José Antonio Torres: Poema ‘A presa’
Me sinto observado…
Uma sensação inquietante e indefinível se abate sobre mim…
Faço uma varredura do ambiente com o olhar…
A sensação está cada vez mais intensa…
Ao me virar, terminando a varredura do ambiente em que me encontro,
Vejo seus olhos cravados em mim.
O que era apenas uma sensação, materializou-se.
Fico paralisado.
Tento desviar o olhar… não consigo.
Que força hipnotizante é essa que me imobiliza?
Conscientizo-me de que sou a sua presa.
A energia que paira no ambiente é quase palpável…
Me sinto perdido, sem ação…
Não tenho saída…
Compreendo que serei presa fácil.
Ela caminha lentamente em minha direção…
Um caminhar felino, determinado…
Não consigo lutar contra essa força que me domina sem me tocar…
Quero reagir!
Impossível.
Estou completamente entregue…
Serei inapelavelmente abatido…
Ela está a um palmo de mim…
Não emite qualquer som…
Sinto seu hálito quente em meu rosto…
Chegou a minha hora…
Seus lábios colam-se aos meus…
Tudo está consumado.
Estou morto… de amor!
José Antonio Torres
Contatos com o autor
- Estação das flores - 5 de setembro de 2024
- O casulo e a borboleta - 19 de agosto de 2024
- Ainda que… - 12 de agosto de 2024
José Antonio, no trajeto da leitura me senti um Jim das Selvas, um Tarzã pronto para combater por você essa ‘fera’! A sua poética é uma verdadeira viagem!
Você é sempre muito gentil, Sérgio, não só comigo, mas com todos. Isso é reflexo de um Ser de luz.
Muito obrigado por suas palavras tão carinhosas.