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O leitor participa: Jairo Valio,da Academia Sorocabana de Letras, com o poema 'Fazer poesia'

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“(…) Os rabiscos ganham então sintonias,/ E o possível poeta já pode sonhar,/ Com as rimas ganhando sentidos,/ Até que nota uma flor se abrindo, E sobre ela derrama suas emoções./ (…)”

 

           

              FAZER POESIA

A princípio, rabiscos desconectados,
Sem rumos, palavras jogadas, perdidas,
Peripécias de uma criança rabiscando,
Brincando numa página já amassada,
Que num impulso joga fora e outra pega.

São os ensaios de quem almeja poetar,
Pois sua Alma quer soltar suas amarras,
E mesmo que as letras sejam rebeldes,
Sem rimas, como um espírito indomado,
A pedra bruta vai perdendo as arestas.

Um cuidadoso artesão entra em cena,
Para domar aquele espírito inquieto,
E com o esmeril vai dando contornos,
Até a joia bonita aparecer fulgurante,
E isso inspira o poeta ainda inseguro.

Depende das emoções do coração,
Que dita quais são as alternâncias,
E cita o amor como a melhor primazia,
Não existindo nada que se assemelhe,
Pois os apaixonados sabem até sorrir.

Os rabiscos ganham então sintonias,
E o possível poeta já pode sonhar,
Com as rimas ganhando sentidos,
Até que nota uma flor se abrindo,
E sobre ela derrama suas emoções.

Vê sentido numa criança sorrindo,
Após saciar a fome no seio materno,
E a mãe cuidadosa beija sua face,
Pois gerou uma vida para dela cuidar,
E o poeta não perde o cenário bonito.

Depara que num esfuziante pôr do sol,
As nuvens se enfeitam de lindas cores,
Até que a noite cobre-as com seu manto,
E as estrelas piscam num mudo alarido,
E isso enseja para novos versos criar.

Até que, como descerrando as cortinas,
A lua brilhante vem fazendo os acenos,
Convidando os que amam para nela mirar,
E nesse momento o poeta já pode fazer,
Poesias de amor para sua Alma sorrir.

 

Jairo Valio – 03/01/2012

Sergio Diniz da Costa
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