada, mas ao mesmo tempo deseje tudo

Não seja cego, mas seja mudo

 

Enquanto rolar uma lágrima e muitas mãos calejadas

Sempre haverá muitas lástimas e muitas almas afetadas

 

Não um que chora sozinho

Mas um pranto em coro universal

O sofrimento coletivo

Que repercute no Astral

 

Para colher felicidade se planta alegria

Para colher só a verdade se planta harmonia

O mistério é relativo pela dúvida que lhe detém

Mas se ainda está vivo que te importa de onde vem?

 

Quão árduo é o trabalho a quem se acovarda

O que mais poderia te maltratar?

Senão a fobia que te retarda

Senão a preguiça a te torturar

 

Por quê vê miséria onde há luxúria?

Por quê vê medo onde há coragem?

Tudo é ilusão, tudo é injúria

Será esse o segredo dessa viagem?

 

Sei que há um Plano sutil e hoje sou mago

Transformo a dor em história

Não sou coerente, não sou relativo

Esse sou eu, essa é minha memória.

 

Sergio Diniz da Costa
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