José Antonio Torres: Poema ‘O coração’
Ah, coração…
Tu que és tão citado pelos enamorados
Quando vivenciam suas paixões…
Que sofres e te magoas com os desentendimentos e as incompreensões dos amantes…
Que te entristeces com a ingratidão e a injustiça cometidas por filhos, casais, amigos…
Que palpitas em ritmo tresloucado diante de intensa alegria…
Tu, coração, que és o símbolo do amor e da vida, ainda que muitas vezes maltratado e ferido, continuas a amar.
Independentemente do que recebes, transbordas em torrentes de amor.
Mesmo que recebas o mal, transformas esse mal em dádivas amorosas e as entregas, tanto aos que sofrem quanto aos que amam.
Certo dia ouvi algo que me fez pensar (perdoem, não lembro quem disse). Foi algo mais ou menos assim:
“O fígado retém impurezas…
Os rins retêm impurezas…
Os pulmões retêm impurezas…
Os intestinos são impregnados de impurezas…
A pele é bombardeada por impurezas.
Esses órgãos, assim como outros, adoecem e são vítimas do terrível câncer!
O coração não retém impurezas.
Você já ouviu falar de câncer no coração?”
Todo mal que chega até ele é transmutado em algo bom e passado adiante em forma de amor.
O coração não é um reservatório, um poço, mas sim, um canal.
Que possamos cuidar dos nossos sentimentos para irrigarmos o nosso coração com fluidos saudáveis e harmoniosos.
Que sejamos, verdadeiramente, emissários do amor.
José Antonio Torres
Contatos com o autor
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JAT, você resumiu seu poema a uma frase: “Que sejamos, verdadeiramente, emissários do amor”.
Somente esse sentimento sublime é capaz de curar todas as chagas físicas, emocionais e, principalmente, espirituais da humanidade!
Meu nobre amigo, minha eterna gratidão pelos seus sempre sensíveis e belos comentários.
Você é a sensibilidade em pessoa.
Sou tão somente um espelho que reflete a sensibilidade de quem me olha, meu nobilíssimo amigo!
Touché!