Ella Dominici: ‘O espírito criador de Mendelssohn’


Ele ergueu suas mãos ao céu invisível,
onde a música repousa antes de ser som.
Mendelssohn, o servo inspirado, ouviu
os acordes que dançavam na luz da fé.
Sua pena não escrevia apenas notas,
mas preces silenciosas que ecoavam na eternidade.
Cada melodia era uma ponte entre mundos,
um cântico que unia a Terra ao divino.
Na vastidão do mistério, ele sentiu a voz do Senhor,
um sopro de amor que preenchia sua alma.
E ali, sob a graça do Criador,
compôs para o Cristo vivo, o Cordeiro e o Rei.
Era mais que música; era um ato de rendição,
um louvor moldado em harmonia e devoção.
Os coros erguiam-se como asas celestes,
e as vozes humanas refletiam a divina.
Na profundidade de sua fé,
ele traduziu o amor eterno em sons imperecíveis,
um lembrete de que o Espírito Santo habita
mesmo na fragilidade do mundo.
E agora, quando sua música ressoa,
em catedrais ou na solidão do coração,
é a mesma luz que brilha, o mesmo chamado:
“Venham, todos os povos, glorifiquem o Senhor.”
Que minha voz humana, frágil e pequena,
seja o eco da obra que ele ofereceu.
Pois Mendelssohn não apenas compôs,
ele respondeu ao Verbo com sua vida.
Ella Dominici
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Natural de São Paulo (SP), é endodontista por profissão e formada no curso superior de Língua e literatura francesa. Uma profissional que optou por uma ciência da área da saúde, mas que desde a infância se mostrava questionadora e talentosa na Arte da Escrita, suscitando da parte de um mestre visionário a afirmação de ela ser uma escritora nata, que deveria valorizar o dom que recebera. Atendendo ao conselho recebido, na maturidade Ella cumpre o vaticínio e lança o primeiro livro solo de poemas (Mar Germinal), rompendo com a escrita meramente contemplativa, abraçando fragmentos, incertezas e dualidades para escancarar oportunidades a si como ao outro. Dribla o autoritário tempo, flagra mazelas psicológicas em minúsculas e múltiplas impressões exteriores e internas. É membro da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Acadêmica Internacional da FEBACLA. Coautora de várias antologias. Publica na Revista Internacional The Bard e se inscreveu no 8º Festival de Poetas de Lisboa, participando da antologia promovida pelo evento
Ella, como é bom ler e publicar poemas que fogem do lugar-comum!
Como é esplêndido publicar em um jornal Cultural que ultrapassa o lugar comum, ineditismo em todos os sentidos.
ROL: Bom estarmos aqui !