As aventuras de uma vida inteira
Aqui me imagino no cais. Que lembrança boa! Fico pensando no tempo que nunca para. E ponho-me a escrever estas palavras que para muitos não têm nenhum sentido.
Aqui me imagino no cais. Que lembrança boa! Fico pensando no tempo que nunca para. E ponho-me a escrever estas palavras que para muitos não têm nenhum sentido.
Fim de tarde. Na várzea do meu sertão, mata seca, chão ressequido, solidão. Galhos secos e avencas, espinhos de mandacarus perfuraram meu peito. Feridas…
No silêncio do entardecer a vida passava. Percursos íngremes, trajetos sinuosos, ora longos, ora curtos, cheios de dor, de solidão, de saudades.
Na tarde que fenece, no macio azul do rio, navega feliz, desliza ligeiro, vai além de águas afora, um barquinho. Abre as pálpebras do entardecer…
Algumas são lindas línguas, seja porque são rosadas, lisas, afiladas ou até macias como suculentas, beijam e saboreiam. Algumas são enrugadas, desabrigadas…
No coração do tempo um olhar vago, meus olhos buscaram os teus, mergulhando fundo neste olhar. Apaixonei-me, colori todo o firmamento com este amor.
Em toda estação há solidão. Até na primavera. Ela rodeia as flores, atacando o coração. Em toda estação ela me ataca. Denise Canova, a Dama da Poesia