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Celso Lungaretti: 'A CONTAGEM DE CADÁVERES DISPARA E SÓ NÓS PODEMOS DETER ESSE GENOCÍDIO'

Celso Lungaretti

A CONTAGEM DE CADÁVERES DISPARA E SÓ NÓS PODEMOS DETER ESSE GENOCÍDIO

Quem desde o último Natal se mantinha apático diante do caos instalado no país, isolando-se não só do vírus como também das responsabilidades políticas, acordou logo depois do domingo passado.


Infelizmente, não para engrossar as fileiras dos que travam o bom combate, mas sim para atrapalhar, com seu divisionismo, as corajosas iniciativas dos que estão priorizando a salvação dos brasileiros mais do que a própria. 


Parece que aqueles inglórios acomodados se ressentiram mais da retomada das ruas e avenidas pelos novos manifestantes antifascistas que do seu constrangedor fracasso em mantê-las nas jornadas de 2016, quando foram enxotados sem oferecerem resistência digna desse nome.


Mas, as pedras no caminho devem ser simplesmente ignoradas por nós, como serão também ignoradas doravante pela História, cujo trem perderam. 


Cuidemos dos que ainda podemos salvar, mesmo que isto nos obrigue a sair do recolhimento, para combater o vírus propriamente dito, o fascismo virulento e as  polícias estaduais contagiadas pelo bolsonarismo. 


Fugirmos dessas pragas não adianta, temos é de encará-las, com desprendimento e também discernimento (não aceitando as provocações de inimigos desesperados com sua derrocada iminente, pois a violência só a eles convém neste momento).

 

Até porque, sob o genocida governo federal, o quadro sanitário se deteriora cada vez mais. 


Mais um integrante do Ministério da Saúde que não é do ramo acaba de ser empossado e candidamente passa recibo nas entrevistas de que sua prioridade maior não será deter a escalada de óbitos, mas sim manipular as estatísticas que a põem a nu, as quais já eram subdimensionadas ao extremo. 


Mesmo com o mundo inteiro ciente de que as contaminações e mortes são cerca de dez vezes as admitidas oficialmente até agora, elas passarão por nova maquilagem, além de sua divulgação diária haver tido seu horário alterado por uma pueril pirraça presidencial contra a TV Globo. Nunca o lugar comum de tapar o sol com a peneira soou tão apropriado.  


A imprensa revela que o Ministério da Saúde só desembolsou até agora cerca de 10% do total de que tem disponível para ações como compra de respiradores, equipamentos de proteção e insumos para o enfrentamento da Covid-19. Afora ter havido remanejamentos para outros usos de recursos que deveriam ser destinados a combater a epidemia.

Bolsonaro ameaça mais uma vez macaquear Donald Trump, rompendo com a Organização Mundial da Saúde; continua supondo que quebrar espelhos resolverá o problema da feiura de Caliban, sem dar-se conta de que a credibilidade do seu governo está a zero, então, quanto menos informações confiáveis recebermos sobre a Covid-19, mas acreditaremos em boatos apocalípticos.  

E causa estupefação e perplexidade entre os civilizados daqui e do exterior que o Brasil flexibilize o distanciamento social exatamente quando a epidemia interioriza-se e as contaminações e óbitos disparam. Bolsonaro continua decidido a fazer do nosso país uma terra arrasada. Até quando permitiremos?! 

A FALTA QUE FAZ UMA ESQUERDA COMBATIVA   

Nunca o pior presidente do Brasil em todos os tempos pareceu tão próximo de cair quanto no domingo passado (31/05), quando:

— as apurações judiciais dos crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro e dos crimes comuns e eleitorais de seus filhos contraventores ganhavam velocidade;

— manifestos pluripartidários contra a fascistização em curso no país brotavam como cogumelos; e

— as torcidas do futebol iam para as avenidas substituir uma esquerda que ultimamente parece ser ligada na tomada apenas para fazer campanhas eleitorais e depois desligada para poupar energia. 

Aí entrou em cena a Brigada Anti-Esquerda Autêntica, sob o comando do seu principal porta-voz, que fez as mais veementes declarações no sentido de que os inimigos políticos podem unir-se à vontade nas maracutaias e na politicalha sórdida (a exemplo das alianças que ele sempre fez com reacionários empedernidos e corruptos com carteirinha assinada), mas nunca,  jamais,  para darem um fim ao sistema responsável pelas maracutaias, pela politicalha e por todos os privilégios e desigualdades atuais, abrindo caminho para uma sociedade emancipada, igualitária e livre.

Acredito, contudo, que tal chocante divisionismo esteja chegando tarde demais e as esperanças despertadas nos melhores brasileiros farão o Basta! continuar avolumando-se como bola de neve e levando de roldão tanto o governo que além de destruir o país agora se tornou explicitamente genocida, quanto a esquerda desvirtuada que hoje é muito mais um sustentáculo do status quo do que mobilizadora para as transformações sociais de que nosso país carece desesperadamente. 

Contra esses que desde 1968 reagem histericamente à simples visão dos protestos espontâneos dos explorados e oprimidos, satanizando tudo que não conseguem controlar, vamos continuar escrevendo uma nova página da História neste domingo.


E o faremos sem medo do bicho papão fardado que tanto bolsonaristas quanto lulistas utilizam como espantalho para insuflar conformismo e resignação nos que vimos sendo pisoteados há quase um ano e meio e finalmente nos colocamos de pé!


Desta vez o blefe não colará! Temos plena consciência de que, enquanto o combate à Covid-19 estiver sendo sabotado, privado dos recursos desviados para finalidades nem remotamente tão prioritárias quanto a salvação de vidas humanas e tornado um pandemônio pela dispersão dos esforços (já que o Ministério da Saúde, ao qual caberia centralizá-los, virou um puxadinho da caserna e não inspira mais confiança em ninguém bem informado), brasileiros morrerão aos milhares, semana após semana, de óbitos que poderiam ser evitados.


Os que abusam as cores e símbolos pátrios para iludirem incautos são os mesmos que agora emudecem face à ultrajante situação de nosso país como epicentro mundial da pandemia, repudiado pelos povos civilizados ou despertando-lhes a compaixão que se reserva aos ineptos para cuidarem de si mesmos.  

Desta vez não tremeremos! Tomando as precauções possíveis contra o vírus e tendo em mente que a violência é trunfo dos desesperados e não de quem luta pelos objetivos mais nobres e necessários, iremos às avenidas mais uma vez e tantas outras quanto preciso for!

 

Desta vez não recuaremos!  Já andamos para trás demais, como caranguejos. É hora de o Brasil ir de novo ao encontro do futuro, ao invés de abdicar das conquistas da civilização, retrocedendo para nefandos períodos de obscurantismo, fanatismo e absolutismo. 


Não nos deterão! (por Celso Lungaretti)

  

 

 

 

 

 

ADM
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