novembro 21, 2024
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No Quadro de Colunistas do ROL, o talento e a juventude de João Paulo Hergesel!

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O Jornal Cultural ROL tem, certamente, o maior time de colunistas da internet. Esse ‘esquadrão’ melhorou mais ainda com a entrada do João Paulo Hergesel!  

 

Com apenas 26 anos de idade,João Paulo Hergesel é doutorando em Comunicação, mestre em comunicação e cultura, licenciado em letras e pesquisador em Inovações e Rupturas na Ficção Televisiva Brasileira e em Narrativas Midiáticas.  e, Dependendo da pressa das editoras, fechará o ano de 2018 com 18 ou 20 livros publicados

Inovando a apresentação oficial dos novos colaboradores do ROL, o novo colunista João Paulo Hergesel, que este ano venceu o 14º Prêmio Barco a Vapor, com o livro infanto-juvenil ‘A Vaca Presepeira’, do alto de sua criatividade, se autoapresenta aos leitores (Sergio Diniz da Costa, editor):

Ei, psiu! Poderia me dedicar um minuto do seu tempo?

Escrever crônicas é mais desafiador do que coçar o nariz sem que os outros percebam. Diferentemente dos outros gêneros literários, que costumam ter um público bem definido, com temas e estilos característicos para seu leitor modelo, a crônica é feita para todos os que abrem o jornal. Da criança em fase de alfabetização (“d” com “a” dá “da”) ao doutor em literatura (que usa termos como “semasioestilística”); do comunicólogo que analisa o parâmetro da produção cultural no País (e descobre cada fenômeno!) ao pintor que usa o papel para forrar o chão (para ler de cima da escada, enquanto passa o rolo). O desenvolvimento de crônicas é tarefa de doido… E de maluquice, confesso que entendo um pouco.

Quando a idade ainda permitia que me chamassem de menino, minha personalidade possibilitava que me olhassem como um pequeno biruta. Sempre fui do tipo que inventava histórias, que transformava a realidade em algo mais divertido, que conversava com portas e janelas, que criava vacas de papelão, que pegava um graveto no quintal e acreditava que era uma varinha mágica. Com o tempo e os estudos, a imaginação passou a ser registrada nos cadernos, mesmo que esses textos ficassem guardados apenas para mim.

Foi na adolescência, na época do falecido Orkut, que descobri uma comunidade (nome mais sofisticado que usávamos para os grupos) com jovens que compartilhavam suas histórias e auxiliavam com críticas e conselhos. Eu pensei: se eles podem, por que eu não posso?, e então tomei coragem para transformar desabafos intimistas em materiais públicos. Os comentários foram tão positivos que me levaram a criar uma página própria para expor meus contos, tendo resultado em um convite editorial para publicá-los em livro – o marco dos meus 15 anos.

Um ano depois do lançamento, a editora faliu. Mas me isento de toda a culpa: em um Brasil de 2008, quando boa parte do País ainda via o livro com certa repulsa, que chances teriam os escritores desconhecidos, ainda mais em se tratando de e-books? E mesmo certo de que essa carreira seria uma estrada repleta de buracos, enchi o peito e decidi encarar os solavancos ao me matricular na faculdade de Letras.

A família chorou um tempo, os amigos tentaram mudar minhas ideias e cheguei até a prestar um vestibular para Odontologia; mas não permiti que isso fechasse os sorrisos largos que eu dava, nem a paixão que eu sentia pela Língua Portuguesa. E foi esse curso que me possibilitou, dentre tantas vertentes do conhecimento, ter uma visão mais profunda sobre o que eu vinha produzindo e em que sentido poderia melhorar. Saí da graduação com mais um livro publicado (cuja editora não foi à falência!), diversos prêmios literários (incluindo dois ou três picaretas e não me entregaram um mísero certificado), um ingresso VIP para fazer o mestrado na faixa (mas sem direito a open-bar) e a ousadia de fundar a própria editora.

Com o tempo, virei mestre em Comunicação e Cultura (mas bem que poderia ser Mestre Jedi), ganhei novos prêmios (alguns tão bons que renderam até um dinheirinho), publiquei outros livros (fecharei o ano com 18 ou 20 títulos, dependendo da pressa das editoras), participei de dezenas de eventos (tendo sido quase barrado em um porque não achavam que eu fosse velho o suficiente para ser escritor), fiz vários cursos (nesse pacote, há uma inusitada pós-graduação na área de saúde), fui professor (alunos e ex-alunos, beijinhos do tio JP!), ingressei no doutorado em Comunicação (para justificar a quantidade de café que tomo no dia a dia), completei 26 anos e agora venho bancando um cronista.

Juro que não sei se quem está me lendo neste momento é homem, mulher ou não binárie. Se sempre frequenta esta página ou se está por aqui a turismo. Se usa óculos, ou luvas, ou cachecol. Se prefere chocolate quente ou chá gelado. Se desceu os olhos pela página apenas para curtir a narrativa ou se já grifou as possíveis falhas de coesão e coerência para me contatar depois. Posso não fazer ideia de quem você é, mas isso não é um problema; o que vale mesmo é saber que agora você me conhece um pouquinho e já tem noção (quem sabe até sugestão?!) do que encontrará por aqui nas próximas semanas. Lidar com crônicas não é mesmo fascinante?

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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