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Andreia Caires: 'Vivendo e aprendendo a escrever'

Andreia Caires

Vivendo e aprendendo a escrever

Um dia eu tinha um livro. Todo pronto, mas, só na minha cabeça. Eu não tinha coragem nem para pegar uma caneta e um caderno pra escrever. Divinamente empurrada escrevi “O Diário da Borboleta Azul” e, quando as pessoas me perguntavam sobre o que se tratava o livro eu apenas dizia: Sobre borboletas.
Eu era tão crua que não sabia explicar o meu próprio livro. Lembro que quando o estava escrevendo colava algumas frases dele na parede do quarto e ficava ali refletindo sobre o que eu mesma escrevia pra ver se quando me perguntassem eu saberia responder.
Depois, com o passar do tempo e, olha que foram alguns anos, eu já falava dele com naturalidade, sem precisar de “cola” e, melhor, sem ficar com a face rubra de vergonha.
Quando consegui vender o primeiro exemplar do livro, aí sim descobri-me uma escritora. Novata, mas…uma escritora. Tive uns picos de vaidade achando que em pouco tempo eu estaria tomando chá em alguma Academia de Letras, mas logo, desci do salto e entendi que eu precisava escrever e escrever muito.
Eu não era mais uma escritora de blogs. Quando terminei o primeiro livro fechei o blog e me dediquei exclusivamente a escrever livros. Só que, depois de uns poucos livros vendidos descobri também que não era só escrever. Eu tinha que batalhar divulgação, editora, vendas… Resolvi deixar o livro no site e tive meu primeiro bloqueio criativo. Nem sabia o que era isso até alguém me falar.
Me cobrava demais e escrevia de menos. Achava que tudo o que eu fizesse depois do primeiro livro não vingaria e que seria melhor ficar só com um livro e estava “bão demais”. Pensei que eu não precisaria dizer que era uma escritora, apenas alguém que escreveu um livro. Depois e, novamente com um caderno na bolsa escrevia uns textos às vezes numa praça ou debaixo de uma árvore até sair as crônicas do livro “As sementes que plantei”. Morria de medo que aparecesse alguma borboleta azul, pois eu não queria falar mais dela. E foi no segundo livro, “As sementes que plantei”, que falei sobre o meu próprio medo, da responsabilidade da escrita, principalmente depois do primeiro. Eu comecei a me questionar: o que havia me feito escrever um livro? O que havia sido aquela obsessão por borboletas? Lembrei então de uma música de Rita Lee: “Um belo dia resolvi mudar, fazer tudo o que eu queria fazer…” Foi isso! Eu resolvi mudar! Deixar pra trás as coisas tristes, traumáticas, deprimentes e me transformar! Isso fez com que eu escrevesse um primeiro livro que, depois, seria a base para o meu segundo e depois o terceiro e assim por diante…
Um belo dia resolvi cumprir o que eu havia prometido, ou o que Deus havia me dito quando ainda era uma mocinha: que eu seria uma escritora! Venderia livros? Sinceramente isso é o que menos me importa no momento. Eu precisava sim, parar de me cobrar tanto, e deixar com que as palavras me guiassem. Espero sim e, o mais importante é que “um belo dia” meus livros consigam mudar alguém assim como eu estou mudando depois que assumi minha profissão, pois um escritor vive, aprende e, por fim, escreve sua própria história.

Andreia Caires

Sergio Diniz da Costa
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