Ella Dominici: ‘Elo poético resiste e liberta’
Amanhã sei que tudo será ontem
futuro não se vive, mas se inventa
em movimentos à liberdade
ela será pequena, do tamanho que minha alma
necessita, simples mas cultivada,
se puder, será inviolável ao amor da madrugada
a levantarei dos contos que me mentem
confiscam a esperança desta cidade
O miúdo se levantará precipitado
esquecendo de ser aleijado onde imagem
da mata sangrando será vencida
Poderá sonhar sem os mortos que apagam
os sonhos de mentira
Sairemos da cova do teto do mundo
O que tu vistes e provei, será coisa de não acontecer
Se puder então, acreditarei nos sonhos
afundadas resenhas em planos de painas.
Sim, desacreditarei do vil destino
e irei pulando as cordas e ponteiros do tempo
Inda sei que restará a mim olhar sem escamas
poesia do amanhã será menina
Dos campos de trincheiras e vales combatentes,
verei brotar um verde trevo de resiliência
Abandonarei espaços que me limitaram a independência,
na liberdade do pensar curando em versos as feridas,
dançarei o frevo e no abraço da cintura tua
Inventarei livre arbítrios memórias-Sol,
a transcender pela palavra que brilha e cintilante será
no entardecer da vida
Ella Dominici
Contatos com a autora
- Adagas da vida - 12 de outubro de 2024
- Línguas e linguagens - 5 de outubro de 2024
- La rencontre de la brume et la brise - 28 de setembro de 2024
Ella, este poema é mais um de seus ‘Mapas do Tesouro Etéreo’, onde cada palavra é uma pista para encontrá-lo. Decifre, pois, leitor, cada uma, e em as reunindo, desfrute desta grande aventura poética!
Sérgio Diniz, nosso amadíssimo editor,
toda gratidão por seu generoso comentário e também pela dedicação na leitura e eficácia na publicação!