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No Quadro de Colunistas do ROL, um escritor e poeta que respira Literatura: Márcio do Nascimento Castilho!

Márcio do Nascimento Castilho

Márcio Castilho é um escritor e poeta colaborador de várias academias de letras!

Márcio do Nascimento Castilho, 46, é um escritor natural de Volta Redonda (RJ).

É funcionário público e cursa Licenciatura em Ciências Biológicas pela UFRJ.

É membro da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL), da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA), da Academia Voltarredondense de Letras (AVL), da Academia Independente de Letras (AIL), da Academia Brasileira Camaquiana (ABC), da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (ACILBRAS) e é membro internacional da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA).

Publicou vários textos em jornais alternativos de Brasília e jornais da região, assim como já participou de inúmeras antologias.

Sua obra, ‘De Todos Os Tempos’, recebeu o Prêmio do Jornal Olho Vivo 2019 na categoria de melhor livro. Márcio classificou-se esse ano no mesmo prêmio na categoria de melhor poeta.

Em dezembro de 2020 lança o segundo livro da trilogia ‘De Todos’ intitulado ‘De Todas As Tribos’ no qual homenageia as multiculturas de nosso país, sendo parte da obra também reservada para homenagear às inúmeras vítimas que perderam suas vidas para o novo coronavírus (COVID-19).

Márcio é o mais novo colaborador do Jornal ROL e está ingressando no Quadro de Colunistas e Correspondentes com um aval de Primeira Grandeza: a convite de sua amiga e Editora Setorial do ROL, Cláudia Lundgren!

Seja muito bem-vindo à Família ROLiana, Márcio!

Abaixo, sua primeira contribuição, a crônica ‘Calendário invisível’, trazendo o Tema do Ano: Covid-19!

CALENDÁRIO INVISÍVEL

Fixado na parede da sala, o calendário se faz presente de maneira quase imperceptível e ao longo das horas, eu passo por ele sem nem sequer notar que dia é hoje. Vou para o trabalho, volto do trabalho e volta ou outra, passando pelo emudecido calendário, dou-me conta de que os dias da semana já estão se perdendo neste emaranhado de tempo e espaço. Quando penso ser domingo, já é segunda-feira. Talvez porque a segunda esteja plena de ruas vazias, comércios fechados e menor quantidade de automóveis a atravessarem os sinais vermelhos e a correrem desenfreadamente para que seus condutores não cheguem atrasados aos ofícios diários.

Num dia desses, me ligaram do trabalho para perguntar “Você não vem trabalhar? Hoje é seu dia de plantão!” E assim, fui-me, apressado e atabalhoadamente a cumprir o ritual de saída para a linha de frente: escolhi a roupa no armário, tomei banho, troquei-me, comi algo às pressas, verifiquei se a vasilha de ração do gato estava cheia, peguei as chaves, tranquei as portas. Porém, já na rua, como se a aparentar um político indiferente com a pandemia, lembrei-me de não ter colocado a máscara! Retornei às pressas em casa, peguei a chave, abri a porta, pus a máscara. Ao sair de casa, corri para o ponto de ônibus e após longos momentos de espera, peguei o transporte coletivo. Ao entrar na condução, apliquei o álcool em gel nas mãos e ao descer, novamente as higienizei com o produto. Caminhei mais alguns quilômetros e, enfim, às 19:15, ainda que atrasado, cheguei ao trabalho.

No final do expediente, com o corpo já exausto da labuta noturna, lá fui eu pela manhã. Encontrei o jornaleiro que me saudou com o seu “Bom dia!” e cruzei na calçada com as poucas pessoas que ocultavam suas identidades através das máscaras de uso imprescindível no vestuário atual, mudando até mesmo o significado do que é ser diferente, afinal, diferente nos dias atuais, passou a ser sinônimo de quem não as usa. De volta ao lar, cumpri o ritual de chegada: deixei os sapatos na porta de entrada, tirei as roupas e as desprezei no cesto presente na varanda, tomei um banho, coloquei o pijama e fui deitar. Neste instante, vieram a mim, em flashes de pensamentos, a lembrança de que hoje era dia do aniversário do irmão mais velho. Mas, que aniversário? Não há festas este ano, nem nada para ser comemorado. Portanto, no calendário de 2020, a idade de passagem não deveria pagar pedágio e o ciclo biológico deveria ter ficado estacionado no ano de 2019, já que o ano que o sucedeu está sendo marcado pela nulidade do tempo, das estações, dos projetos que deveriam ter sido realizados e que foram postergados. Então, ao meu prezado irmão mais velho, desejei um “Feliz Desaniversário!”.

Durante a minha folga, noutro dia fantasmagórico deste calendário pandêmico, estava eu a ouvir músicas no Spotify quando começou a tocar a canção de Cazuza chamada “Perto do Fogo”, interpretada na voz da cantora Rita Lee. Fui apreciando a letra da canção quando de repente Rita citou “Ano 2000, ano 2020 e vai tá tudo igual”. O nosso grande gênio Cazuza jamais imaginaria que 2020 estaria lhe pregando uma peça fazendo com que as coisas ficassem sim, diferentes.

Enquanto isso, o calendário continua ali, pendurado na parede, sem sequer ser notado à espera de que no futuro possa ser validado nos livros de História e arquivos jornalísticos.

 

Márcio Castilho

marciocastilho74@outlook.com

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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