O artista cria uma instalação sensorial com acordes feitos pela drom fragrances no Octógono junto a obras de artistas como Anita Malfatti, Almeida Júnior, Claudia Andujar, Maria Martins, propondo novas leituras da arte brasileira
Abertura: 24 de novembro de 2018, sábado, às 11h
Em cartaz: até 25 de fevereiro de 2019
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta, de 24 de novembro de 2018 até 25 de fevereiro de 2019, a exposição Laércio Redondo: Relance, que ocupa os espaços do Octógono e também da exposição de longa duração do acervo no primeiro andar da Pinacoteca. Com curadoria de Fernanda Pitta, curadora sênior do museu, e consultoria curatorial da historiadora da arte norte-americana Kaira M. Cabañas, a mostra propõe investigar outras possíveis interpretações das narrativas da história do Brasil, contadas através da coleção do museu, a partir da experiência olfativa.
A prática do artista Laercio Redondo, que vive entre a Suécia e o Brasil, desde há muito se detém sobre imagens da memória coletiva e sobre certos apagamentos na cultura brasileira. Para o Projeto Octógono, o paranaense explora as potencialidades de uma anedota do artista Estevão Silva (c.1844-1891) – o primeiro pintor de ascendência africana a frequentar a Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro –, que se valia do recurso de apresentar suas pinturas de natureza-morta, juntamente com as frutas representadas, de modo que seus odores também fizessem parte da percepção do observador.
Tal estratégia sugeriu a Redondo uma maneira de propor uma intervenção que explorasse outras possibilidades da experiência do objeto artístico para além do visual. Esta resultou na proposta de uma intervenção no Octógono que dá início a um percurso pela coleção do museu em que o público vai encontrar displays posicionados estrategicamente próximos a obras de Anita Malfatti, Almeida Júnior, Claudia Andujar, Maria Martins, entre outros, contendo cartões com odores. Tais acordes olfativos foram desenvolvidos através de uma parceria entra a curadoria da Pinacoteca e casa de fragrâncias alemã, drom fragrances, criados pelos perfumistas Cleber Bozzi e Luis Paulo Natividade, com a direção olfativa de Matthieu Ferreira, Renata Abelin e Kelly Medeiros que integram o time de fragrâncias e a área criativa da empresa.
A curadora da mostra comenta que “o cheiro está neste trabalho de Laercio Redondo como um ponto de partida para o desenrolar de histórias de rastros, restos, apagamentos e retornos”. Explicando que “o privilégio dado ao sentido do olfato é uma estratégia de ativação, de libertação, de outras memórias, permitindo outras interpretações. Redondo, que sempre tem trabalhado com procedimentos de erosão, de revolvimento e reconfiguração das imagens, desta vez estende ao limite a sua iconoclastia, numa atitude que lhe pareceu necessária para de certa maneira escapar ao poder normalizador das imagens”.
Em Relance, que empresta seu título da canção de Caetano Veloso, o artista busca provocar um desvio crítico do valor simbólico e dos significados comumente atribuídos á algumas obras do acervo. “A aposta, portanto, é de que o cheiro revolva a memória do espectador, produza um embaralhamento e ative uma experiência histórica que transforme a percepção do presente, confrontando seus apagamentos, explicitados pelas imagens”, afirma Pitta. A estratégia visa abrir a possibilidade, a partir da inversão destes sentidos, de novas interpretações bem como apontar lacunas nas narrativas do Brasil a partir da coleção do museu.
PROJETO OCTÓGONO
Criado em 2003, o projeto Octógono Arte Contemporânea ocupa um espaço importante do museu apresentando produções de arte contemporânea comissionadas pelo museu. Ao longo desses 15 anos, o projeto apresentou cerca de 40 sites-specifics de artistas brasileiros e estrangeiros, entre eles Ana Maria Tavares, Artur Lescher, Carla Zaccagnini, Carlito Carvalhosa, Joana Vasconcelos, João Loureiro, José Spaniol, Laura Vinci, Regina Silveira, Rubens Mano, Laura Lima.
SOBRE O ARTISTA
Laercio Redondo nasceu em Paranavai, PR, 1967 e vive e trabalha entre o Rio de Janeiro, RJ e Estocolmo, Suécia. Terminou sua pós-graduação na Konstfack, University College of Art, Crafts and Design, Estocolmo, Suécia, e realizou exposições individuais em espaços importantes como Dallas Contemporary (2016); Ana Mas Projects, Barcelona (2016); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2015); Die Raum em Berlin (2014), entre outros. Exposições coletivas incluem a Bienal de Cuenca (2018), Tarsila e Mulheres Modernas no Rio (2015) e Josephine Baker e Le Corbusier no Rio – um caso transatlântico (2014) ambas no Museu de Arte do Rio de Janeiro; Idea di Frattura – Opinione Latina / 2, Galleria Francesca Minini, Milão (2014); Amor e ódio à Lygia Clark, Zachęta National Gallery of Art, Varsóvia (2013); The right to the city, Stedelijk Museum Bureau, Amsterdam (2013); O interior está no exterior, SESC Pompéia, São Paulo (2013); Bananas is my Business: The South American way, Museu Carmen Miranda, Rio de Janeiro (2011); Leibesübungen – Vom Tun und Lassen in der Kunst, Galerie der Hochschule für Bildende Künste, Braunschweig (2008); Bienal do Mercosul, Porto Alegre 2008, entre outras.
SOBRE A DROM FRAGRANCES é uma casa de fragrâncias em seu sentido mais puro. Aliando sua frente criativa e inovadora com seu knowhow no ramo da perfumaria, os irmãos Dr. Ferdinand e Dr. Andreas Storp são a terceira geração à frente desta empresa familiar alemã, que possui mais de 100 anos de tradição. Com centros criativos e de produção na Europa, EUA, Brasil e China, a drom fragrances está entre os dez maiores fornecedores de fragrâncias do mundo.
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SERVIÇO
Laercio Redondo: Relance
Curadoria de Fernanda Pitta
Consultoria curatorial de Kaira M. Cabañas
Textos: Daniel Lima, Paloma Vidal e Soraya Guimarães Hoepfner
Abertura: 24 de novembro de 2018, sábado, às 11h
Visitação: de 24 de novembro de 2018 até 25 de fevereiro de 2019
De quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h30 – com permanência até às 18h00
Pinacoteca: Praça da Luz 2, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 6,00 (entrada); R$ 3,00 (meia-entrada para estudantes com carteirinha)
Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.
Aos sábados, a entrada da Pina é gratuita para todos.
A Pina Estação é gratuita todos os dias.
Amigo da Pina tem acesso ilimitado, além de desconto na loja e no café. Também pode participar de visitas guiadas e outros eventos com a equipe da Pinacoteca. Para saber mais sobre o programa, acesse: http://pinacoteca.org.br/
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.