Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Resistindo ao tempo’
Na alma enraizada, há uma chama que não se apaga
De um amor que há tempos deixou entrar
A traição e a loucura que no peito não tem lugar
Essa dor que causa espanto, como uma praga
Deixa rastro de morte ao passar.
A tristeza que inunda a alma rebelde enciumada
Deixa de sentir o carinho, perde o sentido de ser
É como caminhar no escuro na estrada esburacada
Que desfaz os passos incertos, fazendo se perder
Essa vida destinada, sofrendo de amor a morrer.
É tempo perdido, ofício de quem não tem onde estar
É um pranto sem consolo, dor de puro abandono
Querer ir, sem poder o amor levar
É como um cão triste sem dono
Que na margem da estrada, chora seu triste penar.
Resistindo ao tempo sem pressa, a dor contamina
Os anseios de um dia poder encontrar outro amor
Desconjuntado, sem forças desanima
E todo o tempo que lhe resta é a dor
Que lhe empresta, solidão e desamor.
Ivete Rosa de Souza
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